Comecei isso pensando de uma forma da qual eu não costumo pensar e não concordo quando o fazem, na maioria das vezes: Comparar algum fato de um esporte com outro, de outra modalidade. Mas dessa vez, consegui enxergar certa relação. Aqui no Brasil, existe um jogador que começou muitíssimo bem, mas que hoje não consegue repetir as atuações de antes. Paulo Henrique Ganso, camisa 10 do São Paulo FC, não é um jogador ruim, mas é muito questionado por seu nível atual, principalmente pelas pessoas que ainda esperam a volta do “Ganso de 2010”.
Derrick Rose, armador do Chicago Bulls, depois das seguidas lesões, assim como Ganso, está longe do nível de jogador ruim, porém, ele também vive e joga em volta de pessoas que ainda esperam que ele volte à sua antiga forma. Mas para ambos os casos, existe a pergunta inevitável: E se essa forma nunca mais voltar? Eu acredito que a resposta seja desanimadora para os que ainda acreditam no possível retorno. Ganso e Rose simplesmente são os jogadores do atual momento. Mais uma vez, isso não quer dizer que são ruins e descartáveis para suas respectivas equipes, mas sim, que talvez nós tenhamos que aceitar o momento atual e não esperar pela retomada do antigo nível sempre que um dos dois tem uma ótima atuação.
Entretanto, deixemos o futebol e o senhor Ganso de lado. Aliás, ele serviu apenas para fazer uma comparação da esperança que algumas pessoas ainda têm sobre um retorno à antiga fase, já que o caso do jogador brasileiro não envolve apenas lesões para justificar sua queda de rendimento. Derrick Rose ainda é um dos principais jogadores do Bulls e, caso se mantenha saudável -plano que não se inicia muito bem, já que o armador sofreu uma fratura no rosto em seu último treino- será crucial para a campanha positiva da franquia em 2015/16. Porém, existe mais uma pergunta que cerca o armador e a franquia: E se o “dono” do time for outro atleta?
Jimmy Butler vem de uma ótima temporada, onde mostrou sua já conhecida e eficiente defesa, além de uma evolução muito grande no ataque (foi de 13.1, para 20 pontos de média por partida). Levou o premio de jogador que mais evoluiu e foi chamado para o Jogo das Estrelas. Eu acredito que sim, Jimmy Butler tem tudo para ser o principal jogador do Bulls, mesmo com a presença de Rose. E o próprio atleta se mostra confiante para crescer ainda mais e mostrar que a última temporada não foi apenas uma fase, realizando treinos para evoluir ofensivamente e até desenvolvendo suas habilidades de armação de jogadas. O novo técnico da equipe, Fred Hoiberg, fez elogios à Butler no início do período de treinos oficial e afirmou que o jogador está em ótima forma e que expandiu seu jogo ainda mais. Além disso, assinou uma extensão contratual com a franquia e permanece por mais cinco anos em Chicago.
Eu não gostaria de pensar assim, mas acredito que o nível atual de Rose será mantido até o fim de sua carreira. Isso significa que ele ainda pode ser muito útil para qualquer equipe, mas não com o calibre de jogador que carrega o time nas costas. Posso soar pessimista demais – e torço para estar errado-, mas não consigo enxergá-lo totalmente livre de problemas físicos e atuando no mesmo nível de antigamente.
É claro que Rose sempre terá os holofotes por tudo que ele conseguiu fazer antes de ser amaldiçoado pelas lesões e que, por mais que o número de pessoas que não acreditam no “retorno” cresça, sempre irão existir aquelas que ainda esperam por isso e se empolgam quando o atleta decide uma partida. Porém, caso Butler mantenha sua evolução, uma mudança de papéis pode ocorrer e, o principal responsável pelo sucesso da franquia nos próximos anos deve vestir a camisa de número 21, em vez da sempre campeã de vendas, número 1.