Fonte: Andrew D. Bernstein / AFPA tentativa de defesa do título do Golden State Warriors acabou nessa sexta-feira. A equipe perdeu o sexto jogo da série contra o Los Angeles Lakers e, com isso, foi eliminada nas semifinais do Oeste. É uma óbvia decepção para todos, mas, ao mesmo tempo, um tipo de desastre anunciado. Uma chamada da realidade. O técnico Steve Kerr, afinal, admitiu que o Warriors nunca pareceu um time campeão nessa temporada.
“Antes de tudo, para ser justo, eu acho que esse time chegou ao seu máximo. Mas a verdade é que estávamos quase fora dos playoffs pela maior parte da campanha. Nenhum competidor admite que acabou até que acabe. E foi o que aconteceu hoje. Não somos um time campeão, em síntese. Até porque não vencemos essa série”, desabafou o experiente treinador, depois da derrota por 122 a 101.
A eliminação do Warriors, como resultado, coloca fim a algumas marcas históricas dos comandados de Kerr. Eles possuíam 19 vitórias seguidas em séries dentro da conferência Oeste. Além disso, tinham 28 confronto consecutivos de playoffs com uma vitória como visitantes. Ambos são recordes na história da liga. A equipe até chegou perto, mas, para o técnico, não conseguiu reencontrar essa versão.
“Fizemos um grande trabalho encontrando alguns sinais do nosso melhor basquete no último mês. Sinto que até chegamos muito perto de recuperar o que tínhamos no passado, mas não chegamos lá. Não nos sentimos uma equipe campeã desde o início do ano, mas tivemos a coragem e força para acreditar. Não conseguimos”, concluiu o vencedor de quatro títulos no comando de Golden State.
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Mudanças
Steve Kerr não foi o único que não enxergou aquele Warriors campeão ao longo do ano. Draymond Green, por exemplo, trouxe a mesma conclusão nas entrevistas depois da derrota decisiva. O polêmico ala-pivô, antes de tudo, deixa claro que o elenco entregou tudo o que poderia em quadra. O que era preciso para ganhar o campeonato, no entanto, simplesmente nunca esteve lá.
“Eu acredito que nós chegamos ao nosso máximo mesmo. Entregamos tudo o que tínhamos, certamente. Mas, no fim das contas, esse realmente não era um time campeão. Derrotas são uma droga, mas é isso. É um fato. Não temos um grupo para conquistar o título, da forma como ele está construído nesse momento”, apontou o ala-pivô, sugerindo a necessidade de mudanças no elenco.
A reação natural, a princípio, é esboçar mudanças drásticas em um elenco que dá sinais de envelhecimento. Mas Green garante que não é sobre isso. “Essa derrota não significa que precisamos trocar tudo ou radicalizar. A nossa base pode vencer outra vez. Não estamos campeões, mas somos campeões e temos a mentalidade certa para chegar lá outra vez”, completou o especialista defensivo.
Aceitação
Foi uma temporada, de fato, de obstáculos para o Warriors. Já antes do início dos jogos, aliás, os problemas estavam lá. Houve o soco de Green em Jordan Poole que criou um péssimo clima interno. A equipe, então, sofreu com as ausências de atletas como Stephen Curry e Andrew Wiggins por diferentes razões. E ainda não conseguia vencer fora de casa. Curry admite que não foi um ano fácil.
“Da pré-temporada até agora, essa foi a realidade que vivemos. Tentamos manter um clima positivo e otimista, no entanto, diante das adversidades. Acima de tudo, sempre colocamos o objetivo em primeiro lugar. Mas existiu o entendimento aqui dentro de que simplesmente não somos bons o bastante para ganhar de novo”, reconheceu o armador, sem buscar desculpas.
Dizem que a última etapa do luto é a aceitação. Curry, por isso, está pronto para atravessar esse longo processo e retornar mais forte. “A dura verdade é que nós perdemos. Nunca tivemos que processar e tentar explicar um revés assim antes das finais, então é algo novo para todos. No entanto, temos que aceitar. Aceite, siga em frente e tente ser melhor no ano que vem”, cravou o craque.
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