Fonte: Reprodução / XO draft desse ano vive um fenômeno inédito na história da NBA. O principal assunto do recrutamento não é um dos principais prospectos da classe, mas um atleta que sequer sabemos se vai ser escolhido. Mas não pense que todos na imprensa estão satisfeitos com essa (deturpada) abordagem. O polêmico Kendrick Perkins, por exemplo, fez uma crítica contundente à atenção da mídia ao filho de LeBron James, Bronny.
“Nós precisamos parar de colocar tanto foco em Bronny. Isso é necessário porque tira a atenção dos jogadores que realmente a merecem. Não falamos de garotos que vão ser escolhidos na loteria, pois só discutimos um jovem que pode ser selecionado no fim da segunda rodada. Afinal, o que é isso? Eu trabalho na ESPN há quatro anos e nunca vi algo assim”, detonou o ex-pivô do Boston Celtics.
A projeção de James, antes da última temporada, tinha base em fatores além da filiação ilustre. Ele integrava as listas de 50 principais prospectos colegiais dos EUA. Jogou em seleções de base e, em seguida, até foi eleito um McDonald’s All American. Mas, desde então, o jovem teve um colapso em quadra e passou por uma cirurgia cardíaca. Como resultado, teve uma temporada universitária bem apagada.
“LeBron é o maior pontuador da história da NBA, mas o que esse fato tem a ver com o filho dele? E, além disso, por que não fizemos o mesmo quando era o filho de Scottie Pippen no draft? Não podemos utilizar um argumento só para um jovem quando nos convêm. Eu quero que Bronny seja bem-sucedido na NBA, mas nós precisamos ser realistas”, argumentou o veterano.
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Análises duras
A crítica de Kendrick Perkins sobre a cobertura em torno de Bronny James veio depois de um instante revelador. E, de certa forma, meio constrangedor. O jornalista Marc J. Spears trouxe a análise de dois olheiros veteranos a respeito do que viram do filho de LeBron James no Combine. A avaliação de um deles, em particular, foi bastante dura sobre as chances do prospecto na NBA.
“Ele é um atleta acima da média para a posição, mas não tão funcional em quadra. Está preso entre duas posições por causa de sua estatura. Deveria ser um armador por seu tamanho, mas não tem capacidade de comandar um ataque. Não é um ala-armador, ao mesmo tempo, porque o seu arremesso não é bom. Só acertou um de sete tiros de três pontos nos treinos coletivos”, ponderou o recrutador anônimo.
O jogador de 19 anos, a princípio, decepcionou ao medir abaixo de 1,90m de altura sem tênis. Mas, depois, apresentou bons resultados nos testes atléticos e atividades de tiros de três pontos. Nesse último, aliás, até foi uma surpresa positiva. Existia margem para um saldo positivo do jovem no Combine. No entanto, durante as atividades coletivas, o olheiro viu muitos fatores para hesitação.
“Bronny precisa de bloqueios para criar separação de defensores. Os seus únicos pontos aconteceram em floaters quando conseguiu chegar ao garrafão. Além disso, ele só sabe usar a mão esquerda. A sua força deveria estar na defesa, mas virou um alvo em trocas pela estatura. Todos os jogadores mais altos que precisou marcar conseguiram pontuar em cima dele. É um Davion Mitchell piorado”, comparou o olheiro.
Menos ácido
O outro avaliador citado por Spears foi menos ácido do que o colega de profissão – e do que Kendrick Perkins – sobre Bronny James. Ele acredita que o filho de LeBron James é um jogador com a mentalidade e postura certas. No entanto, a NBA ainda está distante em termos de desenvolvimento. Por isso, não tem boas perspectivas para o jovem na noite do draft.
“Eu ainda acho que Bronny não está preparado, mas mostrou algumas coisas boas em quadra. Ele é baixo, portanto vai precisar ser um defensor de elite para superar essa questão. Toma boas decisões, faz os passes certos e tenta bons arremessos. Mas ele precisa, provavelmente, de mais tempo. Se o Lakers não o draftar, simplesmente não vejo ninguém fazendo a aposta”, projetou o recrutador.
Mostrando essa visão um pouco mais otimista, o segundo analista acredita que Bronny pode até receber propostas pós-draft. Mas, então, ele passa a duvidar da atuação da mesma agência de representação do pai em direcioná-lo dessa forma dentro da NBA. “Algumas franquias vão querer que assine um contrato two-way, mas eu duvido que a Klutch vá aceitar isso. Afinal, é o caminho mais difícil. Tudo se complica”, finalizou.
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