Os coadjuvantes – San Antonio Spurs das Torres Gêmeas

Gustavo Freitas analisa jogadores que tiveram parte importante nas conquistas dos títulos de 1998-99 e 2002-03

Fonte: Gustavo Freitas analisa jogadores que tiveram parte importante nas conquistas dos títulos de 1998-99 e 2002-03

Toda semana o Jumper Brasil traz um artigo sobre os coadjuvantes de times campeões da NBA. E hoje é a vez de falar sobre o San Antonio Spurs das Torres Gêmeas. Liderada por Tim Duncan e David Robinson, a equipe texana venceu dois campeonatos em cinco anos.

San Antonio Spurs

Títulos: 5
Participação em playoffs: 47
Melhores jogadores da franquia: Tim Duncan, David Robinson, Tony Parker, Manu Ginobili, George Gervin, Sean Elliott e Kawhi Leonard.

1998-99

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Principais jogadores: Tim Duncan – 21.7 pontos, 11.4 rebotes e 2.5 bloqueios / David Robinson – 15.8 pontos, 10.0 rebotes e 2.4 bloqueios
Técnico: Gregg Popovich

https://www.youtube.com/watch?v=hDG4ib2cu3w

Em 1997, o San Antonio Spurs teve um ano terrível. Os principais jogadores faziam fila na enfermaria. David Robinson, então o maior nome da franquia, sofreu a temporada toda com lesões e atuou em apenas seis partidas. Sean Elliott, em 39. O time atuou por boa parte daquela campanha com um veteraníssimo — e cestinha da equipe na temporada — Dominique Wilkins, Avery Johnson jogando no sacrifício e mais um monte de atletas do que seria hoje a G-League. Deu no que deu, Bob Hill perdeu o cargo após três vitórias em 18 jogos e Gregg Popovich, na época GM, assumiu o comando. O Spurs obteve a terceira pior campanha, melhor apenas que Boston Celtics e Vancouver Grizzlies e acabou ficando com a primeira escolha no draft. Tim Duncan foi o escolhido.

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Na temporada seguinte, o Spurs voltou a brigar pelos primeiros lugares, terminando em quarto no Oeste na fase regular, com a certeza que Duncan seria o melhor daquela equipe em questão de tempo. O ala-pivô obteve 21.1 pontos, 11.9 rebotes e 2.5 bloqueios, números similares aos de Robinson: 21.6 pontos, 10.9 rebotes e 2.6 tocos. Apesar disso, o time caiu diante do finalista daquele ano, o Utah Jazz, na semifinal de conferência.

Veio 1998-99 e nada de a temporada começar. Ninguém sabia ao certo o que iria acontecer, pois dirigentes e jogadores travaram uma disputa ferrenha pelo acordo coletivo de salários e aconteceu o locaute. Apenas em fevereiro de 99, depois de muita briga, os jogos começaram. Mas o Spurs apostava cada vez mais suas fichas em Duncan, porém Robinson pleiteava mais oportunidades para arremessar. Nas primeiras 14 partidas, oito derrotas. Popovich chegou a ficar ameaçado no cargo, mas uma sequência de 31 triunfos dos próximos 36 jogos, sendo os primeiros nove de forma consecutiva, deixou o Spurs em condições de brigar pelos primeiros lugares.

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A campanha da equipe foi sensacional nos playoffs. Foram apenas duas derrotas em 17 jogos, já que naquela época, a primeira rodada dos mata-matas era decidida em cinco partidas. Um desses revezes foi contra o Minnesota Timberwolves, de Kevin Garnett. Depois, pegou o Los Angeles Lakers. É bom ressaltar que esse Spurs varreu o Lakers na semifinal de conferência. Ah, o time californiano contava com Shaquille O’Neal, Kobe Bryant, Glen Rice, Derek Fisher, Robert Horry e Rick Fox, base do time três vezes campeão nos anos seguintes. Depois, na final do Oeste, outra varrida, agora diante do Portland Trail Blazers, cheio de grandes jogadores como Damon Stoudamire, Rasheed Wallace, Arvydas Sabonis, Brian Grant e Isaiah Rider. Na decisão, superou o New York Knicks, de Allan Houston, Latrell Sprewell, Marcus Camby e um envelhecido Patrick Ewing em cinco jogos e foi campeão pela primeira vez.

Aí, aquele Lakers que perdeu o rumo de casa no ano anterior, chamou Phil Jackson para treinar as jovens estrelas, após um ano sabático, e o time foi para as finais nas próximas cinco temporadas, sendo campeão em três delas.

