Kyrie Irving e Neymar: driblando a razão

Ídolos por onde passam, Neymar e Irving colecionam problemas fora de campos e quadras

Kyrie Irving Neymar razão Fonte: Montagem / AFP

Kyrie Irving e Neymar são incríveis em seus esportes e poderiam ser, facilmente, os melhores do mundo, mas eles driblam a razão. Protagonistas ou quase isso?

É o que vamos discutir hoje.

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Primeiro, é importante entender que ambos são especiais, gênios da bola e craques por onde passam. Seja por seus times ou seleções, Irving e Neymar, eles estão nos livros de campeões. Ambos saíram das Olimpíadas do Rio, em 2016, com a tão sonhada medalha de ouro.

Tecnicamente, não há o que discutir. Eles são realmente diferentes do resto da turma, mas todo talento, às vezes, pode causar problemas.

Após algum erro de julgamento, não é raro ver os dois tendo de dar explicações em redes sociais. Eles são grifes que o mundo inteiro quer consumir. Então, eles prestam serviço aos que compram seus produtos.

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O menino Ney, por exemplo, já não é mais menino há alguns anos, mas tem pavio curto. Basta uma provocação que ele “pega pilha”. Seja nos campos ou em alfinetadas de jornalistas, ele rebate como um… menino.

Irving, por outro lado, tem toda uma aura de esquisitão. Ele é o cara que curte uma teoria da conspiração, é terraplanista, “benze” a quadra que jogava, foge de uma agulha mais do que o Los Angeles Lakers das vitórias (maldade, é só zoeira) e parece menino mimado quando é contrariado.

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Mas eles sempre quiseram ser protagonistas, o que não é ruim, muito pelo contrário. Só não conseguem ser.

Saídas em seus melhores momentos pelos times

Neymar tinha tudo para ser o dono do Barcelona. Ele sabia, entretanto, que iria demorar pouco mais se Lionel Messi seguisse por lá. Como não havia a menor chance de isso acontecer tão cedo, ele quis assumir tal protagonismo em outro lugar.

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Direito dele, obviamente.

Mas aí deixar o Barcelona, ele abdicou da oportunidade de lutar pelo prêmio de melhor do mundo. No PSG, por mais que o dono colocasse dinheiro no clube, não seria de um ano para o outro.

No entanto, ao chegar em Paris, ele teve de lidar com outros grupos que ali já estavam. O exemplo de Edinson Cavani querendo bater um pênalti e sendo convencido por Dani Alves foi um dos motivos pelo qual o uruguaio deixou a equipe.

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Na mesma época em que Neymar foi para o PSG, Kyrie Irving quis deixar o Claveland Cavaliers, onde fora campeão da NBA, mas com a mesma razão do brasileiro: protagonismo.

Deu muito errado.

Primeiro, no Boston Celtics, ele teve problemas com jogadores, comissão técnica e diretoria. Depois, resolveu ir embora para o Brooklyn Nets e se juntar a Kevin Durant.

Esta é a quarta temporada dele no Nets, mas sabe o que ele colecionou? Problemas com jogadores, técnicos e diretoria. Ou seja, a história se repete.

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Ideia era protagonismo, mas…

Anos se passaram e, nesta temporada, ele teve de lidar com “outro Cavani”, o francês Kylian Mbappé. Aliás, o campeão do mundo em 2018 bateu o pé, querendo a saída do brasileiro. Na teoria, isso esteve perto de acontecer, mas o Paris Saint-Germain, mesmo com a pressão de Mbappé por sua saída, manteve o jogador. Embora seu acordo fosse até 2025, ele ativou a cláusula e ganhou mais dois anos.

Ora, vejam só.

Muito parecido com… Kyrie Irving.

Após rumores de que deixaria o contrato com o Nets na última offseason, ele também exerceu uma cláusula e estendeu seu acordo até o fim desta temporada.

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É bem verdade que Irving gostaria de uma extensão máxima, mas a direção está farta dele. São tantos problemas que ele causa que nem todo o seu talento sobrepõe o racional. É óbvio que não se fala publicamente em uma dispensa, mas isso já passou pela cabeça de Sean Marks, o GM do time.

