Se algum fã da NBA que não tenha acompanhado as últimas temporadas decidir avaliar a situação da tabela atualmente, certamente vai se surpreender com a presença do Washington Wizards entre as equipes que provavelmente vão jogar os playoffs. Por outro lado, para um torcedor que vem acompanhando a caminhada da franquia, surpreende o fato do time não conseguir concorrer com os grandes da liga.
O Wizards voltou a disputar os playoffs na temporada 2013-2014 após seis anos de ausência. Além disso, em um dado momento daquela temporada, a equipe alcançou pela primeira vez um retrospecto superior a 50% desde 31 de outubro de 2009. Ou seja, foram quatro anos convivendo com números negativos. Diante disso, chegar à segunda rodada dos playoffs foi uma grande conquista.
A melhora da equipe teve relação com a chegada, em outubro de 2013, do pivô Marcin Gortat (ex-Phoenix Suns). O polonês passou a ser a referência do garrafão, possibilitando que Nenê voltasse a atuar como ala-pivô, onde sente-se mais confortável para arremessar e ainda oferece algumas assistências. A dupla funcionou na temporada passada e o próprio Nenê elogiou a mudança para a imprensa. Processo semelhante acontece no Miami Heat atualmente, com a chegada de Hassan Whiteside para fazer dupla com Chris Bosh.
Para este ano, o Washington gerava uma certa expectativa, após a boa temporada em 2013-2014 e a contratação de Paul Pierce. E de fato tem feito boa campanha, com 33 vitórias e 21 derrotas (61%). Porém, não há como ignorar a queda da equipe contra equipes de maior expressão. O rendimento é de dez vitórias e 16 derrotas (38%) diante de equipes com aproveitamento superior a 50%.
Gortat não vem agradando tanto como anteriormente. Entre 28 de janeiro e 5 de fevereiro, o Wizards perdeu cinco seguidas. Nesses jogos, o polaco marcou 8.4 pontos e 6.6 rebotes em média (abaixo da média de cerca de 13 pontos e 10 rebotes da temporada passada). Contra o Toronto Raptors, na última quarta-feira, Randy Wittman optou pelo veterano Drew Gooden, que acaba de se recuperar de lesão, nos 12 minutos finais. O técnico se explicou afirmando que Gortat não estava bem em quadra.
Se o Wizards tivesse outro pivô em boas condições, talvez o polonês já tivesse perdido ainda mais espaço. Mas, justiça seja feita, o polonês ainda se mostra importante quando está em boa noite. E o próprio assume que precisa melhorar para voltar a jogar como na temporada passada. A título de curiosidade, o pivô é o terceiro jogador mais caro do elenco (nesta temporada, receberá ao todo US$ 10,4 milhões), atrás apenas de Nenê e John Wall.
Mantendo as recentes atuações, o Wizards dificilmente passa da primeira rodada na pós-temporada. John Wall, que será titular do All-Star Game neste fim de semana, diz que a equipe precisa aprender a ceder menos erros de ataque até os playoffs. Esses turnovers de fato foram cruciais na derrota para o Toronto na quarta.
Fora das quadras, fica a expectativa para saber se o Wizards conseguirá trazer o ala-armador Ray Allen. Segundo a imprensa internacional, o time da capital é um dos mais interessados no veterano. Acho difícil o acerto acontecer, especialmente diante da concorrência de boa parte das franquias com chances de jogar os playoffs. Allen promete divulgar a decisão na próxima semana.
Bradley Beal (atualmente lesionado) e Rasual Butler têm sido efetivos na posição. Mas um acerto com Allen, de 39 anos, forneceria ainda mais experiência ao time. Atualmente, o elenco tem sete jogadores que estão há pelo menos dez anos na NBA, liderados por Paul Pierce, que está na liga há 17 anos.
Por fim, um acerto com Allen, vencendo a concorrência de equipes como o Cleveland Cavaliers, forneceria, principalmente, credibilidade a uma franquia que segue tentando figurar entre as grandes da liga.