A contusão do ala-pivô Chris Bosh, do Miami Heat, caiu como uma bigorna na cabeça do técnico Erik Spoelstra. Não que Bosh estivesse fazendo a diferença nesses playoffs, até porque suas médias caíram de 18.0 pontos e 7.9 rebotes na fase regular para 14.6 pontos e 6.8 rebotes nos mata-matas.
Em 2011-12, Bosh não atuou em nove ocasiões. O Heat perdeu cinco.
Mas é que Bosh era a única referência ofensiva dentro do garrafão, e fora ele, as opções não são lá muito animadoras. Udonis Haslem perdeu muito espaço com a chegada dele ao time e terá de relembrar como ser a terceira força ofensiva do Heat para tentar suprir a falta do camisa 1.
É impossível confiar em Joel Anthony ou Juwan Howard nessa altura do campeonato. Seria a vez de Dexter Pittman? OK. Parece que não, mas Pittman fez bons jogos nessa temporada. E o pior é que nem pisou em quadra nesses playoffs. Ronny Turiaf pouco apareceu, porém pode contribuir.
Mas o Heat tem como vencer não só o Indiana Pacers, mas como seguir em busca do título da temporada sem um de seus principais jogadores?
Ficou complicado, pois sem garrafão, nessa fase, não consigo me lembrar de nenhum time que tenha conseguido ir tão longe. A tendência natural é utilizar Anthony como titular, mas que durante as partidas, LeBron James seja deslocado para a ala-pivô.
Pode funcionar, já que Shane Battier e Mike Miller conseguem jogar em um bom nível no perímetro. Porém, Dwyane Wade terá de explodir nesses playoffs, algo que ainda não aconteceu.
Wade é um dos melhores jogadores da NBA. Nessa temporada, no entanto, por conta de lesões e até pelo que LeBron tornou-se dentro da equipe, caiu de produção. Praticamente abandonou os arremessos de longa distância e virou a segunda opção ofensiva declaradamente.
Para levar o Heat em diante, Wade precisa começar a render mais. Nesta série diante do Pacers, é a sua chance de mostrar que é capaz de fazer sua equipe vencer e não depender só de James para pontuar.
LeBron terá de não só seguir em seu bom ritmo nesses mata-matas, mas também melhorar suas decisões com a bola nas mãos. Já são 22 erros de ataque em seis jogos, média de 3.7 por partida. Por mais que ele recupere isso em roubadas, bloqueios e, forçando o seu adversários ao erro, essas perdas de posse são cruciais nesta fase da temporada.
OK. Quem deveria conduzir essas jogadas no time seria o armador Mario Chalmers. Mas é que fica muito claro que Wade e James precisam ter a bola nas mãos. Chalmers não é daqueles que cria bem o seu próprio arremesso. É quase um ala-armador do que propriamente armador. Ele destaca-se na defesa, isso sim.
Um dos maiores problemas do Heat é a marcação no perímetro, algo impensável até pouco tempo, principalmente por contar com James, Battier, Wade, e Chalmers. Contra o New York Knicks, isso ficou ainda mais evidente. E o Pacers joga forçando justamente ali.
A equipe de Indiana arremessa 18 vezes por jogo de três pontos nos playoffs. Darren Collison, Danny Granger, Leandro Barbosa, Paul George, e George Hill, são jogadores capazes de, em um dia bom, acertar a maioria das tentativas. Se isso acontecer, as chances do Heat diminuem bastante.
O primeiro capítulo do time da Flórida sem Bosh nesses playoffs começa hoje. Será que só James e Wade são capazes de fazer a equipe vencer?