James Harden se via preso no 76ers: “Não sou jogador de sistema”

Apresentado pelo Clippers, astro faz críticas à forma como era utilizado no ataque de Philadelphia

james harden jogador 76ers Fonte: Adam Pantozzi / AFP

James Harden conseguiu mais uma vez: deixou o Philadelphia 76ers e, agora, é jogador do Los Angeles Clippers. O seu desejo, no entanto, foi atendido depois de muitas polêmicas e mais uma saída pela porta dos fundos. Tanto que, em sua apresentação no time angelino, a ex-equipe ainda foi tema. Ele não desviou das perguntas e, assim, abriu o jogo sobre o que levou-o a sair do Sixers.

“Eu aceitei um salário US$26 milhões menor do que poderia para fazer o meu time melhor. Mudei a minha função porque a imprensa sentia que monopolizava a bola demais. A minha dominância de posses, no entanto, sempre foi bem eficiente. Eu tentei mudar a narrativa e fazer sacrifícios para vencer, mas ninguém fala nisso. Claro”, disparou o astro, em sua primeira entrevista na equipe californiana.

Mas sentir-se desvalorizado e traído não foi a única razão para que fosse embora do Sixers. Os problemas também estavam em quadra, pois o seu relacionamento com o técnico Doc Rivers foi cheio de diferenças. Ele disse que sentiu-se “preso” no sistema ofensivo de Philadelphia, sem conseguir mostrar as suas virtudes. Não se vê, afinal, como um talento para ficar preso a playbooks.

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“Sou um pensador do jogo, pois tenho uma veia criativa em quadra. Para resumir, sou um criador. Acho que posso agregar se tiver a voz para chegar no treinador e detalhar o que vejo. Eu preciso de um treinador que confie, acredite e, sobretudo, me entenda. Não sou um jogador de sistema. Eu sou o sistema, sabe?”, indicou o craque, enquanto defendia o seu estilo de jogo.

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Encaixe difícil

No entanto, se James Harden não foi o jogador que gostaria no Philadelphia 76ers, ele vai conseguir isso no Clippers? Em Los Angeles, para começar, ele vai dividir a bola com outros três astros: Kawhi Leonard, Paul George e Russell Westbrook. Um atleta que é um sistema por si só, descontente em seguir instruções, pode se adaptar? O armador garante que sim porque já mostrou isso no passado.

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“Eu estive em uma situação parecida em Brooklyn, por exemplo. Jogava com dois atletas que pontuavam e criavam mismatches nas defesas. Sinto, por isso, que já provei que posso atuar com ou sem a posse da bola. Posso executar no pick-and-roll ou espaçar a quadra. Pontuo em alto nível e sou um extraordinário passador”, elogiou-se o veterano, líder da liga em assistências na última temporada.

A motivação de Harden, porém, não reside só no título. Ou mesmo na questão de atuar com uma maior autonomia. Os críticos do seu jogo sempre acusam que os números são uma prioridade em relação a vitórias, por exemplo. As declarações dessa entrevista, aliás, confirmam como ele só deseja jogar aos seus termos. Então, ele quer calar todos esses comentários que julga injustos.

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“Eu quero provar o que for possível aqui. Que sou um jogador de elite do ponto de vista individual e, ao mesmo tempo, posso entrosar com qualquer perfil de atleta para conquistar títulos. Tudo o que precisamos é estar alinhados sobre deixar as questões e estatísticas individuais para trás e buscar o nosso grande objetivo. É sobre isso”, completou o astro.

Técnico em quadra

Não só como jogador do 76ers, mas, anteriormente, James Harden teve problemas com os seus treinadores. É uma questão comum, por sinal, entre os jogadores que buscam mais autonomia em quadra. No entanto, o craque garante que não deseja se sobrepor ao comando técnico. Ele quer alguém com quem possa ter liberdade para apresentar ideias e tornar-se uma extensão dentro das quatro linhas.

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“Eu não estou aqui para marcar 34 pontos por jogo, por exemplo. Até porque já fiz isso antes. Hoje, quero trabalhar com um treinador com quem possa dialogar. Um cara que compreenda a minha visão do jogo e, com isso, consiga discutir soluções. Um profissional que faça os ajustes durante os jogos. É o que mais me importa”, explicou o MVP da liga em 2018.

No Clippers, ele vai trabalhar com Tyronn Lue. Ou seja, um treinador campeão da NBA e conhecido pelo relacionamento com jogadores. Mas, acima de tudo, ele vê uma rede de confiança em seu basquete. “A nossa comissão técnica é muito boa, certamente. E, mais do que isso, sinto que temos jogadores bem altruístas. Definitivamente, não existe egoísmo nesse elenco”, garantiu o experiente jogador.

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Retorno ao lar

Mas existiu um outro fator importante que levou Harden para Los Angeles. Essa vai ser uma volta ao lar para o veterano, ao lado de outros jogadores que entendem o valor desse lugar. George, Leonard e Westbrook, afinal, também são nascidos e/ou criados na Califórnia. Os quatro, aliás, estudaram em escolas a 100 quilômetros de distância no ensino médio.

“Eu estou de volta à minha casa, então é uma situação bem confortável. Vou estar ao lado da minha família e, além disso, com jogadores muito bons mesmo. Vocês veem astros, mas só somos quatro garotos da Califórnia na busca do topo da liga. Por isso, digo que nós somos uma história única na liga”, argumentou um dos 75 maiores jogadores da história da NBA.

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Apesar disso, ele reafirma que jogar no Clippers não era um plano para sua vida e carreira até o meio do ano. Ele estava pronto para seguir na Philadelphia, se não fosse tudo o que aconteceu. “Eu saí de Brooklyn com a ideia de aposentar-me no Sixers, mas a franquia tinha uma outra visão. Vocês vão ouvir várias histórias por aí, mas a verdade é que eles não me quiseram”, sentenciou.

Vai funcionar?

O encaixe mais complicado de visualizar para Harden no Clippers, certamente, é Westbrook. Um velho conhecido do experiente armador, pois ambos já atuaram juntos no Oklahoma City Thunder e Houston Rockets. Colocá-lo no quinteto inicial, a princípio, significa tirar a bola das mãos de Westbrook. Talvez, até da equipe titular. Mas Harden garante que a parceria é uma solução, não problema.

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“Eu conheço Russell desde que éramos colegiais aqui em Los Angeles. Ou seja, foi muito antes de jogarmos juntos na NBA. Então, a nossa relação não está limitada ao basquete. Foi um dos motivos, aliás, pelos quais quis vir para cá. Assim como eu, ele sente que tem muito a provar e queremos ser campeões. Não há melhor forma de fazê-lo do que onde tudo começou”, concluiu o craque de 34 anos.

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