2002-03

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Principal jogador: Tim Duncan – 23.3 pontos, 12.9 pontos, 3.9 assistências e 2.9 bloqueios
Técnico: Gregg Popovich

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Em 2002-03, o Spurs tinha Robinson em seu último ano na carreira, enquanto Duncan brilhava e comandava a equipe com sobras, mas contava com um jovem Tony Parker na armação e Manu Ginobili, em seu primeiro ano na NBA. O início daquela temporada, entretanto, não foi de um time com cara de campeão. Foram cinco vitórias nos nove jogos iniciais. Robinson, aos 37 anos, já não acompanhava mais o ritmo de Duncan. Foi necessário investir em Parker como segunda opção ofensiva. Deu certo e o Spurs passou a vencer partidas em sequência, com 19 triunfos nos últimos 23 jogos, lembrando da campanha do primeiro título.

A equipe chegou fortalecida para a disputa dos playoffs e bateu o Phoenix Suns na primeira rodada em seis jogos, mas amplamente melhor durante toda a série. Em seguida, tornou a derrotar o Lakers na semifinal de conferência, mesmo com Shaq e Kobe, também em seis partidas. Na final do Oeste, mais briga, agora, contra o Dallas Mavericks de um trio formado por Dirk Nowitzki, Steve Nash e Michael Finley. De novo, o Spurs precisou de seis embates para seguir em frente, apesar de Nowitzki ter se machucado durante a disputa e perdido os últimos três jogos. Na final, contra o New Jersey Nets, adivinhe: seis partidas. O Nets tinha Jason Kidd e Richard Jefferson em grande fase, além de um Kenyon Martin como pouco se viu depois daquele período. Duncan foi o MVP das finais, o segundo dos três de sua carreira.

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Os coadjuvantes

Sean Elliott

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Duas vezes All Star, Sean Elliott fez quase toda a carreira pelo San Antonio Spurs, exceto em 1993-94, quando atuou pelo Detroit Pistons. Logo após o primeiro título, Elliott anunciou que tinha uma doença no rim e precisava de um transplante. Em março de 2000, ele tornou-se o primeiro jogador da NBA transplantado e ainda jogou mais uma temporada, anunciando aposentadoria um ano mais tarde. Ele tem a camisa 32 retirada pelo time texano.

Avery Johnson

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Avery Johnson passou três vezes pelo San Antonio Spurs, sendo titular em 538 dos 644 jogos. Na terceira passagem, a melhor delas, Johnson chegou a ter uma temporada de 13.1 pontos e 9.6 assistências. Não era exatamente o melhor arremessador de todos os tempos: 14.5% de aproveitamento de três na carreira, mas era um líder em quadra. Aposentou-se aos 38 anos, em 2003-04 e, em 2005, já era técnico do Dallas Mavericks. Foi eleito o melhor técnico da temporada 2006 e tem a camisa 6 retirada pelo Spurs.

Malik Rose

https://www.youtube.com/watch?v=nAn60CcyyAM

O ala-pivô Malik Rose fez parte dos dois primeiros títulos do San Antonio Spurs com a mesma função: sair do banco de reservas com energia para brigar dentro do garrafão. Rose foi importantíssimo, principalmente no segundo campeonato, quando Robinson estava em fim de carreira. Ele teria sido tricampeão em 2004-05, mas foi negociado para o New York Knicks, atuando por lá até 2008-09, quando foi trocado para o Oklahoma City Thunder. Rose aposentou-se naquela campanha, aos 34 anos.

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Mario Ellie

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Campeão pelo Houston Rockets em duas oportunidades, Mario Elie chegou ao San Antonio Spurs em 1998-99 e já ganhou de novo. Aos 35 anos, ele foi titular em 37 dos 47 jogos daquela temporada, convertendo 37.4% dos arremessos de três (acertou 39.8% no ano seguinte). Aposentou-se em 2000-01, no Phoenix Suns. Foi assistente entre 2003 e 2016.

Steve Kerr

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Atual técnico do Golden State Warriors, Steve Kerr havia sido três vezes campeão com o Chicago Bulls e, com as saídas de Michael Jordan, Scottie Pippen e Dennis Rodman, ele também deixou a equipe e foi para o San Antonio Spurs. Por lá, fez parte dos elencos vencedores de 1998-1999 e 2002-03, totalizando cinco títulos como jogador. No Warriors, venceu três dos últimos cinco anos como treinador.

Jaren Jackson

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Jaren Jackson era um jogador mediano, com passagens sem brilho algum sete equipes antes de chegar ao San Antonio Spurs. Jackson era uma boa opção para o arremesso de longa distância e não muito mais que isso. Ele é pai do ala-pivô Jaren Jackson Jr, do Memphis Grizzlies.

