Os coadjuvantes – Detroit Pistons dos ‘Bad Boys’

Gustavo Lima fala dos jogadores que tiveram parte importante nas conquistas dos títulos de 1989 e 1990

Fonte: Gustavo Lima fala dos jogadores que tiveram parte importante nas conquistas dos títulos de 1989 e 1990

Semana após semana o Jumper Brasil traz um artigo sobre os coadjuvantes de times campeões da NBA.

A franquia homenageada de hoje é o Detroit Pistons, bicampeão nas temporadas 1988/89 e 1989/90, e um dos times mais odiados da história da liga pelo jogo extremamente físico, agressividade defensiva, provocações, encaradas, que flertava com o desleal em alguns momentos. Não por acaso, ganhou o apelido de ‘Bad Boys’.

DETROIT PISTONS

Títulos: 3 (1989, 1990, 2004)
Participações em playoffs: 42
Melhores jogadores da franquia: Isiah Thomas, Joe Dumars, Chauncey Billups, Bob Lanier, Davie Bing, Grant Hill, Richard Hamilton, Dave DeBusschere.

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1988-89

Principais jogadores: Isiah Thomas – 18.2 pontos, 3.4 rebotes, 8.3 assistências, 1.7 roubo de bola, 46.4% de acertos nos arremessos de quadra / Joe Dumars – 17.2 pontos, 2.5 rebotes, 5.7 assistências, 50.5% de acertos nos arremessos de quadra
Técnico: Chuck Daly

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Em 1987/88, após passar com facilidade pelo Chicago Bulls de um certo Michael Jordan, e finalmente desbancar o poderoso Boston Celtics de Larry Bird e companhia, vencedor de três títulos na década de 80, nas finais do Leste, o Pistons chegou à decisão da NBA pela terceira vez em sua história.

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Na grande final, o time de Detroit foi batido pelo estrelado Los Angeles Lakers de Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy, em uma eletrizante série de sete partidas.

Na campanha seguinte, o Pistons manteve a base comandada por Chuck Daly. No meio da temporada, o veterano ala Adrian Dantley, cestinha do time até então, foi trocado para o Dallas Mavericks, após desentendimentos com a estrela da equipe, Isiah Thomas.

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Na negociação, o Pistons recebeu o também ala Mark Aguirre, que havia sido All-Star nos dois anos anteriores. A troca foi a cereja do bolo que faltava para o time de Detroit subir de patamar, já que Aguirre aceitou bem o seu papel de coadjuvante de luxo e trouxe mais força à defesa da equipe.

O Pistons terminou temporada regular com a melhor campanha, com 63 vitórias e 19 derrotas, o que credenciou a equipe ao título. Nas duas primeiras rodadas dos playoffs, o time foi arrasador: varreu o Celtics de Bird e o Milwaukee Bucks. Na final de conferência, mais uma vez bateu o Bulls de Jordan, em uma série de seis partidas.

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Na grande decisão, mais um duelo contra o Los Angeles Lakers. Desta vez, o Pistons foi impiedoso e não deu chances ao rival. Resultado: varrida, a consagração de Joe Dumars como MVP das finais e o primeiro título da franquia.

1989-90

Principais jogadores: Isiah Thomas – 18.4 pontos, 3.8 rebotes, 9.4 assistências, 1.7 roubo de bola, 43.8% de acertos nos arremessos de quadra / Joe Dumars – 17.8 pontos, 2.8 rebotes, 4.9 assistências, 48.0% de acertos nos arremessos de quadra
Técnico: Chuck Daly

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Os atuais campeões mantiveram a base vencedora para a temporada seguinte. A única mudança foi a saída do ala-pivô Rick Mahorn. Em 1989, a NBA fez um draft de expansão por conta da chegada de duas novas franquias: Orlando Magic e Minnesota Timberwolves. Pelas regras, as equipes poderiam ‘proteger’ apenas oito jogadores, evitando, assim, que eles ficassem disponíveis para o draft de expansão. O Pistons decidiu abrir mão de Mahorn e o jogador, que ficou visivelmente magoado, deixou a franquia rumo ao Timberwolves. Só que ele não aceitou jogar pelo time de Minnesota e foi trocado para o Philadelphia 76ers.

