Damian Lillard quis retirar pedido de troca; GM do Blazers não aceitou

Jornalista revela que astro preferia seguir em Portland do que jogar por qualquer time que não fosse o Heat

blazers damian lillard troca Fonte: Fernando Medina / AFP

A trajetória de Damian Lillard no Portland Trail Blazers terminou em uma chocante troca para o Milwaukee Bucks. O fim dessa novela, no entanto, poderia ter sido outro bem diferente. Segundo Chris Haynes, do site Bleacher Report, o astro quis retirar o pedido de troca da equipe em setembro. Mas o gerente-geral Joe Cronin não aceitou e seguiu em frente com o plano de negociá-lo.

“Damian disse a Joe que, se não fechasse uma transação com o Miami Heat, ele preferia voltar atrás. Queria rescindir o seu pedido e, com isso, seguir no time. Mas a resposta do dirigente é que já não havia retorno. Dame ficou em choque na hora. Ele reafirmou que não queria ser enviado para um lugar no que não tivesse interesse e encerrou a reunião”, contou o jornalista.

O resultado catastrófico do encontro foi o que levou o agente do craque a expandir a sua lista de destinos preferenciais. Aaron Goodwin reuniu-se com Lillard para discutir outras opções viáveis de troca. Afinal, um negócio com o Heat já parecia descartado. O Bucks e o Brooklyn Nets foram as alternativas. Mas, ainda assim, todas as interações entre o jogador e Cronin acabaram ali.

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“A impressão é que, durante o processo, a direção do Blazers deixou as emoções interferirem nos negócios. Fontes próximas de Damian interpretam que tornou-se uma questão pessoal, pois Miami nunca teve uma chance legítima de negociação. Todos os canais de comunicação com o atleta e seus representantes, além disso, foram travados por algum tempo”, revelou Haynes.

Mágoa

A mágoa do Blazers e Cronin durante o processo de troca de Damian Lillard, antes de tudo, tinha certa justificativa. O jogador e o seu empresário fizeram com que o seu desejo de jogar em Miami fosse o máximo público possível. Limitou, com isso, as possibilidades de negócio do time do Oregon. Esse tipo de postura pavimentou esse “caminho sem volta” para o ídolo em Portland.

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“O Blazers sentiu-se pressionado nas negociações desde o começo. Sentiu-se, mais do que isso, de que foi colocado em uma situação muito desfavorável para iniciar o processo. Aaron entrou em contato com outras equipes para dizer que Damian não estaria contente em uma troca que não fosse para Miami. E, por isso, até a NBA precisou divulgar uma nota de intervenção”, lembrou o repórter.

A liga realizou uma investigação em que esses “contatos” não foram provados. Mas o próprio Goodwin admitiu-os em seguida. “Eu queria que todos entendessem que, embora não tivéssemos uma cláusula de veto, faria o que pudesse para dar-lhe os controles. O meu trabalho, afinal, é colocar o meu cliente onde quisesse chegar”, resumiu o agente.

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De acordo com Haynes, o corte das relações com o jogador e o empresário virou uma estratégia. Não saber sobre as negociações, como resultado, não lhes dava chances de atravessá-las ou atrapalhá-las. “Portland deixou-os no escuro porque impedia que Aaron pudesse se envolver nos bastidores. Foram três semanas de mensagens e contatos não respondidos”, relatou.

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Retorno

Em uma notícia pouco divulgada, há duas semanas, Lillard retornou às instalações do Blazers. A intenção, a princípio, era dar início aos trabalhos para a temporada que está para começar. Ele foi bem recebido por quase todos na franquia, entre colegas de elenco e estafe da organização. Com quem mais importava naquele momento, no entanto, a comunicação seguia totalmente nula.

“Eu fui para o centro de treinamento porque ainda fazia parte do elenco. Esse é o momento da offseason em que voltamos a treinar com o elenco. Eu já não estava tão confiante de que uma troca sairia, então retomei aquela rotina. Mas Joe nunca disse uma palavra para mim. E, quando notei isso, também decidi não lhe dirigir a palavra mais”, revelou o veterano astro.

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Nos bastidores, uma interpretação possível é que a presença de Lillard serviu como um lembrete. A reapresentação se aproximava e, com isso, lidar com uma situação desconfortável. Assim, de propósito ou não, as negociações do Blazers com outros times se intensificaram a partir daquele instante. O armador, no entanto, nega algo premeditado ou uma estratégia.

“Não fui lá para causar nenhum tipo de problema, pois não sou assim. Não é o meu caráter e todos sabem disso. Se alguém pensou que era isso, então saiba que não foi a minha intenção. Só estava tentando aclimatar-me novamente. E, aliás, todos ficaram felizes em me ver outra vez. Quer dizer, todos menos Cronin”, concluiu o atleta de 33 anos.

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Gosto amargo

A troca, por fim, encerrou uma história brilhante entre Damian Lillard e o Blazers. O título da NBA não veio, mas foram quase 800 partidas em 11 temporadas. Ele deixa Portland como um dos candidatos a maior jogador da franquia em todos os tempos. Deixa lances memoráveis nas mentes e corações dos torcedores. É impossível, no entanto, não sentir um gosto amargo pela forma como a saída foi conduzida.

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“Eu ainda estou tentando processar tudo porque é muita coisa para pensar. E, além disso, nunca estive nessa situação antes. Não vou negar que a maneira como tudo aconteceu nos bastidores deixa um amargo na boca. Mas, ao mesmo tempo, isso não muda nenhuma das incríveis experiências que tive nessa cidade e eu vivi com esse time”, garantiu o veterano.

Lillard vai para um Bucks que já era candidato ao título antes de sua contratação. Nunca esteve, assim, tão próximo de ser campeão da NBA. Mesmo um título, no entanto, não deve fazer com que Milwaukee supere Portland em sua vida. “Essa ainda é a minha casa. Sempre vou viver aqui, não importa o que aconteça, pois tenho um enorme carinho por essa cidade”, concluiu.

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