Jerome Kersey

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Depois de 11 temporadas no Portland Trail Blazers, o ótimo defensor Jerome Kersey passou a rodar pela NBA, passando pelo Golden State Warriors, Los Angeles Lakers e Seattle Supersonics antes de fechar com o San Antonio Spurs para o ano do primeiro título. Não tinha muito espaço, aos 37 anos. Na temporada seguinte, foi para o Milwaukee Bucks, onde encerrou a carreira. Kersey faleceu em 2015, em decorrência de embolia pulmonar.

Antonio Daniels

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Sabe aquele jogador que deu sinais que faria algo maior na NBA? Antonio Daniels foi um desses. Mesmo não tendo grande sucesso na liga, o armador foi peça importante na rotação do Spurs entre 1998-99 e 2001-02. Foi campeão e depois rodou pela liga: Seattle Supersonics, Portland Trail Blazers, Washington Wizards, New Orleans Hornets e Philadelphia 76ers. Parou de jogar em 2010-11, aos 35 anos.

Tony Parker

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Tony Parker ficou 17 anos no San Antonio Spurs e só saiu de lá ao fim de 2017-18, quando fez uma temporada pelo Charlotte Hornets. O francês obteve um prêmio de MVP das finais em 2006-07 e foi para o Jogo das Estrelas em seis oportunidades. Parker participou de quatro títulos da franquia e, em 2002-03, já era o segundo cestinha da equipe na campanha.

Manu Ginobili

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Quatro vezes campeão pelo San Antonio Spurs, o argentino Manu Ginobili obteve seu primeiro título no ano de estreia, ainda com pouco tempo de quadra. Vencedor das Olimpíadas de 2004, Ginobili ficou no time texano por 15 temporadas e foi para dois Jogos das Estrelas. Encerrou a carreira em 2018, aos 40 anos.

Bruce Bowen

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Conhecido pela ótima defesa, Bruce Bowen era também um grande arremessador de três pontos, tendo aproveitamento superior a 40% em cinco das oito temporadas pelo San Antonio Spurs. Nas outras três, seu menor índice foi de 36.3%. Parou aos 37 anos em 2008-09, com três títulos no currículo.

Steve Smith

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Steve Smith chegou veterano no San Antonio Spurs, após passar a carreira toda com calibre para ser All Star. De fato, foi uma vez, em 1997-98. Ótimo arremessador, acertou incríveis 47.2% de três um ano antes de seu único título na carreira. Seu papel no Spurs, no entanto, era mais de suporte aos principais jogadores. Parou em 2004-05, aos 35 anos. Hoje, ele é analista da TNT.

Stephen Jackson

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O ala e ala-armador Stephen Jackson ficou somente duas temporadas no San Antonio Spurs e foi titular em 58 dos 80 jogos em 2002-03. Depois, foi para o Atlanta Hawks e, em seguida, para o Indiana Pacers. Por lá, foi um dos protagonistas da maior briga de todos os tempos na NBA e pegou um gancho de 30 jogos e perdeu cerca de US$1.7 milhão por isso. Em 2009-10, virou ala-pivô no esquema de Don Nelson e depois foi trocado para o Charlotte Hornets. Ainda voltou ao Spurs em 2011-12 e fez mais uma temporada na equipe, antes de finalizar a carreira no Los Angeles Clippers, aos 35 anos.

Kevin Willis

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Kevin Willis iniciou a carreira no Atlanta Hawks, em 1984-85 e jogou por lá até 1994-95. Pelo Hawks, ele foi para o Jogo das Estrelas em 1991-92 após obter 18.3 pontos e 15.5 rebotes. Depois, passou por Miami Heat, Golden State Warriors, Houston Rockets, Toronto Raptors e Denver Nuggets antes de fechar com o San Antonio Spurs. Aos 40 anos, fez 71 partidas e obteve o seu primeiro e único título da carreira. Ele jogou até 2004-05, parando de jogar no Hawks, como desejava. No entanto, em 2006-07, o Dallas Mavericks o convidou para retornar e fez mais cinco jogos, aos 44 anos.

Speedy Claxton

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Craig Claxton, conhecido mais como Speedy, teve a carreira encurtada por uma lesão no joelho. Começou em 2001-02, no Philadelphia 76ers, fez 30 jogos no San Antonio Spurs no ano do título. Depois, ganhou espaço no Golden State Warriors, mas logo foi trocado para o New Orleans Hornets. Em 2006-07, atuou pelo Atlanta Hawks, mas sofreu a contusão que o tirou de toda a temporada seguinte. Tentou voltar em 2008-09, porém fez apenas duas partidas e parou aos 30 anos.

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