Bhullar precisa oferecer algo além do marketing para permanecer na NBA

Pivô se tornou o primeiro jogador com ascendência indiana a ingressar na liga, mas para permanecer isso não é o suficiente

Fonte: Pivô se tornou o primeiro jogador com ascendência indiana a ingressar na liga, mas para permanecer isso não é o suficiente
(Foto: AP)

Sim Bhullar passou despercebido pelo Draft (Foto: AP)

A temporada regular chegou ao fim. Mas um assunto inusitado ainda pode ser debatido. O jogo entre Sacramento Kings e Minnesota Timberwolves, no dia 7 de abril, tinha tudo para ser uma partida sem nenhum atrativo, pois reunia duas das piores franquias da NBA na atual temporada. Mas, por causa de um fato histórico, chamou a atenção de todos. Sim Bhullar entrou pela primeira vez em quadra pelo Kings e se tornou o primeiro atleta com ascendência indiana a atuar na liga.

Filho de indianos que atualmente administram um posto de gasolina em Toronto, Bhullar, de 2,26m, jogou basquete universitário, entre 2012 e 2014, pela New Mexico State, onde ele e seu irmão Tanveer tinham bolsa de estudos. O pivô se inscreveu no último Draft da NBA, mas não foi selecionado. Mesmo assim, se juntou ao elenco do Kings na Liga de Verão (liga de pré-temporada), antes de se tornar atleta do Reno Bighorns, da Liga de Desenvolvimento (D-League). Em 2 de abril, o canadense assinou um contrato de dez dias com a franquia da Califórnia.

Muito se falou que o indiano foi contratado somente para o Kings vender camisas pelo mundo. Matéria do site americano “Bleacher Report” aponta que a ação foi um ato oportunista de fim de temporada. De fato, o marketing pode ter sido um aspecto importante, pois o nome da franquia foi muito falado em função disso – somente na quinta-feira em que Bhullar foi anunciado, seu nome foi mencionado pelo menos 20 mil vezes no Twitter.

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Vale lembrar, porém, que a bola não mente. Não basta que Bhullar tenha aspectos que chamam a atenção publicitariamente, é preciso jogar basquete. Claro que o pivô não é nenhum desentendido de basquete, mas não sabemos se ele tem nível suficiente para permanecer na NBA. Somou médias de 10.3 pontos, 8.8 rebotes e 3.9 bloqueios por jogo, além de liderar a liga com um rendimento de 72,7% nos arremessos em seus 39 jogos (17 como titular) com o Reno Bighorns nesta temporada da D-League. Em média de bloqueios, Bhullar perde apenas para Hassan Whiteside, atualmente pivô do Miami Heat, que registrou média de cinco tocos nos seus quatro jogos nesta temporada da D-League. Na liga principal, foi colocado em quadra apenas por alguns minutos por George Karl.

Bhullar, que é o sexto atleta mais alto da história da NBA, dificilmente será um grande astro asiático na NBA. Mas ele é um pontapé inicial, uma espécie de embaixador, para o basquete ganhar popularidade em um país que tem uma população de mais de 1,2 bilhão e deve superar a China entre 2016 e 2018 como a economia que mais cresce no globo. Nunca será o primeiro esporte por lá, este é o críquete, mas pode ser o segundo, o que é um objetivo declarado do indiano Vivek Ranadivé, o dono do Sacramento Kings. O fato da equipe ser comandada por um indiano, aliás, é uma das grandes polêmicas em torno da chegada de Bhullar à NBA.

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A franquia da Califórnia é comandada pelo indiano desde 2013. A agremiação foi pioneira na NBA ao lançar uma seção no site oficial toda em língua indiana. Por causa desse vínculo com a franquia, um bom contingente de jornalistas da imprensa da Índia viajou para Sacramento a fim de cobrir a estreia na temporada 2013-2014. Diante de tudo isso, entende-se a contratação de Bhullar. Agora resta saber se ele vai conseguir novos contratos e permanecer na liga.

*Escrevo neste espaço às quintas-feiras. Contato: [email protected]

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