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Sem Mahorn na equipe, Dennis Rodman teve mais espaço e venceu o prêmio de defensor do ano, além de ter sido selecionado para o seu primeiro All-Star Game.

Em 1989/90, a equipe de Detroit fez a melhor campanha do Leste (59 vitórias e 23 derrotas), mas, em uma eventual chegada às finais, não teria vantagem de mando de quadra contra o Los Angeles Lakers, que havia tido o melhor recorde na ocasião.

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Nas duas primeiras rodadas dos playoffs, o Pistons venceu Indiana Pacers e New York Knicks com facilidade. Na final do Leste, o adversário novamente seria o Bulls. Em uma série épica e bastante física, que chegou a sete jogos, o Pistons bateu a equipe de Chicago. Pelo terceiro ano seguido, o time de Detroit eliminou Michael Jordan e companhia.

Nas finais, o adversário foi o Portland Trail Blazers, já que o favorito Lakers havia sido eliminado na segunda rodada dos playoffs do Oeste pelo Phoenix Suns. Liderado pelo quarteto Clyde Drexler, Terry Porter, Jerome Kersey e Kevin Duckworth, o Blazers, que ainda tinha o jovem Dražen Petrović em seu elenco, alcançou a decisão após eliminar o azarão Suns na final de conferência.

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Sem o Lakers no caminho, o Pistons tornou-se o favorito naquela decisão e não decepcionou.
Comandado pelo MVP das finais, Isiah Thomas, o time de Detroit alcançou o bicampeonato ao fazer 4 a 1 na série derradeira, com direito a três vitórias seguidas em Portland. Odiado pelo restante da liga, o Pistons definitivamente entrava para a história com o segundo título dos ‘Bad Boys’.

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OS COADJUVANTES

Bill Laimbeer

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Hoje treinador na WNBA (Las Vegas Aces), Bill Laimbeer não tinha a menor cerimônia em ‘descer o braço’ no garrafão e tinha uma péssima reputação em quadra, tanto que se envolvia com frequência em brigas, condutas antidesportivas e discussões acaloradas. Um autêntico ‘fio desencapado’. Por isso, é considerado um dos jogadores mais desleais da história. Mas ele era muito mais do que um pivô que fazia o trabalho ‘sujo’. Ele até matava bolas do perímetro, algo raro naquela época. Em Detroit, ele atuou por 12 temporadas (entre 1982 e 1993), sendo campeão em 89 e 90, e escolhido quatro vezes para o All-Star Game (1983, 1984, 1985 e 1987). Laimbeer é o maior reboteiro da história da franquia (9.430), o terceiro com mais minutos em quadra (30.602) e o quinto em pontos anotados (12.665) e em tocos (857). Como não poderia deixar de ser, ele tem a camisa #40 aposentada pelo Pistons.

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Dennis Rodman

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Um dos jogadores mais polêmicos da história da NBA, Dennis Rodman não era tão maluco assim na época em que atuou pelo Pistons (tá bom, só um pouquinho). Selecionado pela franquia na segunda rodada do draft de 1986 (pick 27), o exímio defensor atuou em Detroit até 1993. Pelo Pistons, ele conquistou dois anéis de campeão, foi escolhido duas vezes para o All-Star Game (1990 e 1992), duas vezes eleito defensor do ano (1990 e 1991) e cinco vezes selecionado para o time ideal de defesa da NBA (1989-1993). Atuando nas posições 3 e 4, Rodman teve o número #10 aposentado pela franquia. Ele ainda conquistou mais três títulos da liga, curiosamente, pelo Chicago Bulls de Michael Jordan, grande rival dos ‘Bad Boys’ de Detroit.

