Memphis Grizzlies é capaz de superar o drama de Ja Morant?

Equipe precisa superar os 25 jogos iniciais da temporada sem sua grande estrela

Memphis Grizzlies Ja Morant Fonte: Andrew D. Bernstein / AFP

A temporada 2023/24 será um desafio para o Memphis Grizzlies, que não terá o craque Ja Morant nos primeiros 25 jogos da campanha. No entanto, mesmo com a suspensão vigente, alguns movimentos interessantes no mercado mantêm a expectativa alta sobre a equipe. Afinal, a abordagem de mercado se alterou para a nova temporada.

O Grizzlies segue focado no desenvolvimento dos seus próprios jovens, porém ousou na troca pelo especialista defensivo Marcus Smart. Apesar de envolver Tyus Jones no acordo, o desejo de vencer e a nova mentalidade da franquia ficaram claros nesse negócio.

Além disso, um dos líderes do elenco deixou a equipe. Dillon Brooks assinou por mais de US$ 80 milhões ao longo dos próximos quatro anos com o Houston Rockets. Ou seja, além da mudança em uma formação que ganha um defensor do ano e da franquia em se afirmar como competidora no mercado, há também a mudança de tipo de liderança. Saem as polêmicas de Brooks, chega a ética de trabalho de Smart.

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Então, Memphis vai conseguir sobreviver em um Oeste cada vez mais forte, mesmo com a ausência de Morant? A campanha exigirá respostas desde o início.

Leia mais sobre o Memphis Grizzlies!

O elenco

C 4 Steven Adams 2.11 m 120 kg
PF 7 Santi Aldama 2.13 m 98 kg
SG S/N Adonis Arms (E-10) 1.98 m 93 kg
SG 22 Desmond Bane 1.96 m 98 kg
C 15 Brandon Clarke 2.03 m 98 kg
PG 0 Jacob Gilyard (TW) 1.75 m 73 kg
PG 1 Shaquille Harrison (E-10) 1.93 m 88 kg
PF 45 G.G Jackson (TW) 2.06 m 95 kg
PF 13 Jaren Jackson Jr 2.08 m 110 kg
PG S/N David Johnson (E-10) 1.93 m 93 kg
SG 10 Luke Kennard 1.96 m 93 kg
SF 46 John Konchar 1.96 m 95 kg
SF 3 Jake LaRavia 2.01 m 107 kg
C 6 Kenneth Lofton Jr 1.98 m 125 kg
PG 12 Ja Morant 1.88 m 79 kg
SF 21 David Roddy 1.93 m 116 kg
PG 23 Derrick Rose 1.91 m 91 kg
SG 36 Marcus Smart 1.93 m 100 kg
C 2 Xavier Tilmann 2.01 m 111 kg
SF 5 Vince Williams Jr (TW) 1.93 m 93 kg
SF 8 Ziaire Williams 2.06 m 84 kg

Movimentações na offseason

Chegaram: Marcus Smart (Celtics), Derrick Rose (Knicks), GG Jackson (Draft)

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Saíram: Dillon Brooks (Rockets), Tyus Jones (Wizards)

O técnico

É justo dizer que, após uma longa lua de mel, o treinador Taylor Jenkins enfrentou algumas críticas mais fortes após o último ano. A equipe não foi mal na temporada regular, longe disso. Foi o segundo ano seguido com mais de 50 vitórias, mando de quadra e todo o protagonismo. No entanto, os playoffs exigiram algumas variações que não foram bem geridas pelo treinador.

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Algumas escolhas da rotação foram criticadas, e, sobretudo, a falta de solução para a lesão de Steven Adams. Pelo segundo ano seguido, a equipe despencou em rendimento ao perder o pivô. Apesar de coadjuvante, ele é fundamental nos dois lados da quadra. Perder seus rebotes, sua proteção de aro e seus bloqueios no ataque limitaram muito a equipe novamente.

Outra crítica foi a falta de limitação decisiva do papel de Dillon Brooks. Não que ele seja um jogador ruim, aliás, é menos reconhecido do que deveria por sua defesa. No entanto, seu jogo ofensivo precisava ser freado. Mesmo na fase regular, em que teve sucesso, o ala tinha mais arremessos por jogo do que Jaren Jackson Jr., por exemplo. A ineficiência foi muito alta e prejudicou a franquia quando o nível subiu nos playoffs.

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Entretanto, a saída de Brooks indica que ele aprendeu a lição. Agora é a hora de encontrar alternativas quando seu plano A ou seus principais jogadores não estiverem disponíveis. Afinal, é uma situação que já começará atingindo a equipe desde o primeiro dia da temporada.

O perímetro

As grandes mudanças da equipe estão aqui. A chegada de Marcus Smart é um movimento que, em geral, agradou aos analistas. Afinal, isso significa que os dois últimos defensores do ano estão no Memphis Grizzlies, ao redor de Ja Morant. Isso também facilita algumas coisas para o ex-Celtics.

