Fonte: David Becker / AFPComparar nomes da atualidade com lendas da NBA é um costume desde os tempos que o atleta está no draft. Mas, geralmente, essas comparações são ditadas por um mesmo estilo de jogo ou posição. Willie Green, nesse sentido, inovou nessa quarta-feira ao ver um paralelo entre dois jogadores inesperados. O treinador do New Orleans Pelicans apontou similaridades entre Brandon Ingram e Allen Iverson.
“Certamente, existem muitas semelhanças bem claras entre Allen e Brandon. Eles têm, antes de tudo, uma versatilidade especial de fazer cestas. Podem arremessar de longa distância, atacar a cesta e finalizar ou chegar à linha dos lances livres. Também podem criar e arremessar na média distância, ao mesmo tempo. Além disso, acho que os dois jogam melhor quando estão bravos com algo”, explicou o experiente técnico.
É provável que Green seja a pessoa mais indicada para falar sobre os dois jogadores em paralelo. Afinal, além de ser o treinador de Ingram hoje, o então ala-armador jogou as três primeiras temporadas na NBA com Iverson. Ele foi selecionado pelo Philadelphia 76ers no draft de 2003 e, assim, atuou com o integrante do Hall da Fama. O paralelo pode parecer ao acaso, mas Green revela ter um surpreendente fundamento.
“Essa comparação é engraçada porque Allen era um dos jogadores favoritos de Brandon quando criança. Então, há um bom motivo para essas similaridades. É óbvio que Allen é um Hall da Fama, mas Brandon também é um fantástico pontuador que não se cansa de nos surpreender. Ele consegue cestas para o nosso time das mais diferentes formas”, completou o técnico de 42 anos.
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Digam o que quiserem
Uma questão em que Ingram tenta ficar mais próximo de Iverson é a atitude. O ídolo do Sixers ficou conhecido por causa de sua postura desafiadora e estilo único. O atual líder do Pelicans, por outro lado, sempre foi visto como uma personalidade mais introspectiva e quieta. Como a lenda da NBA, o ala quer aprender a importar-se menos com o que os outros dizem.
“Se você ouve tudo o que dizem na televisão e redes sociais, começa a ser questionar se é bom o bastante. Eu costumava levar muito a sério porque queria agradar todo mundo. Mas, agora, o meu foco mudou. A única pergunta que faço para mim mesmo é se estou fazendo as coisas certas para melhorar. Entendi que, às vezes, o que os outros falam é só besteira”, contou o jovem astro.
Outra coisa que o tempo mostrou para Ingram é a impossibilidade de ser um “robô” nos esportes. Saber mostrar as emoções, em síntese, também é uma virtude. “Ouvia muito, desde bem jovem, que não podia deixar as emoções aparecerem dentro de quadra. No entanto, eu não preciso ser assim. Existem instantes em que ainda tenho uma postura impassível. Mas há vezes em que você precisa deixar tudo sair”, desabafou.
Dominante
O técnico do Pelicans lembrou de Iverson durante a atuação de Brandon Ingram contra o Washington Wizards. O ala estabeleceu a sua maior marca da temporada ao anotar 40 pontos na vitória. Converteu 14 de 23 tiros de quadra, além de 11 dos 12 lances livres cobrados. Para Green, assim como acontecia com o ícone da NBA, o pontuador de Nova Orleans teve uma atuação dominante.
“Brandon foi simplesmente incrível hoje, para resumir. Ele dominou o jogo do primeiro ao último minuto e comandou essa vitória. Não tivemos um bom início, mas esse cara converteu cesta após cesta quando mais precisamos. Teve uma boa atuação defensiva, além disso. No geral, aliás, essa foi uma grande performance de Brandon”, elogiou o treinador e fã do astro.
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