As polêmicas dos jogadores no Media Day da NBA

Equipe do site e convidados analisam algumas das declarações mais importantes na reapresentação dos jogadores da liga

jogadores nba media day Fonte: Steph Chambers / AFP

A bola ainda não subiu, mas dá para dizer que a temporada da liga já começou. Os jogadores da NBA se reapresentaram nos últimos dias e tivemos o Media Day dos times. E, como todos os anos, o primeiro contato da imprensa com os elencos foi repleto de surpresas, promessas e polêmicas. Que foram muito além, aliás, do cabelo de Jimmy Butler.

As declarações, certamente, são carregadas por um otimismo típico do começo de temporada. Todo mundo tem chances de chegar aos playoffs, por exemplo. Mas existem aquelas citações engraçadas e momentos inusitados. Provocações entre equipes e atletas vindas da campanha anterior. E, por fim, ainda restam certas polêmicas mais sérias e comentários atravessados.

Mas o que dá para tirar de substancial dessa enxurrada de informação, no fim das contas? Dá para confiar e apostar no que essa galera toda está dizendo? E o que dizer sobre quem não apareceu, não falou e só fez aumentar as especulações em torno do seu nome?

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Convocamos a equipe do Jumper Brasil e o convidado Leonardo Paglioni (podcast Splash Brothers) para analisar algumas das declarações desse ano. As palavras de jogadores e dirigentes no Media Day da NBA, para resumir, são realistas? Ou só conversa de início de pré-temporada? É o que nós vamos discutir agora…

 

1. Chris Paul disse que vai fazer tudo o que for necessário para vencer no Warriors. Vai aceitar começar a temporada na reserva?

Gustavo Freitas: não. São 18 temporadas como titular, então acho bem difícil que ele simplesmente aceite isso por um “bem maior”. Paul quer o título, mas perder o seu status no fim da carreira? Não é fácil, mesmo atuando com Stephen Curry.

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Gustavo Lima: sim. Paul já tem 38 anos e está no instante da carreira em que só ser campeão importa. Assim, acredito que vai deixar a vaidade de lado. Não vejo, além disso, como o Warriors iniciar jogos competitivamente com ele, Curry e Klay Thompson juntos.

Leonardo Paglioni: não. Mesmo que seja o natural nesse momento, Paul sugeriu que quer ser titular desde a primeira declaração como jogador do Warriors. E acho que Steve Kerr vai atender o pedido. Mas imagino que isso vá ser muito debatido durante a temporada – e pode até mudar nos playoffs.

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Victor Linjardi: sim. O que Paul não deve aceitar são poucos minutos em quadra. Mas, se iniciar os jogos no banco e tiver espaço, pode ser até bom para todos. O seu principal concorrente na posição, afinal, é o maior ídolo da franquia.

Ricardo Stabolito Jr: sim. Não vai ficar feliz ou satisfeito com isso, mas não acho que ele tenha opção. Se criar problemas em ser reserva, aos 38 anos de idade em uma equipe como essa, Paul só vai confirmar as teorias dos seus piores críticos.

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2. Deandre Ayton apresentou-se como DominAyton no Blazers. Essa vai ser uma temporada dominante do pivô mesmo?

Gustavo Freitas: não. É ver para crer, pois Ayton nunca provou nenhum tipo de dominância. Exceto na preguiça. Mas tem uma chance agora, né? Sempre possuiu todas as ferramentas físico-atléticas para isso. No entanto, até que consiga fazer a diferença, a resposta é muito não.

Gustavo Lima: não. Mas, como integrante da imprensa, adoro essas declarações. Ao menos, mostrou leveza e bom humor na apresentação. Ayton deverá ser mais acionado no ataque, mas falar em dominância é exagero. Estou curioso para ver a sua parceria com o novato Scoot Henderson.

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Leonardo Paglioni: não. Acho que, fora do ambiente de pressão do Suns, Ayton possa ser melhor jogador e destacar-se mais. Não vai oscilar tanto, por exemplo. Mas isso vai torná-lo um all-star ou pivô TOP 5 da liga? Não. Eu diria que ele vai consolidar-se como um talento importante em um time em reconstrução.

Victor Linjardi: não. Essa pode ser a melhor chance de sua carreira, realmente. Mas Ayton nunca provou ser dominante. É um bom jogador no ataque que ainda precisa evoluir muito defensivamente para ser considerado “DominAyton”.

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Ricardo Stabolito Jr: sim. Vou dar um voto de confiança para alguém que esteve disposto a trazer entretenimento. Sempre achei Ayton, antes de tudo, muito pouco e mal acionado no Suns. Aposto que pode ser um dos melhores pivôs da liga caso tenha uma participação mais ativa e constante no ataque.

