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É impossível olhar a campanha de 2015-16 do Golden State Warriors sem se impressionar. O time, atual campeão da NBA, parece ainda melhor que no ano passado. Mas como?
A equipe californiana venceu suas dez primeiras partidas da atual temporada, meio que com “um braço amarrado”. Isso mesmo. A impressão passada é que o Warriors não faz tanta força assim para ser tão dominante. Com exceção feita ao embate diante do Los Angeles Clippers, todos os outros foram decididos por pelo menos nove pontos de diferença. É um domínio que lembra os melhores esquadrões de todos os tempos, como aquele Chicago Bulls de 20 anos atrás.
Quem é o responsável por tudo isso?
A diretoria do Warriors agiu rapidamente quando demitiu Mark Jackson de seu comando técnico, em 2013-14. O antigo treinador tinha problemas de relacionamento com vários de seus atletas e em seu lugar chegou alguém sem a menor experiência no cargo, o ex-armador Steve Kerr.
Entretanto, a posição não caiu no colo de Kerr. Considerado um dos mais inteligentes comentaristas da TV americana, ele já havia sido gerente geral do Phoenix Suns. Ao assumir o Warriors, em 2014, garantiu não só o recorde de um técnico novato com o maior número de vitórias em uma temporada, mas também um título incontestável.
A mudança que ele fez durante a final da liga, ao sacar o ótimo defensor Andrew Bogut do quinteto titular, quando existia a real chance de perder para o Cleveland Cavaliers, mudou o rumo da série. No entanto, Kerr passou por uma cirurgia e não comanda o Warriors neste início. Em seu lugar, está Luke Walton, ex-jogador do Los Angeles Lakers.
Mas o que Kerr, Walton e aquele Bulls de 1995-96 possuem em comum? Se pensou em Phil Jackson, acertou em cheio.
Kerr foi treinado por Jackson no time de Chicago e foi um dos jogadores mais importantes do banco de reservas, e chegou a fazer a cesta da vitória que decidiu um campeonato.
Luke, filho do lendário Bill Walton, fez a lição de casa ao aproveitar tudo o que podia no Lakers. Foi campeão sem ter lá um grande papel em quadra, porém aprendeu com o agora dirigente do New York Knicks como absorver o melhor de cada atleta.
Seu trabalho no Warriors hoje, é mais uma sequência iniciada por Mark Jackson e aperfeiçoada por Kerr do que qualquer outra coisa. Mas é brilhante.
Falando em brilhar, quem o faz com muita naturalidade é o MVP Stephen Curry. Aqueles 53 pontos diante do New Orleans Pelicans, dão o sinal de quão sensacional ele é. O Xará (Gustavo Lima) já falou muito sobre ele na semana passada e, por isso, não vou me alongar muito aqui.
No jogo seguinte, o Warriors encararia o Memphis Grizzlies, um dos melhores times na defesa da liga. O resultado? Nada menos que 50 pontos de diferença. E o Grizzlies não é uma equipe qualquer. Esteve nos playoffs nas últimas cinco temporadas e foi finalista de conferência em 2012-13.
Curry, até o momento, acertou 52 cestas de três em 110 tentativas (47.3% de aproveitamento) e converteu 63 dos 68 lances livres (92.6%). Ele possui médias de 33.3 pontos, 5.3 rebotes, 5.6 assistências e 2.6 roubadas. Sabe quantas vezes o armador precisou atuar por 40 minutos ou mais neste ano? Nenhuma.
Seu colega, o ala-armador Klay Thompson, não parece estar em sua melhor forma técnica, mas existe uma explicação Thompson iniciou a temporada com fortes dores nas costas. Ainda assim, faz pouco mais de 15 pontos por partida.
Bogut teve uma concussão no primeiro jogo de 2015-16. Festus Ezeli assumiu a titularidade. Mudou alguma coisa? Não mesmo. Ezeli defende quase tão bem quanto o australiano e, fisicamente, está mais inteiro.
Draymond Green faz um ano ainda melhor que em 2014-15 e, para a surpresa de alguns, é o líder de assistências da equipe, no melhor estilo point forward. Harrison Barnes também está em um bom momento. Ou seja, o time sobra e é dos dois lados da quadra.
É pretensão dizer que o Warriors vai bater o recorde do Bulls de 95-96, até por estarmos apenas no início da temporada. Mas, nos últimos anos, se tem um time com a mínima chance de isso acontecer, é esse. Tudo isso, sem o seu técnico principal. Um segundo título? Melhor aguardar os próximos capítulos.
