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A janela de transferências da temporada 2012-13 se fechou na última quinta-feira com uma forte sensação de anticlímax. Todas as atenções estavam voltadas para a provável troca de Josh Smith, mas o nome mais importante a ser negociado na data-limite foi J.J. Redick. Foi, no fim das contas, um dia de expectativas frustradas. Ainda assim, 11 transações moveram quase 30 atletas nas 24 horas finais de janela. Decisões importantes foram tomadas pelos times da liga e convidamos cinco integrantes da equipe do Jumper Brasil para analisá-las.
1. Boa ou má decisão: Atlanta Hawks não negocia Josh Smith.
Gustavo Lima: Boa decisão. O Hawks não recebeu a proposta que achava justa por Smith. Trocar por trocar não seria certo. Dizem que quase aceitaram a oferta do Milwaukee Bucks, mas fizeram bem em desistir do negócio. Sem o ala, a equipe jogaria fora de vez suas chances nos playoffs desta temporada. Enfim, acredito que Atlanta consegue uma sign and trade em julho e que todos vão sair ganhando.
Luiz Fernando Teixeira: Má decisão. O Hawks deveria ter se esforçado para negociá-lo, pois, embora ainda haja a possibilidade de uma sign and trade, o risco de Smith sair de Atlanta em troca de nada ao fim da temporada é muito alto. O que pesa aqui é a declaração do atleta de que quer um contrato máximo – algo que a franquia já disse que não pagará.
Ricardo Stabolito Jr.: Boa decisão. Na verdade, a menos ruim. Parece claro que as propostas que chegaram às mãos da direção de Atlanta não agradaram. Tendo em vista a nova CBA e a importância de se ter flexibilidade financeira, talvez seja melhor simplesmente deixar o contrato expirar, conseguir o espaço na folha salarial e tentar uma sign and trade por escolhas de draft. Você não precisa aceitar uma oferta que não gosta só para não perder um atleta de graça.
Zeca Oliveira: Boa decisão. Pelas propostas que receberam, também não trocaria. O objetivo do Hawks é contratar Dwight Howard (natural de Atlanta) na próxima offseason e, continuando com Josh Smith, terão um expirante de US$13 milhões mantendo um time sólido na disputa da conferência Leste.
Gustavo Freitas: Má decisão. De cara, eu digo que foi péssima. Josh Smith vai sair de graça ao fim da temporada. Ele não quer ficar. O Hawks perdeu uma grande oportunidade de receber outros jogadores e manter-se entre os times que vão aos playoffs com frequência. Sem o ala, é esperado que a equipe tenha problemas nos próximos anos.
2. Boa ou má decisão: Los Angeles Clippers mantém seu elenco intacto.
Gustavo Lima: Boa decisão. O atual elenco do Clippers já mostrou que pode chegar longe nos playoffs. A equipe está encorpada, tem uma excelente rotação e a tal química do grupo poderia ter sido afetada com as eventuais saídas de Eric Bledsoe e DeAndre Jordan.
Luiz Fernando Teixeira: Boa decisão. Embora a equipe seja um pouco dependente de Chris Paul, o Clippers tem um dos elencos mais fortes da liga. Buscar um armador organizador para compor a rotação era uma possibilidade, mas isso poderia interferir no clima dos vestiários. No fim das contas, não se mexe em time que está ganhando.
Ricardo Stabolito Jr.: Boa decisão. O Clippers é um dos candidatos ao título com o grupo que possui. Todos os times podem melhorar, mas reforços do peso de Kevin Garnett e Paul Millsap trazem mudanças radicais na rotação. Eu não sei se realmente precisam disso a essa altura da temporada. Um pivô que possa arremessar de média e longa distância disponível como agente livre, para ter como alternativa no banco, é o único reforço que eu buscaria.
Zeca Oliveira: Boa decisão. Manter Bledsoe e Jordan é continuar com dois dos três melhores jogadores da equipe correndo a quadra. O Clippers tem astros e um dos elencos com mais alternativas da liga. Não vejo motivo para grandes trocas no momento.
Gustavo Freitas: Boa decisão. Até certo ponto, eu acho que fizeram bem. Eles queriam trazer o já veterano Kevin Garnett – ou seja, pretendem vencer imediatamente. Sem fazer trocas, o Clippers segue com a base da temporada passada e com chances de obter reforços pontuais. É um time pronto, com Eric Bledsoe louco para ser o futuro sexto homem da NBA.
3. Boa ou má decisão: Milwaukee Bucks adquire J.J. Redick.
Gustavo Lima: Boa decisão. O Bucks foi o time mais ativo nesta trade deadline. Quase trouxe Josh Smith, mas conseguiu o segundo objeto de desejo da franquia. Redick, que tem contrato expirante, vem fazendo sua melhor temporada na NBA e vai ser uma peça importante para a equipe alcançar os playoffs.
Luiz Fernando Teixeira: Boa decisão. Relativamente. Seria melhor se Monta Ellis tivesse sido negociado. Como o sexto homem que era no Magic, Redick vai complementar a rotação muito bem, aumentando ainda mais o poder de fogo do perímetro do Bucks.
