Um dos jogadores mais emblemáticos da história da NBA será eternizado no Hall da Fama nesta sexta-feira. A lenda Shaquille O’Neal é o principal nome da classe de eleitos para o templo máximo do basquete em 2016, que ainda inclui craques como Allen Iverson e Yao Ming. A homenagem já era amplamente esperada por falarmos de um dos melhores pivôs de todos os tempos, mas “Shaq” quer ser recordado por ser mais do que “apenas” um dos melhores.
“Eu não queria ser só o melhor, mas também o mais dominante pivô da liga. Muitas pessoas até podem falar que são os melhores em alguma coisa, mas poucos podem dizer ter sido os mais dominantes. Esse era o meu objetivo. Queria estar no debate com os maiores, mudar o jogo a forma como Wilt [Chamberlain] e Michael [Jordan] mudaram”, contou o ex-pivô e ídolo do Los Angeles Lakers, em entrevista ao site The Vertical nesta semana.
O saudosismo e idolatria por O’Neal parecem crescer atualmente pela ausência de jogadores com seu estilo na NBA – ainda mais, com sua dominância. Um processo que, por mais que lamente e critique, o craque acredita ter incentivado. “Acho que não haverá outro Shaq, outro Yao. E sinto que o modo como eu dominei o jogo fez todos se afastarem do garrafão. Nós somos produtos do meio e, por isso, todos só estão arremessando agora”, avaliou.
O currículo de Shaq é um dos mais “recheados” da história: tetracampeão da NBA (três prêmios de MVP das finais), ele foi convocado para 15 Jogos das Estrelas e eleito para um dos quintetos ideais da temporada por 14 vezes. O MVP da liga em 2000 também possui camisa aposentada pelo Lakers (#34) e a medalha de ouro olímpica em Atlanta-1996. É difícil pensar em alguma coisa que o astro não tenha conquistado, mas algo ainda “incomoda” em sua memória.
“Meu único arrependimento foi ter perdido quase 200 partidas no auge da carreira, por lesões. Eu teria passado Wilt e sido o segundo maior pontuador da história da NBA se tivesse conseguido manter-me saudável. Isso me deixa triste. Sempre vou me lembrar dessas partidas que fiquei fora, pelo resto da minha vida”, recordou O’Neal, escolhido um dos 50 melhores jogadores da liga em 1996 – mesmo tendo disputado só quatro temporadas na NBA a época.
O lendário ex-jogador convidou Bill Russell, Julius Erving, Isiah Thomas e Alonzo Mourning para apadrinhá-lo na cerimônia do Hall da Fama. O quarteto apresentará vídeos em que nós poderemos ver algumas das grandes atuações e habilidades do ex-pivô, mas nem todas. Não porque esses vídeos são curtos e sintéticos, mas por Shaq assegurar que era capaz de ainda mais em quadra do que exibiu. Muito mais, na verdade.
“Eu só mostrei 30% do meu verdadeiro jogo. Fiz uma grande carreira, mas sinto que não tive a chance de mostrar o que realmente era capaz. As marcações duplas e triplas eram tão rápidas que sempre precisei dominar o jogo dentro do garrafão. Tinha capacidade de atacar defensores, passar, driblar, mas nunca pude mostrar isso. O foco era ser o mais poderoso e dominante jogador de todos os tempos”, finalizou O’Neal, que conseguiu muito com o pouco que diz ter feito.