Por Ricardo Romanelli
A temporada 2012-13 já chegou ao ponto onde todos os times estão em torno dos 50 jogos disputados. Este número representa algo como 60% da temporada regular.
A esta altura, já sabemos quem é quem na NBA. Salvo alguma grande troca, lesão ou suspensão, é difícil vermos mudança nos melhores times da liga daqui até os playoffs, sendo que as disputas acirradas se darão na parte de baixo da tabela, na briga pelas últimas vagas.
Entre os líderes da liga, analisaremos neste momento a interessante equipe do Indiana Pacers.
Após alguns anos de baixa no final da última década, vivendo das migalhas do time que chegou às Finais da NBA em 2000, a direção do Pacers iniciou de 4 a 5 anos atrás um trabalho de reconstrução impressionante, que mostra excelentes resultados já desde o ano passado.
Atualmente, a equipe de Indiana é a terceira colocada do Leste, atrás do campeão Miami Heat e do New York Knicks, grande surpresa do ano.
Em 2011-12, o Pacers perdeu para o Heat, que depois seria campeão, por 4-2 no segundo round dos playoffs, demonstrando maturidade e vontade impressionantes para um time considerado tão jovem.
Agora, nesta temporada, o Pacers parece ter atingido o ponto de excelência. A equipe do técnico Frank Vogel combina uma defesa ajustada e intensa com um ataque balanceado, e esta fórmula tem gerado alguns números interessantes.
Destarte, destacamos a proficiência nos rebotes. O Pacers lidera a liga neste quesito, não permitindo segunda chances para os opositores. Combinando isso ao fato de que permite que os adversários convertam apenas 41,7% de seus arremessos de quadra, permitindo apenas 89,9 pontos por partida (ambos quesitos também os melhores da liga), evidencia-se de maneira clara algo que a intuição já nos dizia: o Pacers é a melhor defesa da atual NBA, com estatísticas de fazer inveja a algumas das melhores defesas da história.
No ataque, muito equilíbrio. Dos cinco titulares, quatro possuem médias acima dos dez pontos por jogo (Paul George, David West, George Hill e Roy Hibbert), sendo que o quinto titular, Lance Stephenson, está próximo disso, com 8,5 pontos de média.
Goerge e West, por sinal, possuem médias muito parecidas, ambos flutuando na casa dos 17 pontos e sete rebotes por partida.
George, que está na terceira temporada, se firmou como um dos jogadores de ponta da liga nesta temporada, sendo agraciado com sua primeira vaga para o All-Star game.
David West, que alguns anos atrás escolheu o Pacers em detrimento do Celtics, e por isso foi muito criticado, mostra que talvez tenha feito a melhor escolha, pois se tornou peça principal de um elenco que vem encantando a todos.
Mas qual a real chance do Pacers de chegar aos estágios mais avançados da pós-temporada?
Se é algum indicativo, contra o próprio Miami Heat, foram duas partidas disputadas nesta temporada, com duas vitórias maiúsculas do Pacers. Em ambos os jogos, o Pacers segurou o ataque do Heat com sua grande defesa, e contou com grandes atuações individuais de George e West, que mostraram porque são os líderes desta equipe.
O mais impressionante de tudo isso, é que a equipe continua sem Danny Granger, com lesão no joelho que o tirou da temporada. Granger, até algum tempo atrás, era considerado o melhor jogador do Pacers.
Agora, este posto pertence a outro. Talvez Paul George seja, na maioria dos círculos, este nome. Mesmo assim, o retorno de Granger, quando ocorrer, vai melhorar um time que já é excelente.
O Pacers não é, em nenhuma previsão, um dos favoritos para chegar às Finais ou ganhar o título da NBA.
No entanto, parece ser o melhor candidato a azarão que a liga nos proporciona nesta temporada.
Com uma defesa capaz de parar qualquer ataque, e um sistema ofensivo composto por jogadores altruístas e comprometidos com a vitória, não é exagero dizer que este time pode vencer qualquer outro nos playoffs.
Se vai ou não fazê-lo, esta é uma questão que transcende qualquer análise. Mas que o Indiana Pacers pode surpreender a todos e fazer uma campanha memorável nos playoffs, disso não temos dúvida.
É uma equipe que já provou que merece ser acompanhada de perto, e que só tem a melhorar nos próximos anos. Acreditamos que é um time que nenhum dos favoritos vai querer encontrar nos playoffs.
