A chegada de Donovan Mitchell ao Cleveland Cavaliers anunciava uma nova fase em sua carreira na NBA, com o fim de rumores de trocas. Mas, menos de um ano depois, as especulações estão de volta. A continuidade do jovem astro em Ohio é razão de dúvidas crescentes, afinal, nos bastidores da liga. De acordo com vários jornalistas, o ala-armador não vai assinar uma extensão com a franquia.
“Eu não acho que exista qualquer chance de Donovan acertar uma extensão com o Cavs. Por isso, no lugar dos dirigentes da equipe, buscaria uma troca por ele hoje. Vão conseguir mais ativos enquanto tiver dois anos de contrato do que só um. Eu não vejo um cenário, por enquanto, em que ele vá querer ficar em Cleveland. Mas entendo que não vão proceder assim”, afirmou Tim Bontemps, da ESPN.
O Cavaliers, em primeiro lugar, não era um dos destinos preferenciais de Mitchell em sua saída do Utah Jazz. Como resultado, a notícia da troca foi uma surpresa enorme. E, da mesma forma, exigiu um enorme investimento. O time repassou Collin Sexton, Ochai Agbaji, Lauri Markkanen, três escolhas de primeira rodada de draft e direito de troca de posição em outras duas.
Não há nenhum interesse, a princípio, da franquia de Ohio em trocar o craque. A magnitude da negociação e os ativos investidos, certamente, sugerem o máximo esforço da equipe em mantê-lo. Ele possui, além disso, um vínculo garantido até 2025. Mas essa postura pode mudar rapidamente a depender da evolução de sua situação contratual.
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Extensão
Mitchell torna-se elegível a uma extensão prévia máxima de US$260 milhões por cinco temporadas nessa offseason. Mas a situação é bem mais complexa do que parece. O ala-armador deve receber essa proposta e recusá-la, mas isso não vai ser um sinal concreto de que queira sair. O seu atual contrato, na verdade, tem uma cláusula de alongamento para a temporada 2025-26 que complica tudo.
Essa opção contratual, em síntese, transforma qualquer extensão prévia em uma alternativa menos rentável para o astro. Quanto mais próximo do fim do vínculo, para resumir, maior torna-se o seu salário projetado. A diferença é brutal. Caso espere 2025 e recuse a cláusula para testar o mercado, ele projeta poder assinar um contrato máximo de US$372 milhões.
O risco para o Cavaliers, então, é muito difícil de ser calculado. O ala-armador vai rejeitar extensões, caso diga não mesmo, pela vontade de ir embora ou por mais dinheiro simplesmente? “Eu acho que Donovan nunca cogitou um acordo prévio, mas o Cavs também sabia disso. A pressão deve ficar mais intensa em 2024, no ano final garantido de vínculo”, apontou Brian Windhorst, da ESPN.
Nova Iorque
Não é segredo para ninguém que, entre tantas possíveis trocas, o destino favorito de Donovan Mitchell na NBA era o New York Knicks. E por várias motivações. Ele viveu a infância em Nova Iorque e, como resultado, era torcedor do time quando criança. Por isso, quando ficou evidente que seria trocado pelo Jazz, ele apostava que estava à caminho de sua terra natal.
“Eu não falei muita coisa nos últimos meses e só acompanhei os rumores. Então, não vou mentir para vocês: pensei que retornaria para casa. Mas, quando fiquei sabendo que era o Cavaliers, também fiquei muito feliz. Trata-se de uma ótima organização e, além disso, possui um elenco de talentos fenomenais”, revelou o ala-armador, em sua apresentação em Cleveland.
Mas os laços de Mitchell com o Knicks não param por aí. O presidente de operações nova-iorquino, Leon Rose, foi o primeiro empresário do jogador na NBA. A franquia ainda contratou um dos assistentes favoritos do astro nos tempos de Jazz, Johnnie Bryant. Tudo fez parte de uma estratégia, aliás, traçada pela equipe ainda em 2020 para tentar recrutar o atleta.
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Sem troca
Os rumores de trocas com Donovan Mitchell ao redor da NBA não devem parar tão cedo. É uma história em andamento e, como já citado anteriormente, só tende a crescer nos próximos meses. Um início de temporada abaixo das expectativas do Cavaliers, por exemplo, vai impulsionar essas especulações. Mas o gerente-geral Koby Altman garante que não tem planos para mudanças agora.
“A nossa intenção é manter a base de Donovan, Darius [Garland], Evan [Mobley] e Jarrett [Allen] junta por muito tempo. Eu não faço promessas nessa liga, mas os quatro sabem o quanto são importantes para o nosso projeto. Várias equipes ligam para tentar negociações por esses caras, pois esse é o trabalho dos dirigentes. Mas não há motivos para quebrarmos esse núcleo”, sentenciou o executivo.
Poucos times têm uma base que é competitiva hoje e oferece grande potencial em longo prazo. Portanto, Altman vê o Cavs em uma situação privilegiada para tomar decisões precipitadas. “Esse é um elenco jovem, então tem tudo para melhorar a cada ano. E, além disso, essa é uma base que já venceu 51 jogos na temporada passada. Temos muita lenha para queimar, certamente”, concluiu o GM.
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