A temporada 2019-20 da NBA está sendo um caos. A pandemia do coronavírus fez os jogos pararem no dia 11 de março e, com sorte, serão retomados no fim de julho. Mas erros grotescos aconteceram antes mesmo de a atual campanha começar. Então, hoje, vamos falar deles.
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10- Al-Farouq Aminu (Orlando Magic)
O ala-pivô deixou o Portland Trail Blazers ao fim de 2018-19 após quatro temporadas que não deixaram tanta saudade assim. Pelo aspecto defensivo, sem problemas. Aminu entrega o que é pedido, mas ofensivamente… Aminu fez 9.5 pontos e acertou 41.1% dos arremessos em 293 jogos pelo Blazers. O que a diretoria do Orlando Magic faz? Ora, por que não dar a ele um contrato de US$29 milhões por três anos, tendo em seu elenco jogadores como Aaron Gordon e Jonathan Isaac? Claro que isso seria ruim só por conta dos dois, mas pagar a um atleta que teve performances abaixo da média mais de US$2 milhões do que recebia no ano anterior só pode ser algo estranho.
9- DeAndre Jordan (Brooklyn Nets)
Não entenda errado: DeAndre Jordan é muito bom jogador. Agora, sua contratação pelo Brooklyn Nets é ruim. É, pelo salário (US$39.96 milhões por quatro temporadas) e pela presença de Jarrett Allen no elenco. Jordan simplesmente tirou tempo de quadra de um pivô jovem e que estava em clara ascensão. Sim, ele ganhava o dobro até a temporada passada, mas era um acordo, feito pelo Los Angeles Clippers, de uma época em que ele havia sido um dos líderes em rebotes na liga, fez parte dos times ideais da NBA em três oportunidades, sendo uma de primeiro time. O papo era outro. Mas, convenhamos, o Nets não era o lugar certo para ele. Foi, por conta do conchavo entre Kevin Durant, Kyrie Irving e ele. Ainda poderia produzir grandes números se estivesse longe do Brooklyn.
8- Robin Lopez (Milwaukee Bucks)
Robin Lopez não é ruim. O problema é ele pouco produzir em um time em que ele, de fato, não era tão necessário assim. É reserva de seu irmão, Brook, mas o Milwaukee Bucks precisava mesmo pagar quase US$10 milhões por duas temporadas por um pivô que não pega rebote (2.4 por jogo), não acerta lance livre (53.5% de aproveitamento)? Claro que ele pode entregar mais, mas não tem espaço. Até teria, caso estivesse em outra equipe.
7- Cory Joseph (Sacramento Kings)
Você ainda vai ver outros jogadores do Sacramento Kings por aqui, mas Cory Joseph tem um contrato terrível. É um reserva que nunca foi especialista em arremesso ou na organização do jogo, recebe quase o dobro dos vencimentos na época do Toronto Raptors e, de quebra, produz meros 6.3 pontos e 3.4 assistências em 24 minutos. Receberá US$12 milhões por isso e tem acordo parcialmente garantido até 2021-22.
6- Tyus Jones (Memphis Grizzlies)
Tyus Jones é promissor, sabe armar seu time e é um ótimo reserva para Ja Morant. Até aí, sem problemas. Aí, em seus dois primeiros meses de Memphis Grizzlies, Jones acertou cinco arremessos de três em 28 tentativas (17.8%), além de 68% do lance livre. Ele melhorou muito depois disso, calma. Só que o atleta recebia US$2.4 milhões na temporada passada e, agora, ganha US$8.4 milhões. Seu agente é um gênio.
5- Harrison Barnes (Sacramento Kings)
Você pode pensar: “O que Harrison Barnes faz aqui? Ele é ótimo defensor no perímetro. Merece ter um bom salário”. Sim, fato. Mas US$85 milhões por quatro anos? Sério mesmo? Ainda que seu contrato seja decrescente (receberá US$ 24 milhões ao fim de 2019-20 até chegar em US$18.3 milhões em 2022-23), Barnes pontuou ainda menos que nos tempos de Dallas Mavericks. Aliás, muito menos. E não pega rebote, também. Seus números não são ruins, mas para o salário, é bem supervalorizado.
