Dilema para Boston Celtics e Jaylen Brown: troca ou extensão?

Astro pode receber cerca de US$60 milhões anuais se estender previamente o contrato

Jaylen Brown Boston Celtics Fonte: Jesse D. Garrabrant / AFP

OK. A temporada do Boston Celtics acabou de forma lamentável, especialmente para o astro Jaylen Brown. Responsável por assumir o controle do time após a lesão de Jayson Tatum no jogo 7 das finais do Leste, Brown falhou miseravelmente. Além de cometer oito erros de ataque, ele teve converteu somente oito das 23 tentativas nos arremessos. Mas ele ainda foi pior no perímetro: um acerto em nove tentativas. Agora, a equipe de Massachusetts está em um dilema: vai partir para a troca ou dá a ele uma extensão gigantesca?

Talvez, seja o maior problema do Celtics no momento, uma vez que Joe Mazzulla deverá seguir no comando. Embora o treinador tenha cometido inúmeros erros, especialmente nos playoffs, parece que a diretoria vai manter o técnico. Tudo bem, por agora. Foi seu primeiro ano e, na série contra o Miami Heat, tomou decisões melhores (ou menos questionáveis) do que na anterior. Então, se ele fica, Brad Stevens precisa dar a ele assistentes experientes. Claramente, Mazzulla precisou de ajuda ali.

De qualquer forma, temos que entender o que Boston vai fazer para a próxima temporada. Manter quase todo o atual grupo é a ideia de que está tudo certo. E, claramente, não está. Existem problemas que podem ser corrigidos de forma mais simples do que a gente imagina. Mas será que a direção vê assim?

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Antes de entrarmos no assunto Jaylen Brown, vamos analisar o que o Boston Celtics errou nos playoffs.

Grant Williams

É verdade que uma derrota para o Heat está na conta dele. Provocar Jimmy Butler vencendo por nove, em casa, no último período, não foi muito inteligente. Mas Williams é um bom jogador, ajuda defensivamente e tem um bom aproveitamento no arremesso. Portanto, ele deveria ter mais minutos em todas as partidas.

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Robert Williams

Na atual temporada, o Celtics venceu 12 dos 14 jogos na temporada regular quando Robert Williams e Al Horford foram titulares. Mas Mazzulla não gostava da ideia de jogar com dois caras grandes. Embora os números, até com Ime Udoka, mostrassem isso, ele simplesmente não quis utilizar. Então, quando a coisa apertou contra o Philadelphia 76ers, o técnico usou a formação. Resultado? Duas vitórias incontestáveis. Não precisa ser cientista para entender que, com Robertão, o garrafão seria intransponível e Horford poderia cobrir os espaços.

Era uma ideia que tinha comprovação, com resultados importantes, mas o técnico não gosta. Apesar de isso diminuir o espaçamento ofensivo, a criação entre Marcus Smart, Jayson Tatum e Jaylen Brown não sofreria com isso. Não precisava jogar com eles por 30 minutos por partida, mas nos inícios de quartos, teria a chance de se segurar defensivamente.

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Perímetro

O Celtics sofreu muito com os arremessos diante do Heat, mas havia uma alternativa. Em marcação zona, você coloca um pivô dentro do garrafão. Daí, o ítem Robert Williams faria sentido, também, no ataque. Ele é perfeito? Não. Mas sabe pontuar lá dentro. Daria ao Heat uma preocupação a mais, além do disco furado da bola de três.

E o arremesso do perímetro não pode ser de qualquer jeito. Precisa haver movimentação de bola para, aí, encontrar alguém em boas condições. Assim, você tem um jogo vencedor. Do contrário, você só especula. Se cair, tudo certo. Se não cair, aí fica para a próxima.

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E não caiu.

Mazzulla

Sim, os pedidos de tempo precisam ser feitos quando o time leva uma corrida acima de sete pontos. Ainda mais em playoffs. No entanto, o treinador não entendia assim. E precisa utilizar os desafios. Não pode “morrer” com desafio na mão todos os jogos.

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Depois, a pouca movimentação de bola no perímetro atrapalhou. Quando você tem um time estático, fica muito mais fácil para a defesa oponente. E, com um time cheio de bons passadores, o Celtics falhou feio ao não procurar o melhor arremesso. De novo, especular com o perímetro não ajuda se você não tiver um plano B. E, claramente, Mazzulla não teve um.

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Agora, onde Jaylen Brown falhou, especificamente, ao não ser o astro que o Boston Celtics precisava.

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Vamos entender. Não dá para ter um cara no time que tenha tanta posse de bola e não saiba driblar. Brown fez muita coisa errada (leia-se, o que você pensou), especialmente dentro do garrafão. Ele não pode bater bola na área pintada. Quando ele entrava ali, o resultado era sempre o mesmo.

Então, o que fazer em uma situação assim? Dá para tirar a bola das mãos dele? Não tem como. Mas como ele não é o melhor passador do time, você muda. Tem que fazer ele receber a bola entrando no garrafão para tentar a cesta. Ao invés de Brown sair de longe, driblando para entrar no garrafão, o ideal é ele sair sem a laranja, recebendo em progressão. Mas se ele estiver bem nos arremessos do perímetro, o que ele é capaz de fazer, é outra solução.

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Portanto, acontece isso ou é melhor pensarmos no futuro sem ele.

De acordo com o jornalista Brian Windhorst, da ESPN, a extensão de Jaylen Brown com o Boston Celtics pode chegar a US$290 milhões por cinco anos. Ou seja, uma média de US$58 milhões por temporada.

