Klay Thompson foi reserva na maior parte da temporada de calouro pelo Golden State Warriors. E, em seguida, virou titular para tornar-se um dos maiores ídolos da história da equipe. Foram 12 anos, quase 700 jogos consecutivos e quatro títulos da NBA desde então. Mas chegou a hora de fazer o caminho de volta. Nessa quinta-feira, após tanto tempo, o ala-armador saiu do banco na vitória do time sobre o Utah Jazz.
“Fazia tempo que não era reserva, mas as coisas são assim. Você pode ter duas reações diante dessa situação: ficar chateado pelos cantos ou entrar em quadra e responder. Eu acho que tomei o segundo caminho. Deixar o ego de lado sempre é um desafio, mas vir do banco ‘refrescou’ as minhas penas. E, sinceramente, acho que mereci voltar para o banco”, refletiu o veterano, depois da partida dos californianos.
Não é segredo para ninguém que Thompson faz uma das piores temporadas da carreira. Ele nunca esteve tão mal, em particular, no índice de conversão de arremessos de longa distância. No entanto, aparentemente, tornar-se reserva teve um primeiro impacto bem positivo. Ele teve a sua provável melhor atuação da campanha, anotando 35 pontos em 28 minutos. Além disso, pegou seis rebotes e fez sete cestas de três pontos.
“Eu pensei em Manu Ginobili antes do início do jogo. O cara conquistou quatro títulos da NBA e uma medalha de ouro olímpica, mas foi reserva a sua vida inteira nessa liga. Não acho que ninguém menospreze a sua candidatura ao Hall da Fama, por exemplo, por causa disso. Ele é um dos grandes talentos do basquete. Então, abracei essa nova situação”, explicou o ícone do Warriors.
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Decisão difícil
A boa atuação de Klay Thompson pode atenuar essa questão, mas colocá-lo na reserva não foi uma decisão fácil para o técnico do Warriors. Steve Kerr, afinal, tem sido muito resistente à ideia de mudar o time ao longo da temporada. Ele reconhece, no entanto, que a situação do time exigia algum tipo de ação. No fim das contas, esse sentimento era o impulso que precisava para fazer o que já projetava há algum tempo.
“Já pensava nisso há algum tempo, pois Brandin Podziemski é um cara que conecta o nosso jogo e formações. O nosso melhor quinteto, por exemplo, traz ele com Jonathan Kuminga, Draymond Green, Andrew Wiggins e Stephen Curry. Gosto desse novo time titular. Enquanto isso, Klay saindo do banco de reservas nos dá muito poder de fogo. E acho que lidou com a situação lindamente”, contou o experiente treinador.
É verdade que o Warriors teve uma pane no fim do jogo e, assim, quase perdeu para o Jazz. No entanto, o desempenho coletivo na maior parte da noite e a performance de Thompson deixou o técnico com a impressão de que está no caminho certo. Ou seja, essa formação deve virar uma tendência. Kerr deu a entender que vai retornar da parada do Jogo das Estrelas com o astro no banco de reservas.
“Klay, antes de tudo, é um competidor. Já o vi conquistar títulos e acertar arremessos decisivos enquanto marcava o melhor jogador adversário. É um campeão, em síntese. Mas não é fácil jogar como ele fazia há cinco ou seis anos. Por isso, trazê-lo do banco pode ser um bom balanço para extrairmos o melhor de si e do time. Não significa que vai ser permanente, mas, por enquanto, vamos seguir assim”, avisou o treinador.
Exemplo
É sempre difícil prever como um atleta vai reagir ao banco de reservas. É comum que vários jogadores estranhem a situação porque entram “frios” nos jogos, entre outros motivos. Isso sem contar a óbvia questão de status. Thompson, então, foi uma ótima surpresa. Podziemski, que ganhou a vaga do veterano no time titular, nunca duvidou que o colega seria espetacular na nova função.
“Para começar, Klay é espetacular. É um dos melhores veteranos com quem trabalhei. Todos sabemos que pode arremessar a bola em alto nível porque é um dos melhores chutadores da história. Inseri-lo na segunda unidade permitiu que conduzíssemos o ataque em função dele para criar-lhe o máximo de chances de pontuar. Funcionou, certamente, muito bem hoje”, exaltou Podziemski.
Todos sabem que vários atletas de renome são resistentes à ideia de voltarem a sair do banco de reservas. Por isso, mais do que a atuação, a postura de Thompson virou um exemplo dentro da equipe. “Todos aqui torcemos por Klay porque é um cara ótimo. E você vê isso por seu comportamento de hoje porque não reclamou ou nada do tipo. Simplesmente entrou em quadra e fez o seu trabalho”, reverenciou Wiggins.
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Deixe que falem…
Mas não importa se jogasse bem ou mal. Klay Thompson como reserva no Warriors pela primeira vez desde 2012 seria uma notícia em todos os lugares. Teria uma repercussão ainda maior, aliás, do que a vitória ou derrota da franquia. Ser comentado, no entanto, já virou uma constante em sua carreira. Então, o seu mantra é muito claro: entre em quadra, faça o seu melhor e deixe que falem por aí.
“Você não pode se deixar abalar por algo assim. O momento em que começa a importar-se com o que todos dizem sobre ser reserva é quando você perde a paixão pelo esporte. Assim que entrei em quadra, eu percebi que não desejava ir para a parada do Jogo das Estrelas com um sentimento ruim. E, com isso, tive a minha melhor atuação nessa temporada”, finalizou o futuro integrante do Hall da Fama.
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