 

Mark Aguirre

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Como citado acima, Mark Aguirre chegou ao Pistons na troca que culminou na saída de Adrian Dantley de Detroit. Peça importante no bicampeonato dos ‘Bad Boys’, já que contribuía nos dois lados da quadra, o ala atuou pela franquia entre 1989 e 1993. Aguirre se encaixou bem na equipe porque aceitou o papel de coadjuvante. Vale lembrar que, quando atuou pelo Dallas Mavericks, ele foi selecionado para o All-Star Game em três oportunidades (1984 ,1987 e 1988). Suas médias pelo Pistons foram de 12.9 pontos e 3.8 rebotes.

 

Vinnie Johnson

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Segundo reserva com maior tempo de quadra no time dos ‘Bad Boys’, Vinnie Johnson também foi importante nos dois títulos do Pistons. O combo guard era conhecido pela capacidade de marcar muitos pontos vindo do banco e participava da rotação de backourt da equipe, junto com as estrelas Thomas e Dumars. Johnson entrou para a história do Pistons ao fazer a cesta do bicampeonato da equipe, no último segundo do quinto jogo da série contra o Blazers, em 1990. Sétimo cestinha da franquia em todos os tempos (10.146 pontos), ele atuou em Detroit entre 1981 e 1991 e teve o número #15 aposentado.

 

James Edwards

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James Edwards foi reserva no primeiro título, e titular no bicampeonato (com a saída de Mahorn), quando fez ótima dupla de garrafão com Laimbeer. Ele atuou por quatro temporadas em Detroit (1988-1991) e teve médias de 11.2 pontos e 3.6 rebotes. Em 1987, quando defendia o Phoenix Suns, Edwards chegou a ser indiciado, junto com alguns companheiros de equipe, por tráfico de cocaína, mas nunca foi a julgamento. No acordo judicial, o pivô foi obrigado a se submeter a um programa de aconselhamento sobre drogas. Em 1996, no fim da carreira, Edwards conquistou o seu terceiro anel de campeão e, por ironia do destino, com o Chicago Bulls, ‘freguês’ do Pistons antes da dinastia de Jordan e companhia nos anos 90.

 

John Salley

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John Salley atuava nas posições 4 e 5 e era o reserva imediato no garrafão dos ‘Bad Boys’. Grande protetor de aro, ele defendeu o Pistons entre 1986 e 1992, e angariou médias de 7.5 pontos, 4.6 rebotes e 1.5 toco. Comunicativo, Salley se tornou apresentador de talk show e participou de alguns filmes, dentre eles… Bad Boys e Bad Boys II, estrelados pela dupla Martin Lawrence e Will Smith. O pivô ainda conquistou mais dois títulos na NBA – Bulls em 1996 e Lakers em 2000. Salley foi o primeiro jogador da história da NBA a ser campeão por três equipes diferentes (o outro foi Robert Horry) e o primeiro a conquistar títulos em três décadas diferentes (Tim Duncan também alcançou esse feito pelo Spurs).

 

Rick Mahorn

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Fechando o time de coadjuvantes do Pistons, aparece Rick Mahorn, que foi titular no primeiro título da franquia. Era o menos técnico dos pivôs do time e, talvez, o mais ‘Bad Boy’ dos ‘Bad Boys’. Mahorn adorava o jogo mais físico, fazia muito bem o trabalho ‘sujo’ no garrafão e distribuía marretadas e cotoveladas sem dó nos adversários, com direito a faltas flagrantes e confusões em quadra. É considerado, ao lado de seu ex-companheiro Bill Laimbeer, um dos atletas mais desleais da história da NBA. O curioso é que ele foi auxiliar de Laimbeer no Detroit Shock (ex-time da WNBA) e, juntos, conquistaram dois títulos da melhor liga feminina do mundo.

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