Por que Nikola Jokic mudou a posição de pivô na NBA?

Jogadores de garrafão da liga tentam acompanhar o ritmo da mudança

Nikola Jokic pivô NBA Fonte: Mitchell Leff / AFP

As nomenclaturas tradicionais estão cada vez mais obsoletas. Com o estilo de jogo que acontece hoje, raramente você vê um armador como Chris Paul, muito mais organizador. Mas isso tudo deixou de ficar apenas em quadra. Uma posição que mudou muito na NBA foi a de pivô, especialmente por conta de Nikola Jokic. Enquanto alguns ainda tentam jogar como no passado, de costas para a cesta, o sérvio é como Paul, só que absurdamente mais alto.

Jokic organiza o jogo, vê lances acontecendo antes de a bola sair de suas mãos e é quase impossível de ser marcado quando está na linha de três. Nem tanto pelo arremesso, mas pelo passe. Apenas para ter uma ideia de sua eficiência, em 2021/22, ano que venceu o seu segundo MVP, ele teve 7.9 assistências e 3.8 erros de ataque. Ou seja, 2.08 passes decisivos para cada turnover. Claro, ainda muito longe do que Paul fez na carreira até aqui, com um índice de 3.96.

Mas em 2022/23, o pivô Nikola Jokic subiu para 2.72, uma marca praticamente impensável para um pivô na NBA. Aqui, ainda tem uma diferença, já que Jamal Murray não atuou em 2021/22. E para ver o quanto é “contagioso”, Murray estabeleceu o seu recorde pessoal em assistências em 2022/23, com 6.2 e o número de erros ofensivos seguiram na mesma de outros anos, com 2.2.

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Então, não chega a ser exatamente uma surpresa o fato de o Denver Nuggets ser campeão na última temporada. Claro, havia alguma expectativa por conta do talento de Jokic, mas quando Murray voltou às quadras, ficou muito mais difícil de superar um time assim. Imagine quantas equipes na liga conseguem ter uma dupla com 16 assistências por jogo.

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Só para começar, enquanto Trae Young e Dejounte Murray somaram 16.3, nenhum outro jogador do Atlanta Hawks chegou a ter média de 3.0. No Nuggets, Bruce Brown teve 3.4, Reggie Jackson, 3.1 e Aaron Gordon, 3.0. Isso tudo sem contar com o número de erros ofensivos, já que Young cometeu 4.1 na última campanha.

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A comparação aqui é só pelo fato de a dupla Murray e Young liderar em assistências. Se você pegar o Phoenix Suns, por exemplo, teve Chris Paul com 8.9, Devin Booker, com 5.5 e Kevin Durant, com 3.5. Mas quando a eficiência ofensiva não ajuda, pode ter o que for que não resolve.

Enquanto o Nuggets teve a quinta melhor eficiência, o Hawks foi o sétimo da liga. O Suns foi apenas o 14°, justamente porque perdeu poder nas bolas de três. Atlanta contou com uma dupla incrível organizando, mas para quem? O time ficou apenas com o 21° aproveitamento no quesito. Denver? Foi o quarto. E por mais que Phoenix tenha ficado com a sétima posição durante toda a temporada, faltou volume nos playoffs.

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Na troca de Durant, Cam Johnson e Mikal Bridges foram para o Brooklyn Nets. Então, o Suns chegou aos playoffs sem volume suficiente. E o ala ficou com apenas 33.3% na fase de mata-matas.

Por outro lado, o quinteto titular do Nuggets, nos playoffs, acertou 9.8 cestas do perímetro em 24.8 tentativas (39.5%). Então, como é que marca isso? De novo, não é surpresa ver que o pivô Nikola Jokic chegou ao seu primeiro título na NBA.

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Jokic pode ser ainda mais incrível

Pegue, por exemplo, os playoffs. Nikola Jokic manteve os 2.7 de índice assistência para erro de ataque. Foram 9.5 passes decisivos e 3.5 turnovers. Além disso, ele acertou 46.1% do perímetro e, assim, sua pontuação subiu de 24.5 na temporada regular para 30.0 nos mata-matas. Ah, e é claro, Jokic somou 13.5 rebotes. Como é que marca um homem assim?

O Denver Nuggets não chegaria ao título se não tivesse a volta de Jamal Murray às quadras. Apesar de ele não ser um All-Star (acho que acaba isso em 2023/24), seus números foram de um. Claro, existe aquela coisa de popularidade, mas você quer uma razão melhor que um título?

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E para a próxima temporada, eles não terão Bruce Brown para ajudar na defesa e na organização. Mas o Nuggets coloca muita fé em Christian Braun e Peyton Watson para darem o salto em 2023/24. E ainda tem Hunter Tyson, um calouro muito talentoso, aprendendo tudo para o futuro.

Então, o Nuggets vem para a nova campanha com um alvo nas costas e Jokic sabe que seu papel é manter ou subir o nível. Descansado após não participar da Copa do Mundo de Basquete, o pivô vai brigar pelo MVP novamente e pela repetição do título.

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A posição de pivô nunca mais será a mesma na NBA após Nikola Jokic

Pode olhar em toda a liga. Quantos pivôs ainda não arremessam de três? Agora, quantos já estão tentando ajudar na organização de jogadas?

Sim, Joel Embiid é um defensor melhor, ainda joga de costas para a cesta, mas está o tempo todo na linha de três, de frente para a tabela. E quem disse que ele não passa a bola? São 4.2 assistências em cada uma das últimas duas temporadas.

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No Miami Heat, por exemplo, Bam Adebayo ainda não arremessa do perímetro, mas vez ou outra, ele termina jogos com cinco assistências ou mais (já teve duas temporadas acima disso).

Então, é uma tendência em fazer com que o pivô, por sua altura, ajude a encontrar seus colegas livres. Claro, só aqueles que sabem passar, né? Até Nic Claxton, do Brooklyn Nets, já começou a fazer isso. Robert Williams, no Boston Celtics, teve 15 jogos com três passes decisivos ou mais em 2021/22. Ele até conseguiu um triplo-duplo com assistências!

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Embora boa parte do papel do pivô seja aquele de pegar rebotes, bloquear arremessos e fazer o post, muitos já estão tentando participar mais do jogo de outras formas. Até porque, se ficarem perto da cesta, a bola praticamente não chega neles. Daí, sobram apenas os rebotes ofensivos ou uma ponte-aérea aqui e ali.

Quem não viu Rudy Gobert arremessando (e acertando) de três nos treinamentos para a Copa do Mundo?

Esqueça. Aquele pivô do estilo de Shaquille O’Neal está cada vez mais raro. O cara que pega a bola e enterra na cabeça de qualquer um está em falta. Então, aproveite para ver a revolução que Jokic faz na posição e aprecie.

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