Verdadeiros astros sempre atraem outros grandes jogadores. E isso não é diferente com LeBron James.
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Ao anunciar o seu retorno para o Cleveland Cavaliers, LeBron determinou o futuro próximo da franquia de Ohio. Podem dizer que ele não teve o melhor ano da carreira, que parece arrogante, e pode até mesmo questionar seu estilo de jogo. Mas uma coisa é inegável: ele mudou o cenário da temporada 2014-15.
O Cavs vai disputar apenas a sua segunda final da história. A primeira, em 2006-07, teve LeBron como o protagonista. Entretanto, o time perdeu para o San Antonio Spurs. Três anos depois, James decidiu rumar para a Flórida, onde disputou as últimas quatro finais pelo Miami Heat.
De volta ao Cavaliers, LeBron tem a chance de dar ao time o seu primeiro título. E seria algo como uma redenção pessoal. Afinal, ele deixou Cleveland pela porta dos fundos e logo em seu primeiro ano, conduziu a equipe ao triunfo no Leste.
Podemos dizer que o Leste é mais fácil, o que na teoria é verdade. Mas os adversários do Cavs não foram times fracos e sem condições de encarar de frente. O Chicago Bulls, por exemplo, contava com Pau Gasol, Jimmy Butler, Joakim Noah, e claro, Derrick Rose. Ora, bolas. Por mais que Rose não estivesse em seu melhor momento — o que é verdade e talvez este seja o melhor Rose daqui para a frente — o Bulls ainda tinha grandes jogadores no banco, além de Tom Thibodeau no comando.
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Já nas finais, pegou o Atlanta Hawks. Primeiro colocado na temporada regular, o Hawks é, a grosso modo, um San Antonio Spurs sem grife. Talento? Claro que tinha. O problema é que desde a primeira rodada, ainda contra o Brooklyn Nets, o Hawks não demonstrou a mesma força da fase anterior. Para piorar, DeMarre Carroll assusta todo mundo com uma lesão no joelho. Temi pelo pior e ainda bem que não foi nada. Mas ali o time já tinha perdido o rumo. Kyle Korver estava em baixa quando machucou o tornozelo, enquanto Al Horford e Paul Millsap pareciam estar em outro mundo. Jeff Teague tentou salvar, mas era tarde.
LeBron fez isso sozinho?
Claro que não, porém vamos parar e pensar um pouco.
Anderson Varejão: fora
Kevin Love: fora
Kyrie Irving: não jogou dois dos quatro jogos
Desculpe, não dá para justificar a ausência de Korver ou até mesmo de Horford no segundo tempo do terceiro jogo. O Cavs também esteve sem jogadores importantes.
LeBron faz coisas pequenas, que no final das contas, elevam o time como um todo.
Basta ver as entrevistas pós jogo e vai entender. James está sempre enaltecendo o companheiro e dividindo os louros da vitória com a equipe. Fez isso com J.R. Smith, depois repetiu com Tristan Thompson, Matthew Dellavedova, e Irving.
Vamos pensar mais uma vez.
Thompson foi a quarta escolha do draft de 2011. Até aí, tudo bem. Mas nem cotado para sair ali ele estava. Foi chamado pelo Cavaliers pela carência de jogadores para a posição. Entretanto, o ala-pivô nunca havia convencido de fato que seria um grande jogador. Ele ainda não o fez, de qualquer forma. Porém é só assistir cinco minutos de jogo e vai entender os motivos de LeBron ter cavado renovação do atleta com o time.
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Como acha que Timofey Mozgov, Kendrick Perkins, Iman Shumpert, e Smith, apareceram no elenco no meio da temporada? Tudo isso tem dedo de James. Ele é o responsável direto pela formação do Cleveland Cavaliers, desde Love até o último jogador que chegou. Ou alguém acha que Irving, por mais que seja um futuro franchise player, vai atrair tantos jogadores talentosos assim? Ainda não. Simples assim.
Até ele teve o melhor ano da carreira, mesmo com James ao seu lado. Bizarro, não?
Isso sem contar com Mike Miller, James Jones, e Shawn Marion. Todos vieram no mesmo barco. A chance de eles terminarem suas carreiras com mais um título foi o motivo real de estarem ali. Vão produzir eventualmente, até porque são bons. Só não conseguem fazê-lo com frequência porque a capacidade física já foi embora.
LeBron está perdoado pela imensa maioria dos torcedores do Cavs. Um título em Cleveland, vira unanimidade.
É bom lembrar que do outro lado provavelmente estará um time espetacular, completo, e decisivo. O Golden State Warriors pode colocar água no chopp do Cavs e possui chances reais disso. Mas James deixou claro ao conduzir um time sem dois dos melhores jogadores para uma quinta final de NBA consecutiva que ainda é o melhor jogador desta liga.