 

3. Masai Ujiri deu a entender que Pascal Siakam foi um jogador egoísta na última temporada. Foi mesmo?

Gustavo Freitas: não. Ao menos, não pareceu em quadra. Siakam registrou a sua melhor média de assistências em uma temporada, por exemplo. No entanto, há os rumores de vestiário e anos anteriores. Já foi criticado pelo ex-técnico Nick Nurse por isso. Não acredito, mas não duvido.

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Gustavo Lima: não. O Raptors, para começar, foi uma bagunça na temporada. Os atritos entre jogadores e comissão técnica levaram à demissão de Nick Nurse. E Siakam foi o destaque solitário do time em quadra. Como um ala-pivô com quase seis assistências por jogo pode ser chamado de egoísta? Declaração estranha.

Leonardo Paglioni: não. Acho que, às vezes, Siakam precisava criar mais do que deveria por causa das formações de Toronto. Isso era resultado de um elenco com poucos criadores e jogadores para atuar sem a bola. Então, a estrutura não ajudou.

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Victor Linjardi: não. Não é a característica dele, para começar. Ainda que seja “o cara” da franquia, Siakam sabe dividir a responsabilidade. O executivo deu uma declaração populista para ter uma desculpa caso troque o jogador.

Ricardo Stabolito Jr: não. O seu estilo de jogo pode passar essa impressão. Ele é alguém que explora o jogo individual e, além disso, eu não acho que seja tão bom passador quanto os números sugerem. Dito isso, acho que Ujiri exagerou aí.

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4. James Harden não apareceu no Media Day do Sixers. Isso ajuda ou atrapalha a sua busca para ser trocado?

Gustavo Freitas: atrapalha. Harden dá aula quando o assunto é fazer bobagens em pedidos de troca. É claro que esse tipo de atitude assusta quem possa estar interessado. Mas o Sixers também não se ajuda. A troca precisava sair antes da reapresentação, pois foi a lição deixada pelo caso Ben Simmons.

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Gustavo Lima: atrapalha todos. O poder de barganha da franquia despenca com as presepadas do astro. Harden pediu troca por onde passou e está desvalorizado. Apesar de ter liderado a NBA em assistências na última temporada, a maior parte dos times vai pensar só no ego gigante do armador. É o que fica nos holofotes.

Leonardo Paglioni: atrapalha. Por mais que Harden crie pressão, nós sabemos que Daryl Morey não vai fechar uma troca que considere ruim. Então, isso não contribui para que as outras equipes pensem em fazer uma boa oferta por seus serviços. O cenário em que jogador e time se colocaram é muito ruim.

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Victor Linjardi: ajuda. Aumenta a vontade do Sixer em negociá-lo, acima de tudo. É verdade que deixa as franquias em dúvida se vale a pena apostar nele, mas já era assim antes. Ou seja, deve conseguir o que quer, mas não com um contrato bom.

Ricardo Stabolito Jr: atrapalha. Ele é um mestre nesse negócio, então deve saber o que faz. Mas acho que seria importante Harden aparecer para a mídia, ainda que de forma protocolar. Só tentar provar que a sua forma física está melhor do que as fotos da offseason sugerem, ser político durante as entrevistas.

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5. Para Russell Westbrook, a próxima temporada não tem cara de “título ou nada” para o Clippers. Concorda?

Gustavo Freitas: não. O Clippers está no “tudo ou nada”. Afinal, até quando eles vão manter a ideia de Kawhi Leonard e Paul George juntos sem conquistar um título? Será a quinta temporada com a dupla. Certamente, Steve Ballmer não quer mais ver a equipe naufragar antes da final do Oeste.

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Gustavo Lima: não. A próxima temporada deverá ser a última do Clippers com o núcleo liderado por Kawhi Leonard e Paul George. Por isso, a pressão vai ser maior do que nunca. Os dois astros podem ser agentes livres no ano que vem. Então, um quinto fracasso seguido nos playoffs tende a causar uma reformulação.

Leonardo Paglioni: sim. Os principais jogadores não ficam mais jovens e o título parece cada vez mais longe. Mas eu já me contento em terminar a temporada sem dizer “o time chegou aos playoffs e não contou com os seus astros” mais uma vez. Diria que chegar longe e competir contra os favoritos já seria o suficiente para mim.

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Victor Linjardi: não. Para Westbrook, talvez, realmente não seja. Mas é título ou nada para a franquia. Vai ser a quinta temporada da dupla Kawhi Leonard e Paul George e, até agora, não colheram o que o Clippers esperava. Então, se for mais um ano de decepção, a reformulação é iminente.

Ricardo Stabolito Jr: não. Não são os favoritos, mas Steve Ballmer comprou o Clippers para ser campeão. Então, não há outro resultado. Ao que tudo indica, a grande chance de campeonato para esse grupo já passou. Mas, por ser o último ano dos contratos dos astros da equipe, tentar mais uma temporada com esse mesmo núcleo faz sentido.

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