A NBA acordou de luto nessa sexta-feira com a morte de um dos maiores treinadores de sua história. O Utah Jazz anunciou que Jerry Sloan faleceu nas primeiras horas do dia, em sua casa na região de Salt Lake City, aos 78 anos de idade. O integrante do Hall da Fama e ícone da franquia teve complicações do mal de Parkinson e demência de Lewy, doenças contra as quais batalhava desde 2015.
“Jerry sempre será sinônimo de Utah Jazz e parte importante dessa organização. Nós estamos tão agradecidos por suas conquistas e décadas de dedicação, lealdade e afinco trazidas para nossa quadra. Ele teve tremendo impacto nesse time, com suas 1.223 vitórias e duas classificações para as finais. Seus inesquecíveis feitos vão durar para sempre”, declarou a equipe de Salt Lake, por meio de nota oficial.
Sloan teve carreira de mais de uma década como jogador na NBA, entre as décadas de 1960 e 1970, onde tornou-se o primeiro grande ídolo do Chicago Bulls. A camisa #4, que vestiu por dez anos em Illinois, foi aposentada pelo time. Ele iniciou sua trajetória como técnico na franquia, mas acabou demitido em 1982. O veterano mal sabia que estava destinado a escrever uma inesquecível história por outra equipe.
Contratado como auxiliar pelo Jazz em 1985, o ex-atleta foi efetivado a técnico principal três anos mais tarde para virar uma lenda em Salt Lake City: ficou 23 temporadas no cargo, classificou-se para os playoffs em 19 oportunidades, conquistou sete títulos de divisão e dois títulos da conferência Oeste (1997 e 1998). Ele encerrou a carreira como o terceiro treinador mais vitorioso da história da NBA e foi eleito para o Hall da Fama em 2009.
“A abordagem dura de Jerry só o fez mais amado por todos. Tanto é que, mesmo após a aposentadoria, sua presença nos jogos do time sempre teve uma resposta gigante dos torcedores. Como John Stockton e Karl Malone como jogadores, ele simbolizou essa organização e sentiremos muitas saudades. Prestamos nossas condolências à família e todos que o amavam”, completou a equipe.
Sloan, até hoje, é o segundo técnico com mais vitórias por uma única equipe. A saída do cargo, no entanto, aconteceu em meio a uma polêmica: uma briga nos bastidores com o astro Deron Williams, então referência da equipe, que levou-o a dar um ultimato para os dirigentes de Utah e pedir demissão em fevereiro de 2011. Em 2018, o ex-armador reconheceu o erro e pediu desculpas públicas para a lenda da organização.
O veterano aceitou voltar a trabalhar no Jazz em 2013, nomeado consultor especial da franquia – cargo que ocupou até sua morte. Por conta do avanço das doenças, ele era uma presença raríssima em jogos nos últimos anos e passou a viver em reclusão, com a ajuda dos familiares. Seu legado, porém, é lembrado a cada partida pelo número #1223, retirado pelo time em homenagem a Sloan, o maior treinador de sua história.