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Estender é ruim?

Sim e não. Vamos entender que Brown está com 27 anos. Então, ele tem, pelo menos, mais uns cinco anos no topo. Sabemos que ele não usa apenas a parte física. Apesar de acertar apenas 33.5% do perímetro em 2022/23, ele teve 39.7% há duas temporadas. E foi com o mesmo número de arremessos, cerca de sete por partida.

Então, quando suas condições físicas não forem mais as mesmas, ele ainda terá sobrevida na NBA.

Mas pesa contra o fato de ele não gostar muito de parte da torcida de Boston. Aliás, tem sido uma reclamação recorrente na liga. Existe o rumor de que Brown não queira ficar.

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No entanto, vamos imaginar que sim. Que o objetivo dele é vencer com o Celtics.

Primeiro, o valor é um problema se ele não tiver ajuda. Um astro, com US$60 milhões na conta por ano, não pode dar a desculpa de não saber driblar. Vá para a escolinha do Stephen Curry e do Kyrie Irving, leia o manual do Tim Hardaway, ouça palestras do Jamal Crawford. Sei lá, qualquer coisa, mas melhore.

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E se não der certo, mesmo depois da extensão, aí vem a parte boa: troca.

Bem simples. Quanto maior o salário, melhor para conseguir uma negociação interessante. Não que seja ruim trocar agora, antes da renovação, mas se a ideia é de ruptura, aí fica o questionamento.

Se trocar na offseason, é página virada e o time começa sem distração. Mas se optar por estender, aí só pode trocar depois de vários meses.

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Não tem extensão e vai trocar

Pensando no cenário em que o Boston Celtics troca Jaylen Brown antes da extensão, alguns times vão partir para a reformulação. Então, vou deixar duas opções aqui.

Uma delas é com o Brooklyn Nets, por Mikal Bridges e Dorian Finney-Smith. O Celtics mandaria Brown e receberia dois ótimos defensores de perímetro. E Bridges mostrou muito potencial ofensivo no Nets. Então, ele poderia se tornar a segunda opção de ataque, atrás apenas de Tatum.

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Depois, tem uma com o Toronto Raptors. Malcolm Brogdon e Jaylen Brown vão para o Raptors, enquanto Fred VanVleet e Gary Trent Jr iriam para o Celtics. Seria necessário adicionar escolhas de Draft para Boston, além de um outro contrato, como DJ Wilson.

É uma ideia que faria o Celtics ter outros dois ótimos arremessadores, além de especialistas defensivos. Sim, Boston poderia receber mais coisas, mas pelo que precisa, no momento, funcionaria.

Um armador para jogar ao lado de Smart e outro saindo do banco com White. Imagine como o perímetro ficaria bom nos dois lados da quadra. Enquanto isso, Tatum voltaria a ser ala e Robert Williams jogaria ao lado de Al Horford.

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Tá, é só uma ideia.

No nosso grupo do Whatsapp, com outros leitores, eu recebi uma ideia de ter Kawhi Leonard. Até funcionaria, mas existem alguns problemas com Leonard. Que ele é capaz de fazer um time vencer, não tenho dúvidas. Mas sua condição física é uma incógnita, sua fidelidade, idem. Não sei se ele ficaria por um longo período.

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E pesa, ainda, o fato de Leonard ser uma diva. Ele não conversa com os colegas no Los Angeles Clippers, não treina junto, escolhe jogos, não convive com o grupo.

Celtics precisa de um armador?

De acordo com rumores, aí você precisa entender que é a época desse tipo de coisa, o Celtics estaria disposto a receber um armador. Não só um cara da posição, mas um organizador primário. Aquele cara que demanda a bola, mas coloca o colega em condições reais de pontuar. Neste caso, a movimentação diminui, mas você tem um especialista.

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Chris Paul seria uma das ideias, segundo John Gambadoro, do site Arizona Sports. O Phoenix Suns teria interesse em Malcolm Brogdon. Mas pensando como Boston funciona, Paul seria uma boa?

Marcus Smart é um passador muito subestimado e pesa contra ele o fato de a bola não ficar tanto tempo em suas mãos. Com Paul, aconteceria o contrário. Aí, o Celtics teria Derrick White e Smart para trabalharem ao lado do veterano do Suns. Poderia funcionar, inclusive, para bater salários, se adicionar um contrato como o de Luke Kornet, por exemplo.

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Agora, é interessante para Boston?

Paul está com 38 anos e suas performances já não são mais as mesmas. Embora tenha uma das melhores visões de quadra de toda a liga, ele funcionaria se fosse poupado aqui e ali, jogando menos minutos. Algo como 27 por jogo seria o ideal. Seus números iriam cair, mas nos playoffs, a carga aumentaria para 33. Tudo na casa da especulação, imaginando como poderia funcionar com Smart e White.

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Futuro 

Seja como for, a direção do Boston Celtics tem a faca e o queijo nas mãos. Basta trabalhar direitinho que tudo dá certo. Acredito que exista um futuro para Jaylen Brown na equipe, desde que o treinador entenda onde estão os erros. Até por ele estar lá e, eu, aqui, deve entender bem mais. Mas o fato é que Mazzulla precisa corrigir suas falhas para, depois, apontar as de seus comandados.

Agora, se for partir para trocas, o núcleo ainda é capaz de vencer. É só fazer as negociações que resolvam os problemas.

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