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Não que a narrativa de que ele era um armador ruim em Boston seja verdadeira, mas é muito melhor tê-lo como um segundo construtor do que um criador primário. Além disso, ele pode cobrir muito bem os piores momentos de Morant na defesa. Há muitos questionamentos sobre a altura. O trio com Morant e Bane não tem nenhum ala de tamanho grande para combater jogadores da posição. Aí está a grande missão de Smart, que provavelmente precisará estar engajado em defender jogadores maiores em algumas noites.

A chegada de Derrick Rose é interessante. O veterano andou jogando bem na pré-temporada e é sempre um nome visto com grande otimismo e algum saudosismo por conta de seus melhores dias. Mas a missão será dura. Afinal, o antigo sexto homem do Grizzlies era um dos mais eficientes armadores de toda a liga.

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Tyus Jones é muito bom. Eficiente para arremessar e pontuar, ainda mais quando precisa criar ataques enquanto comete poucos erros. Muitos usam o fato de que Memphis conseguia vencer muitos jogos sem Ja Morant para criticar o astro. No entanto, isso diz muito mais sobre a qualidade de Jones do que qualquer outra coisa.

Além do especialista em bolas de três, Luke Kennard, o time tem muitas opções jovens aqui. John Konchar e David Roddy tiveram a maioria dos minutos em 2022/23, mas Ziaire Williams agradou muito durante a pré-temporada. A briga por minutos deve ser divertida.

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O garrafão

Poucas mudanças para o garrafão do Grizzlies. O defensor do ano, Jaren Jackson Jr., e o fundamental Steven Adams seguem como titulares. No entanto, é bom citar o nível de profundidade de talento jovem que a franquia tem aqui. E talvez seja por isso que as críticas tenham sido pesadas pela dificuldade do time em manter seu nível sem o veterano pivô nas últimas campanhas.

Xavier Tillman se destacou quando ganhou espaço. Suas características são bem diferentes em relação a Adams. Muito mais confortável quando precisa defender fora do garrafão, ele não tem a mesma potência para obter rebotes, mas é um cara que adiciona uma variação diferente em quadra.

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Brandon Clarke deve voltar em algumas semanas, após um longo período lesionado. Outra opção para minutos relevantes após voltar a ter ritmo de jogo. O calouro GG Jackson foi muito elogiado após ser a 45ª escolha do recrutamento, mas não se espera uma minutagem grandiosa em seu primeiro ano.

Estou curioso para ver se Jenkins testará mais rotações baixas em que Jackson Jr. é pivô. Apesar de sua capacidade defensiva fantástica, o defensor do ano sofre mais quando precisa proteger o aro de uma forma mais fixa, sem a liberdade que tem quando está defendendo em cobertura, seja com falta ou com rebotes. Ele foi bastante criticado na Copa do Mundo da FIBA de 2023, após não ter boas atuações, contribuindo para a queda dos EUA.

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Análise geral

Além de vitórias na pós-temporada, a palavra-chave para o Memphis Grizzlies e também para Ja Morant em 2023/24 é “responsabilidade”.

Esta equipe, como diz a frase de efeito, “viveu o suficiente para virar vilã”. Afinal, eles têm vários atrativos para se tornarem o time da moda. O craque é uma máquina midiática, e suas enterradas e grandes lances são extremamente comentados. Uma base jovem, um time de mercado pequeno, mas com grande teor carismático. Tudo isso, no entanto, foi jogado fora pela série de provocações, derrotas e atitudes ruins de um time jovem que não soube muito bem lidar com o protagonismo.

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Mas as mudanças chegaram. Além da quadra, a liderança de Marcus Smart será muito importante, principalmente quando se substitui uma liderança que estava surtindo o efeito contrário.

A mudança de postura no mercado também é um ponto forte. Este foi o time que trocou Jonas Valanciunas por Steven Adams e Ziaire Williams há alguns anos (envelheceu bem, não?). Ou indo mais longe, o time que trocou Jae Crowder e Andre Iguodala por Justise Winslow. Os projetos que buscavam fortalecer e desenvolver uma base forte, que se tornou ainda mais numerosa, estão sendo substituídos por uma troca robusta que busca um grande nome para vencer agora.

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Porém, no fim, nada é mais importante para o Memphis Grizzlies do que Ja Morant tomando juízo. Esqueça as más companhias. Foque no basquete. Cale os críticos. Prove o seu ponto.

Quanto mais Morant focar em narrativas clichês de superação que os jogadores tanto usam, melhor. Porque isso significa que ele estará focado no lado certo da história e no que seu enorme potencial tanto exige: na quadra de basquete. Que isso aconteça a partir de 2023/24. Os fãs e a franquia agradecem.

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