Nesta série estamos fazendo uma retrospectiva da história da NBA de um ponto de vista inusitado: as escolhas de Draft trocadas antes do tempo.
Primeira parte: San Francisco/Golden State Warriors
Segunda parte: Los Angeles Lakers
Terceira parte: Boston Celtics
Quarta parte: Philadelphia 76ers
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Dessa vez falaremos de três franquias e de seus homens de garrafão:
Portland Trail Blazers
O draft de 1984 é considerado um dos melhores de todos os tempos: na classe daquele ano estavam Hakeem Olajuwon, Michael Jordan, Sam Perkins, Charles Barkley e John Stockton. Porém, o patinho feio daquela turma, Sam Bowie, se tornou conhecido de todos por ter sido selecionado pelo Portland Trail Blazers antes de Jordan, na segunda escolha geral.
Lesões, que já haviam atrapalhado o pivô nos tempos de faculdade, minaram sua carreira na NBA. Mesmo assim, quando esteve saudável mostrou ser um bom jogador, embora não bom o bastante para ser a segunda escolha do Draft. Em dez anos de carreira, teve médias de 10.9 pontos e 7.5 rebotes com a camisa do Blazers, do New Jersey Nets e do Los Angeles Lakers.
Porém, o Blazers havia adquirido essa escolha do Indiana Pacers em 1981, quando enviou o também pivô Tom Owens para o Indiana Pacers. Owens atuou apenas uma temporada com o Pacers, tendo médias de 10.5 pontos e 5 rebotes.
Detalhe: o Blazers foi fortemente assediado pelo Houston Rockets por essa pick, em troca de Ralph Sampson, então calouro do ano, e que tinha características parecidas com as de Hakeem Olajuwon. Com a 2ª escolha, o Rockets queria escolher Jordan… e dizem que o Blazers quase aceitou a troca. Outro boato é que na verdade o Blazers teria oferecido a pick e Clyde Drexler por Sampson e que o Rockets teria negado.
De qualquer forma, dá pra imaginar o que poderia ter acontecido se o Rockets tivesse Olajuwon, Drexler e Jordan no elenco?
Cleveland Cavaliers
O maior jogador do Cavaliers antes de LeBron James foi Brad Daugherty. Líder da equipe no fim dos anos 80 e início dos anos 90, o pivê se aposentou com apenas 28 anos por causa de uma lesão crônica nas costas. Suas médias em sete anos de carreira foram de 19 pontos, 9.5 rebotes e 3.1 assistências. Já havia falado um pouco dele nesse artigo.
Porém, a primeira escolha do draft de 1986 não deveria ser do Cavaliers, eles a adquiriram ao enviar o ala Roy Hinson para o Philadelphia 76ers. Mas também não era o 76ers o dono original da escolha, mas sim o Los Angeles Clippers: a troca que a levou para a Philadelphia ocorreu em 1979, quando o Sixers enviou Joe Bryant (sim, o pai de Kobe Bryant) para o Clippers.
Seattle SuperSonics
Quando o Sonics chegou às finais da NBA em 1996, dois jogadores eram a base da equipe: Gary Payton – um dos melhores armadores de todos os tempos – e o ala-pivô Shawn Kemp. Este dominava o garrafão como poucos na história da liga e adorava humilhar seus adversários após enterrar sobre eles. Ele deixou a franquia porque achava que ganhava muito pouco e viu seu pedido de aumento de salário ser negado pela diretoria.
Mesmo assim, ele marcou época principalmente pelo que fez na caminhada rumo às finais em 96: tendo médias de 19.6 pontos, 11.4 rebotes e 56,1% de aproveitamento de arremessos de quadra, foi fundamental para que o Sonics varresse o então campeão Houston Rockets e derrotasse em sete jgos o Utah Jazz de Stockton e Malone antes de cair frente ao Chicago Bulls em seis jogos.
Na época em que foi draftado, era o jogador mais jovem da NBA e havia tido problemas na faculdade, não atuando em nenhuma partida na NCAA. Mesmo assim, o Sonics apostou nele e o escolheu na 17ª posição em 1989, com uma escolha originalmente do Philadelphia 76ers. Em 1986 eles trocaram Tim McCormick e Danny Vranes por Clemon Johnson e a pick de primeiro round de 1989.
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Na continuação: Chicago Bulls e o seu primeiro tricampeonato.