Fonte: Reprodução / XSim, estamos de férias na maior liga de basquete do mundo, então é o momento de levantar polêmicas vazias. Mentira. Hoje, não. No texto vamos explicar o fenômeno que a NBA vem acompanhando cada dia mais: LeBron James superando Michael Jordan. Mas veja. Não é um artigo determinando que um é melhor ou maior. Nada disso. Apenas entenda o raciocínio.
Há alguns dias, o perfil NBA Central, que virou The Dunk Central, trouxe um vídeo de vários jogadores do Kansas City Chiefs opinando sobre o tema. LeBron James levou 17 votos, enquanto Michael Jordan teve sete e Kobe Bryant somou seis como o melhor de todos os tempos na NBA.
É algo que vem sendo cada vez mais comum e seria ainda maior caso o documentário The Last Dance não tivesse existido. Na época de seu lançamento (2020), os mais jovens tiveram a chance de entender o que era Michael Jordan. Meses depois, LeBron James foi campeão pela quarta vez na carreira, obtendo o primeiro título com a camisa do Los Angeles Lakers.
De novo, não estou comparando ninguém como jogador. Cada um tem sua preferência e tudo certo. Mas o fato é que, quanto mais o tempo passa, as pessoas lembram menos de Jordan e mais de LeBron.
O que também é algo natural, né? Afinal, LeBron James está na NBA desde 2003/04, enquanto Michael Jordan encerrou sua carreira um ano antes. Já são duas décadas consecutivas de James e sem data para acabar.
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E veja um detalhe importante: quando Michael Jordan jogava, sempre aparecia um jogador com algumas características similares. E logo diziam: “o próximo Michael Jordan”.
Foi assim com Jerry Stackhouse, Harold Miner, Grant Hill e tantos outros. Mas quando ele fez seu último All-Star Game, Jordan avisou que a NBA estava em boas mãos, falando sobre Kobe Bryant, Allen Iverson e Kevin Garnett. Só que no ano seguinte, LeBron James já chegou e, em pouco tempo, fazia parte da mesma turma que ia aos playoffs, brigava por MVP e tudo mais.
Hoje, não existe um “próximo LeBron James”, mas por vários motivos. Aliás, nunca chegou a ter algo assim.
Primeiro, porque seu estilo de jogo não é exatamente de pontuar o tempo todo, ao contrário de Jordan e Kobe. LeBron jamais teve um jogo similar ao de Michael. E como a NBA está bem diferente do que era há 20 anos, as referências são outras.
Basta ver as comparações e o que é aplicado atualmente.
Veja um jogo em qualquer lugar do mundo, seja ele profissional, de colégio ou entre amigos. O que mais aparece é gente replicando jogadas de Stephen Curry. Ele, sim, virou referência. Até porque, precisa ser um “touro” de quase dois metros de altura para tentar, minimanente, fazer o que LeBron James faz.
Com Curry, é só saber arremessar com perfeição. Como se fosse pouco ou fácil, né?
Quem está em atividade fica em evidência
Assim como pouca gente fala de Pelé, quase ninguém lembra de Wilt Chamberlain. É muito mais fácil comparar os atuais, pois são aqueles que estão jogando todos os dias. E o modeo de assistir também mudou. Antes, era apenas na TV. Você não tinha outra opção. Hoje, quantos meios existem de acompanhar uma partida de NBA ou seja lá qual for o esporte?
Nas Olimpíadas, por exemplo, era possível ver na TV (Globo e SporTV), no Youtube (Cazé TV) e no próprio site oficial do evento. Ou seja, se você quiser ver um jogo, existem várias opções.
Em 1992, na edição de Barcelona, nem TV a cabo existia ainda. Imagine internet.
E mesmo assim, Michael Jordan ficou ainda mais popular naquela época. Era impossível levantar um debate sobre basquete e não citar o ex-jogador do Chicago Bulls.
Mas a situação mudou bastante nos últimos anos. Quantos jogos uma pessoa de 20 anos viu dele? Você, aqui nos comentários, quantos conseguiu ver, mesmo que em partidas completas no Youtube ou no aplicativo da NBA?
Raros os jogos. Raras as pessoas de tal idade viram.
E puxamos mais cinco anos. Quem, até 25 anos, viu mais do que dois jogos completos de Michael Jordan?
Então, não tem como. Os próprios analistas começam a se dividir entre LeBron James e Michael Jordan, pois viram muito mais o primeiro na NBA.
Além do jogo, Michael Jordan e LeBron James dominaram a NBA
Não estamos falando mais de títulos, prêmios e vitórias. Agora, é sobre o que ambos fizeram, ao lado do nome NBA e o quanto popularizaram a marca.
Enquanto Michael Jordan ganhou inúmeros patrocínios pessoais e teve a sua própria linha de tênis “concorrendo” com a Nike (são da mesma empresa), LeBron James também expandiu seu império.
É claro que um tênis Jordan ainda é mais procurado do que um LeBron, mas aí também tem o mercado consolidado há décadas.
Mas em breve, vamos ver James comprando um time na NBA, algo que Jordan já o fez.
E ninguém é melhor que os dois em autopromoção.
São ícones do esporte e sempre que você montar um quinteto de todos os tempos, vai colocar os dois. Bem, a não ser aqueles que simplesmente não gostam de um ou de outro seja lá por qual motivo. Mas tem gente assim.
Afinal, quem é melhor?
Brincadeira. O ponto do artigo não é sobre isso. Mas o fato é que, enquanto o tempo passa, cada vez mais os prêmios e títulos de Michael Jordan são esquecidos pelos mais jovens. Foi assim com Bill Russell, Wilt Chamberlain e vai acontecer com todo mundo.
Vou dar um exemplo pessoal.
Comecei a acompanhar NBA em 1989, quando Michael Jordan já tinha cinco anos de liga. Mas, no total, eu vi algo como uns 250 jogos dele na carreira. Até então, aqui no Brasil, só havia a Band e, depois, ESPN e TNT até o início dos anos 2000. Era impossível conseguir acompanhar como hoje. Posteriormente, existiu o NBA League Pass na DirecTV e durou por pouco tempo.
Então, basicamente, consegui ver seus jogos em playoffs entre 1990 e 1998 (segunda aposentadoria), alguns de temporada regular (passavam entre dez e 15 por ano).
Com LeBron James, foi totalmente o oposto. Com o League Pass há mais de dez anos no Brasil, foi possível ver muito mais da metade de seus jogos na NBA. E com alguma margem de segurança.
Partido disso, com mais de 30 anos acompanhando NBA, tomo o maior cuidado na hora de fazer listas. E sabe de uma coisa? Ainda acho Jordan, mas a diferença para LeBron é menor do que muita gente imagina.
Agora, quer uma polêmica muito mais legal? Veja a análise de Matheus Carvalho, aqui do Jumper Brasil, em seu perfil no X.
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