Não foram poucas as vezes que, após mais de dois anos longe das quadras com graves lesões, imaginavam que a carreira de John Wall já estava condenada. No entanto, aos poucos, o armador mostra que ainda tem lenha para queimar com suas boas atuações pelo emergente Houston Rockets. A jornada de recuperação foi desgastante para Wall e, com a recente chance de enfrentar o Washington Wizards pela primeira vez, não tem dúvidas de que o ex-time também acreditava que ele estava acabado para o basquete.
“Foi a primeira oportunidade de ver todos os que estão daquele lado e acabei notando que, provavelmente, várias pessoas nunca acreditaram que voltaria a ser o atleta que fui. Algumas delas até opinaram para que fosse trocado. Eu sei que foi um processo e não aconteceria do dia para a noite. Então, no final das contas, quem não gostaria de derrotar a franquia que trocou-o porque sentia que estava acabado?”, desabafou o astro na última semana, antes da partida em que o Rockets venceu o Wizards.
Wall não esconde que guardou rancor da única equipe que havia defendido na NBA até então, mas isso vai muito além da decisão de negociá-lo. Com um contrato que prevê mais de US$130 milhões em salários até 2023, ele sempre esteve entre os jogadores mais especulados do mercado da NBA. O grande problema é que, segundo o próprio atleta, o Wizards nunca teve a coragem de “abrir o jogo”, reconhecer que havia uma chance de acontecer a negociação e sua saída era possível.
“Tudo o que realmente queria era, desde o começo, saber a verdade. O que fez tudo ser mais duro para mim é entender o motivo de não terem sido sinceros comigo, por mais que compreenda que isso é um negócio. Quando os rumores apareceram, eu entrei em contato e perguntei se eram verdade. Eles olharam em meus olhos e disseram que não era verdade, que não devia me preocupar. E era verdade o tempo inteiro”, lamentou o veterano, que disputou quase 600 partidas em Washington.
Mas a verdade é que a troca não foi meramente motivada pela questão física ou técnica de Wall: relatos internos dão conta que o fator comportamental do jogador de 30 anos também preocupava nos bastidores. A situação foi exposta por um vídeo na offseason que flagra o astro fazendo símbolos e sinais de uma gangue local, o que teria causado especial horror entre a alta cúpula da franquia. Ele alega ter se retratado publicamente – e, acima de tudo, que isso não justifica a forma como foi tratado.
“Eu sinto que virou algo pessoal para mim. Sei que tenho responsabilidade sobre alguns dos comportamentos que tive fora de quadra e já me desculpei por isso. Era tudo o que podia fazer. Ninguém é perfeito e aprendemos com os nossos erros. Realmente gostaria que não tivesse acontecido, mas seguimos em frente. Só pensava em voltar a competir em alto nível pela única camisa que defendi em dez anos nessa liga”, contou o armador, reconhecendo erros cometidos no passado.
Em 12 jogos pelo Rockets, Wall tem sido um dos destaques individuais de uma equipe que vem impressionando positivamente: possui médias de 17.8 pontos, 4.1 rebotes e 5.8 assistências. “Só queria ter sabido antes do que aconteceria. Mas isso virou minha motivação. Eles pensaram que eu estava acabado. É assim que sinto-me hoje. E estou mostrando que não. Eu não estou acabado”, sentenciou o craque, pronto para muitos anos de carreira pela frente.
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