É uma cilada, Bino

Vários times foram alertados antes do início da temporada, mas quiseram traçar o caminho mais difícil

uma cilada bino Fonte: Sarah Stier/AFP

É uma cilada, Bino. A frase ficou famosa por conta dos ótimos Antônio Fagundes e Stênio Garcia na série Carga Pesada, da década de 2000. Ela enfatizava, obviamente, um alerta sobre algo ruim que poderia acontecer. E, claro, é possível usar o “é uma cilada, Bino”, na atual temporada da NBA. Hoje, vamos listar cinco exemplos disso.

Russell Westbrook no Los Angeles Lakers

Era pedra cantada, mas aconteceu mesmo assim. O Los Angeles Lakers tinha várias boas opções no mercado da offseason passada, todavia, optou pelo caminho mais midiático. Poderia ter DeMar DeRozan? Sim. Conversas aconteceram sobre isso, mas DeRozan acabou indo para o Chicago Bulls depois que Russell Westbrook teve sua troca confirmada para o Lakers.

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Então, a equipe californiana poderia negociar por Buddy Hield. Em vão. Hield ficou aguardando, mas a resposta nunca veio.

Claro, falar agora pode parecer mais uma daquelas de engenheiros de obra pronta. No entanto, era esperado que o encaixe de Westbrook no Lakers seria ruim. Escrevi na previsão da temporada da equipe de Los Angeles:

Diga o que quiser, mas Russell Westbrook ainda é um astro. Talvez, ele seja obrigado a se adequar ao estilo de jogo e dividir mais a bola no Los Angeles Lakers, mas segue sendo um jogador de muita importância. Tudo bem, ele não é um grande arremessador, porém sabe organizar o ataque. Vai cometer muitos erros de ataque, claro. Com a intensidade que atua, é óbvio que vai pensar uma coisa e fazer outra, eventualmente.

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Apesar disso, o Lakers tem, agora, alguém que saiba dividir o controle ofensivo com LeBron James. Com controle, Westbrook é, sim, um grande jogador. Pode faltar o encaixe perfeito, por causa do arremesso, mas espaços serão criados pelos oponentes e, aí, é que ele vai poder fazer o seu melhor. E pior, também.

Era esperado que poderia dar problema e deu

Westbrook parece “queimado” com o técnico Frank Vogel e, embora seja difícil uma troca hoje (armador recebe US$44 milhões em 2021-22), algo vai acontecer no Lakers até a trade deadline. Pode, entretanto, ter sido só uma estratégia (digo, improviso) de Vogel. Meio que “vai que…”. Ou não.

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A cilada em que o Lakers se meteu é digna para que o Pedro chame o Bino por telefone, telegrama ou qualquer coisa de velho, como o “jovem” elenco da equipe.

De acordo com os últimos rumores, Westbrook vem gerando zero interesse das equipes. O cenário não pode ser pior. Agora, vamos descobrir quem fica em Los Angeles por menos tempo: Vogel ou Westbrook.

 

Kemba Walker no New York Knicks

O New York Knicks tinha um dos melhores defensive rating da temporada passada. Então, o time perdeu jogadores com menos nome, como Reggie Bullock (hoje, no Dallas Mavericks) e Elfrid Payton (agora, no Phoenix Suns). Para piorar, o pivô Nerlens Noel vive mais no estaleiro do que em quadra. Aí, o Knicks repetiu o que o Lakers fez e fez a reposição por nome, fechando com Kemba Walker.

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Claro, por nome, Walker é maior e melhor que Payton. O ex-jogador do Boston Celtics já foi para quatro edições do Jogo das Estrelas e fez parte dos times ideais da NBA de 2018-19. E, quando você tem um time baseado na força defensiva e faz a reposição por alguém que não tem a menor intimidade no assunto, algo errado pode acontecer. E, adivinha…

Aconteceu.

O Knicks, hoje, despencou no defensive rating, é o 11° no Leste e já colocou Walker para ser trocado. É ou não é uma cilada, Bino?

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Boston Celtics sem armador de ofício

Kemba Walker era exposto na defesa no Boston Celtics, mas o time tinha um norte, tinha em quem confiar com a bola nas mãos. No entanto, a nova direção optou por negociar o atleta, que foi para o Oklahoma City Thunder e, em seguida, para o New York Knicks. O que o time de Massachusetts fez, então? Embora tenha trabalhado no começo da agência livre, o Celtics demorou a fechar com um armador. Quando o fez, era Dennis Schroder.

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Tudo bem, foi por um valor bastante razoável. Mas, com isso, automaticamente, transformou Marcus Smart no armador principal.

Smart é um dos melhores defensores da liga, sabe passar a bola, mas não pode ser ele o organizador principal da equipe. Ele não funciona nem como arremessador, nem como terceiro cestinha. O atleta teve, em seus melhores anos em Boston, como uma alternativa para armar e pontuar. Veja: alternativa. Quando ele é alçado ao cargo que ocupa hoje, a corda fica frouxa.

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Schroder, por outro lado, é melhor que Smart no ataque. Apesar disso, o alemão também não possui as melhores caracteristicas de encaixe em Boston: não é tão forte no arremesso de três e não é o melhor organizador de todos os tempos. Passa bem como um sexto homem, com a preocupação principal em pontuar na segunda unidade.

Blazers e Pacers (ainda) não partirem para o tank

O Portland Trail Blazers e o Indiana Pacers estão fazendo uma temporada horrorosa. Apesar de os times conseguirem tirar vitórias do nada, não são confiáveis. Passou da hora de ambos partirem para o tank, mas não dão sinal algum que vão fazer isso imediatamente.

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Para ser justo, o Blazers e o Pacers não entraram na atual temporada com cara e cheiro de tank, mas havia indício disso.

Primeiro, ambos trocaram de treinadores para 2021-22. Enquanto o time do Oregon foi de Chauncey Billups, um técnico sem experiência no cargo, o Pacers trouxe Rick Carlisle de volta. Duas situações completamente diferentes, mas com missões similares: classificar para os playoffs.

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O Blazers vinha de várias classificações aos mata-matas, mas parece que ninguém consegue extrair mais nada do elenco. Com Damian Lillard cheio de problemas (abdominal e arremesso de três), CJ McCollum (pneumotórax), o time despencou. No entanto, Portland pode negociar Jusuf Nurkic e Robert Covington, com contratos expirantes, para aliviar a engessada folha de pagamento. McCollum é outro que corre riscos de sair. Agora, Lillard, esqueça. Esse fica lá até o fim da carreira.

Por fim, o Pacers possui as peças para partir, enfim, para a reconstrução de elenco. O problema é que a diretoria faz jogo duro para negociar aqueles que realmente interessam no mercado (Myles Turner, Domantas Sabonis e Caris LeVert). Nada contra, mas o Philadelphia 76ers anda fazendo escola.

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Zion Williamson e sua recuperação longe de New Orleans

É quase uma piada pronta. Seu melhor jogador tem problema com excesso de peso, aparece muito fora de forma na offseason e, então, você o deixa fazer a recuperação longe dos seus olhos.

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Sério mesmo. O New Orleans Pelicans está sendo inocente ou incompetente. Talvez, os dois ao mesmo tempo.

Zion Williamson já provou ser ótimo jogador, o presente e o futuro da NBA, mas ainda não estreou na atual temporada e, desde sua estreia na liga, jogou em menos da metade das partidas.

Preocupante, no mínimo. Ei, Bino, é uma cilada. E das grandes.

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