Um balde de água fria para quem achava que o fim do locaute na NBA estava próximo. Isso é o que pode ser dito após o encontro cercado de expectativa entre cartolas e jogadores que foi realizado nesta terça-feira, em Nova York.
Como as duas partes não avançaram nas negociações quanto ao novo Acordo de Negociações Coletivas (CBA), a greve patronal prossegue e o início da temporada 2011/2012 (previsto para o dia 1° de novembro) está seriamente ameaçado.
Ao final do encontro, o diretor-executivo do Sindicato dos Jogadores, Billy Hunter, afirmou que os atletas estavam preparados para fazer um movimento financeiro “significativo”, mas os donos de franquias permaneceram relutantes em ceder nas negociações, principalmente na questão do teto salarial rígido.
O presidente do Sindicato dos Jogadores, o armador Derek Fisher, mostrou muito pessimismo ao ser perguntado pelos jornalistas sobre o resultado da reunião desta terça-feira. “Nós não estamos marchando em direção a um acordo neste momento”.
Já o comissário da NBA, David Stern, afirmou que ainda tem esperança de resolver o imbróglio o mais rápido possível para que o início da temporada não seja prejudicado. “Reconheço que hoje nós não tivemos um grande dia nas negociações, mas nossa meta ainda é começar a temporada na data marcada. Reiteramos aos jogadores a necessidade de adotar um sistema que seja economicamente viável, que permita às equipes competir em pé de igualdade. A atitude dos jogadores contra o teto salarial rígido é muito emocional.”
Nesta quinta-feira, os donos de franquias vão se reunir em Dallas e os atletas estarão em Las Vegas. O detalhe é que nenhum próximo encontro entre os envolvidos no imbróglio foi agendado. A reapresentação dos jogadores para o início dos treinamentos está marcada para o dia 03 de outubro, mas em razão da continuidade do impasse essa data provavelmente será alterada.
Entenda o impasse
O último Acordo de Negociações Coletivas (CBA) expirou no dia 30 de junho e as partes envolvidas (Sindicato dos Jogadores, proprietários das franquias e a própria NBA) precisam fechar um novo acordo para encerrar o locaute. Os donos das equipes, insatisfeitos com as perdas acumuladas nos últimos anos, querem cortar gastos. Eles pretendem reduzir os salários dos jogadores em 30% e impor um teto salarial mais rígido.
Os cartolas não abrem mão de um novo sistema operacional econômico, que é necessário, segundo eles, para dar às 30 equipes da Liga uma possibilidade igual de ser lucrativa e brigar pelo título. Em contrapartida, os jogadores têm argumentado que a NBA nunca ganhou tanto dinheiro em contratos publicitários e televisivos, e não aceitam a redução drástica dos salários.