Enquanto Irving não conseguiu o objetivo de mais um título na NBA, Neymar anda se contentando com o Campeonato Francês. É bem verdade que o PSG disputou a final da Champions League, mas perdeu para o Bayern de Munique em 2019/20.

Valor de mercado

Vamos supor que Neymar, finalmente, deixe a equipe francesa, quem está disposto a pagar por um atacante que perde muitas partidas não só por lesões, mas por suspensões? De acordo com o site Transfermarkt, ele nunca teve um valor tão baixo. A Copa do Mundo, entretanto, pode mudar a situação, mas Rodrygo, do Real Madrid, já o ultrapassou no quesito. Claro que seria injusto comparar um jogador de 30 anos com outro de 21, mas é só um exemplo de que o tempo está passando e nada acontece.

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Eu, como seu fã, quero que ele seja campeão, melhor do mundo e cale os críticos.

É óbvio que tudo depende dos próximos 45 dias, mas e se (bati duas vezes na madeira, tá?) algo dá errado e o Brasil cai antes da final sem grandes exibições do camisa 10? Não é por nada, não, mas aconteceu nas últimas duas Copas.

Irving? Bem, se o Nets já pensou em dispensa, então seu valor despencou. A equipe não quis extensão e já o ofereceu para outras franquias, mas nada aconteceu. De novo, todo o talento está sendo jogado fora por ser cabeça dura.

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Eu, como seu fã, quero que ele seja campeão (seja lá por onde for), MVP e cale os críticos.

Kyrie Irving e Neymar sempre driblam a razão

Não acho que eles sejam pessoas ruins, mas vivem em bolhas. Eles se cercam apenas de pessoas que concordam com seus pensamentos e que passam a mão em suas cabeças quando fazem algo errado. Portanto, são pessimamente assessorados neste sentido. Era a hora de alguém chegar neles e dizer: “Ei, você quer ser o melhor ou quer ficar discutindo em rede social?”.

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Recentemente, Irving curtiu uma publicação controversa e mostrou a quem quisesse ver o que tinha feito, quais eram seus pensamentos.

E, adivinhe? Neymar fez o mesmo.

É disso que eu falo? O que eles ganham com isso? É para o próprio ego?

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Não faz sentido.

Ao invés de o primeiro se desculpar de cara, ele questionou jornalistas, reclamou quando foi pressionado e rebateu nas redes sociais. Depois, teve mais uma chance de aceitar o erro e não o fez. Como resultado, Irving levou uma suspensão de cinco jogos, perdeu patrocínio e a linha de tênis.

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Isso, para quem deixou de atuar em várias partidas há menos de um ano e, em sequência, muito dinheiro. Ele não erra sempre, mas parece ser sempre aquele participante de programa de auditório (que tem os olhos vendados e um fone gritando no ouvido) dizendo que troca um carro zero por um pote de azeitona. Só que sem os olhos vendados e o fone.

Pela volta por cima

No papel, Neymar e Kyrie Irving são capazes de grandes resultados e existe razão para acreditar que eles ainda podem dar a volta por cima. E suas temporadas, apesar dos problemas durante as férias e todas as desconfianças, começaram bem.

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Irving, por exemplo, faz 26.9 pontos, 5.1 rebotes e 5.1 assistências nos primeiros oito jogos de 2022/23. Enquanto isso, Neymar fez 15 gols e deu 12 assistências em 19 partidas.

O brasileiro vai para a sua terceira Copa do Mundo como uma das esperanças pelo título que o país não conquista há 20 anos. Embora não exista mais uma dependência exacerbada, ele é o principal nome de Tite.

Já Irving, assim que acabar a suspensão e tudo se acertar por lá, ainda tem chance de fazer o Nets vencer.

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Talento sobra, mas é hora de ter foco. Nos dois casos, a falta dele é o que mais incomoda.

A Neymar e Irving, que cresçam com os erros e busquem o melhor para as suas carreiras. Provem o contrário. Depois, quando vencerem, façam como Dunga, levantem a taça e gritem: “essa é para vocês, traíras”.

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