4- Trevor Ariza (Sacramento Kings)
É uma lástima vê-lo nessa lista, mas é preciso explicar. Trevor Ariza é um ótimo defensor e especialista nos arremessos de três, porém suas performances no Sacramento Kings foram sofríveis pelos US$25 milhões por duas temporadas. Ariza fez, em 32 jogos, médias de 6.0 pontos, 4.6 rebotes e acertou somente 38.8% de seus arremessos de quadra. O Kings “encontrou” o Portland Trail Blazers, que precisava de um ala com essas características. No Blazers, o papo foi outro e Ariza jogou bem, mas no Kings…
3- Terry Rozier (Charlotte Hornets)
Um cara que faz a melhor temporada da carreira, com 18 pontos, 4.4 rebotes e 4.1 assistências não poderia estar nessa lista, certo? Errado! Terry Rozier recebeu uma extensão contratual com o Boston Celtics para ser trocado, em seguida, por Kemba Walker para o Charlotte Hornets. O problema é o valor: US$56.7 milhões por três anos por um atleta que, ao chegar no novo time, mudou de posição porque o armador que estava no elenco e pouco jogava, Devonte’ Graham, era muito melhor na organização das jogadas.
2- Mike Conley (Utah Jazz)
Por muito tempo, Mike Conley era considerado um dos jogadores mais subestimados da liga. Excepcional defensor, boa visão de quadra, um líder. Mas tudo isso acontecia no Memphis Grizzlies. Quando chegou ao Utah Jazz, que coisa terrível! Conley simplesmente não encaixa seu jogo em Salt Lake City. Pior que isso, tira a bola das mãos de Donovan Mitchell e Joe Ingles, dois ótimos organizadores de jogo. Isso, com Mitchell, já era um problema até a temporada passada com Ricky Rubio ao seu lado. Esperava-se que o Jazz fosse atrás de um armador com características de arremessador. Foi em Conley que, em 2019-20, faz 13.8 pontos, 4.3 assistências e acerta somente 40.5% dos arremessos de quadra, longe, bem longe dos 21.1 pontos, 6.6 passes decisivos e 43.8% de conversões. Ah, ele ainda recebe, nessa campanha, US$32.5 milhões, além de outros US$34.5 milhões em 2020-21.
1- Dewayne Dedmon (Sacramento Kings)
E o prêmio Vlade Divac de pior contratação da temporada vai para Dewayne Dedmon. Vamos por partes. Primeiro, Dedmon jogava pelo Atlanta Hawks até a campanha passada. Foram dois anos sólidos de um bom defensor de garrafão, que pegava rebotes e, ainda, fazia seus dez pontos por jogo. Números razoáveis, que ganham ainda mais notoriedade pelo então salário: US$7.2 milhões em 2018-19. O que Divac faz? Dobrou seus vencimentos, dando a ele um contrato de US$40 milhões por três anos! Calma, ainda não acabou. Em sua breve passagem pelo Sacramento Kings, Dedmon obteve 3.1 erros de ataque por 36 minutos, uma das piores marcas para qualquer jogador da posição, acertou míseros 40.4% dos arremessos (isso é coisa de pivô fazer?) e fez 5.1 pontos, com 4.9 rebotes. Então, Divac o envia de novo para o Hawks, agora por Alex Len e Jabari Parker, além de escolhas de segunda rodada de draft envolvidas dos dois lados. Parker, segunda escolha do recrutamento de 2014, fez apenas um jogo pelo Kings e tem opção em seu contrato para o ano que vem. Já o ucraniano Len, tem pouquíssimo espaço, mas é expirante. Portanto, parabéns, Divac. Emplacou quatro jogadores em uma lista de dez. Por sorte, tem De’Aaron Fox e Buddy Hield no elenco e ainda pode salvar a temporada.