Ricardo Stabolito Jr.: Boa decisão. Redick é um jogador subestimado que pode se encaixar em qualquer esquema. Um profissional exemplar, o melhor atleta envolvido na negociação e vai ajudar o Bucks seja lá quantos minutos tiver nesta temporada. Além disso, é sempre bom ter alguém eficiente em um time que precisa “sobreviver” a Brandon Jennings e Monta Ellis.
Zeca Oliveira: Má decisão. Eu não gosto dessa troca para o Bucks. Mike Dunleavy tem jogo basicamente igual ao de Redick e o time enviou o único armador reserva decente que tinha para Orlando (Udrih, que ainda é dono de um contrato expirante de US$7.4 milhões).
Gustavo Freitas: Boa decisão. Redick é mais do que um arremessador. Com o passar dos anos, ele tornou-se um jogador útil e com crescente habilidade como passador. Agora, resta saber como o Bucks vai fazer para dar-lhe tempo de quadra. Monta Ellis e Brandon Jennings atuam mais de 35 minutos por partida. E também como não o perder ao fim da temporada: o Philadelphia 76ers é o grande candidato a ficar com o ala-armador em 2013-14.
4. Boa ou má decisão: Boston Celtics não troca Kevin Garnett e Paul Pierce.
Gustavo Lima: Má decisão. O Celtics tenha que ter aproveitado a chance para começar a reconstrução do elenco. Por mais que tenham sido importantes para o time nos últimos anos, Garnett e Pierce estão na reta final de suas carreiras.
Luiz Fernando Teixeira: Boa decisão. Eles são os líderes do time e vem segurando o tranco após a lesão de Rajon Rondo. Resta ver agora como seus corpos irão aguentar até o fim da temporada e a condição em que ambos chegarão aos playoffs.
Ricardo Stabolito Jr.: Boa decisão. Eu sou a favor da troca da “velha guarda” e reconstrução do elenco, mas as circunstâncias atuais não ajudam. O time joga seu melhor basquete do ano desde a lesão de Rondo. Mais importante, Garnett pode vetar trocas e quer terminar a carreira em Boston. Se o Celtics está “preso” com o ala-pivô, não vejo muito fundamento em negociar Pierce. Seria fazer o trabalho pela metade.
Zeca Oliveira: Boa decisão. Imagine você dar contratos de três ou quatro anos pagando bons salários para três coadjuvantes (Brandon Bass, Courtney Lee, Jason Terry) e, quatro meses depois, simplesmente se livrar de suas estrelas, os atletas que podem levá-lo a brigar por títulos. Isso, sim, seria um erro.
Gustavo Freitas: Má decisão. Se essa pergunta fosse feita há dois ou três anos, diria que foi uma ótima decisão. No entanto, hoje, o Celtics carece de uma mudança mais radical. Garnett e Pierce são importantíssimos na história da franquia, mas, pensando nos próximos anos, penso que foi um erro. Pior do que isso, o ala-pivô tem a cláusula de veto de trocas em seu contrato. Ambos estão em fim de carreira e tem poucas chances de conduzir a equipe a mais um título.
5. Boa ou má decisão: Utah Jazz permanece com Al Jefferson e Paul Millsap.
Gustavo Lima: Má decisão. Tudo bem que Jefferson e Millsap são os principais jogadores do Jazz, mas é consenso que, com os dois muito tempo em quadra, o desenvolvimento dos ótimos Derrick Favors e Enes Kanter vem sendo prejudicado. O time acredita que ainda tem chances de buscar algo nos playoffs. Como os dois veteranos têm contratos expirantes, acho que um deles deixa a equipe em julho. Eu renovaria com Jefferson e buscaria uma sign and trade envolvendo Millsap.
Luiz Fernando Teixeira: Boa decisão para a franquia, que mantém uma das melhores duplas de garrafão da NBA. Má decisão para Enes Kanter e Derrick Favors, que vão amargar mais tempo no banco de reservas. A direção poderia ter negociado um dos dois em troca de alguém mais jovem para o perímetro.
Ricardo Stabolito Jr.: Má decisão. Todos perdem com o alongamento da novela dos pivôs em Salt Lake City. O Jazz está literalmente jogando tempo fora com atleta(s) que não está(ão) nos planos futuros da equipe. O momento era oportuno para trocar um deles, mas, aparentemente, Utah não quer correr riscos de perder uma vaga nos playoffs. Não sei o que se pode conseguir em uma sign and trade por Jefferson ou Millsap. Gustavo Ayon? Escolhas de segunda rodada?
Zeca Oliveira: Má decisão. Ambos possuem contratos expirantes e o Jazz nunca foi uma franquia com força no agenciamento livre. Duvido muito que ambos sigam no time e Utah não aproveitou o valor de mercado que eles têm para receber algo em troca agora.
Gustavo Freitas: Má decisão. É muito claro que o Jazz precisa se movimentar. O time conta com quatro jogadores muito bons no garrafão e um perímetro enfraquecido. Acho que Millsap precisa ser trocado para Derrick Favors e Enes Kanter terem mais espaço no time. Al Jefferson parece-me ser o grande nome do elenco. Com uma equipe voltada para o pivô, o ideal seria buscar armadores ou alas confiáveis o suficiente para fazer o time vencer.