Fonte: David Liam Kyle / AFPO Brooklyn Nets causou polêmica com a decisão de reintegrar Kyrie Irving ao elenco, colocando saúde e vencer jogos em rota de colisão na NBA. A franquia foi criticada por reconsiderar o afastamento de um atleta não vacinado após, ironicamente, um surto de COVID no time. Afinal, o que é mais importante nessa queda de braço? O gerente-geral Sean Marks defende que ganhar esportivamente justifica o passo para trás.
“O nosso objetivo é conquistar o título, para resumir. Queremos vencer. É para isso que todos estamos aqui, aliás. Temos um elenco cheio de desfalques, então precisei tomar uma decisão. Há alguns meses, cheguei a uma resolução imaginando no melhor para o time em termos de continuidade. A situação, porém, mudou e essa é a melhor decisão para a franquia agora”, argumentou o ex-pivô, em entrevista nesse fim de semana.
Irving ainda não se vacinou contra o vírus e, como resultado, os reflexos vieram rápido. Ele entrou no protocolo de saúde da liga logo depois da decisão de reintegrá-lo, pois já testou positivo para a COVID. Com isso, o seu retorno às quadras vai demorar (ainda) mais tempo do que o já imaginado. O técnico Steve Nash desviou-se de discussões e preferiu focar no inevitável impacto que o astro terá dentro de quadra.
“Eu estou animado por ter Kyrie de volta, certamente. A questão da continuidade, para ser sincero, foi jogada pela janela com as lesões e ausências por COVID. Nós estamos sobrecarregando, por isso, vários de nossos atletas. Dessa forma, ele pode ajudar. Seu talento é um raro recurso com que podemos contar, afinal, para superarmos as dificuldades da temporada”, avaliou o ex-armador, contente com o novo “reforço”.
Decisão forçada?
Marks, apesar de assumir a responsabilidade da decisão, pode não ter tido tanta escolha assim nesse momento. Existe quem acredite que o dirigente foi obrigado, acima de tudo, aceitar o retorno do atleta. Segundo Matthew Brooks, do site Nets Daily, uma reunião na última semana teria determinado a volta do jogador ao elenco. O ex-pivô, na ocasião, foi obrigado a aceitá-la porque havia pressão externa por isso.
O encontro foi solicitado, primeiramente, pelo empresário de um dos dois outros astros do time, Kevin Durant ou James Harden. Foi o agente quem teria pressionado Marks a tomar a decisão porque está preocupado com a altíssimo desgaste do seu cliente na temporada regular. A reunião, aliás, não teve tom amistoso. Vale lembrar que, assim como Irving, Harden será agente livre ao término da atual campanha.
Sem posição “política”
Vacinar-se é uma questão sanitária que ganhou contornos políticos ao mesmo tempo em que argumentos como a “liberdade” passaram a ser debatidos. O dono do Nets, por isso, nunca quis questionar a decisão do armador ou até, na condição de empregador, obrigá-lo a imunizar-se. Joe Tsai reforça que, assim como não se posicionou anteriormente, ele não pretende fazê-lo com a reintegração do atleta ao time.
“Muitas pessoas com posições mais firmes sobre a vacinação, por exemplo, já estavam nervosas comigo por não ter declarado opinião. Mas, desde o início do problema, disse que isso não seria uma questão política aqui dentro. Tudo o que faço é para contribuir com a busca do Nets pelo título e nada mais. Esse é o único pensamento, por fim, que move-me”, assegurou o magnata do ramo de e-commerce.
A decisão do Nets em relação a Irving pode até mirar vencer mais partidas, mas ainda tem um impacto limitado. Ele continua proibido de disputar os jogos da equipe como mandante, bem como algumas outras localidades, por não estar imunizado. Na última temporada, o armador de 29 anos registrou médias de 26.8 pontos, 4.8 rebotes e 6.0 assistências por noite.
O Jumper Brasil, diferente de Tsai e Marks, recomenda a todos os leitores que tomem a vacina e protejam-se contra a COVID.
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