Fonte: Tim Nwachukwu / AFPMais um Jogo das Estrelas entrou para a conta da NBA nesse domingo e tivemos o show habitual dos craques da liga. Ou seja, foi um festival de sorrisos e jogadas plásticas sem defesa ou competitividade. E, aliás, os jogadores já começam a ficar tão incomodados com essa postura quanto uma parte do público. Jaylen Brown, por exemplo, criticou a forma como os atletas encararam o All-Star Game.
“Esse jogo, certamente, não foi basquete. Eu definiria como só uma competição de bandejas glorificada e com badalação. Torço para que exista, por isso, uma forma de fazê-lo mais competitivo nos próximos anos”, disparou o ala do Boston Celtics. Ele foi o cestinha e destaque do Time LeBron, após anotar 35 pontos e 14 rebotes na derrota por 184 a 175.
Não por acaso, os momentos mais divertidos da partida festiva para Brown foram aqueles que ofereceram competição. O craque protagonizou algumas disputas de um contra um com o colega de elenco, Jayson Tatum. Essas jogadas estiveram entre as que mais mobilizaram as redes sociais durante o jogo. Ele indica que, a princípio, esses lances foram a sua festa.
“Se você conhece Jayson, sabe que ele vai competir com tudo o que tem. E acho que foi, acima de tudo, bem divertido. Aqueles duelos foram especiais para mim, certamente. Enfrentar o meu irmão, Jayson, jogada após jogada foi como se não tivesse mais ninguém naquele ginásio. Era simplesmente como se fosse um confronto particular”, contou o segundo pontuador do Celtics.
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Pior jogo
Jaylen Brown, aliás, não foi o único participante do evento que não gostou dessa pegada do All-Star Game. Os técnicos das equipes, embora sejam meras figuras decorativas no evento, não costumam aprovar o que ocorre em quadra. Michael Malone, que treinou o Time LeBron, verbalizou isso depois do jogo. Mais do que isso, ele elogiou os poucos atletas que levaram tudo um pouco mais a sério.
“É uma honra fazer parte desse fim de semana, mas esse é o pior jogo de basquete já disputado. E, para ser sincero, não sei se há uma maneira de dar um jeito nisso. Admiro Joel Embiid e Kyrie Irving, pois tentaram competir um pouco mais. Joel, por exemplo, estava implorando para os caras jogarem mais duro”, avaliou o treinador do Denver Nuggets, com algum bom humor.
Malone entende, no entanto, que a conduta dos atletas no Jogo das Estrelas é um reflexo de novos tempos. Os confrontos ultracompetitivos dos anos 1990, afinal, ficaram para trás. Os jogadores de hoje são poupados até em partidas para valer, da temporada regular. Todos estão bem mais preocupados, então, em voltarem “intactos” para o restante da campanha.
“O mais importante é que, para começar, ninguém se lesionou. E, além disso, todos os jogadores deram um show para os fãs que estiveram aqui. Mas, sinceramente, é duro fazer parte de uma partida assim para um treinador profissional”, finalizou o experiente comandante.
Sacrifício
Os enfrentamentos entre Jaylen Brown e Jayson Tatum levaram a uma reflexão no All-Star Game. Brown é o coadjuvante da parceria do Celtics, mas, ainda assim, é eleito entre os melhores jogadores do Leste. O ala, certamente, poderia ser ainda mais reconhecido se fosse o líder de algum outro time. Ele define essa situação, antes de tudo, como um sacrifício consciente do seu talento.
“É um sacrifício para mim, antes de tudo. Há várias oportunidades em que poderia ser a referência, mas o meu compromisso e de Jayson é vencermos juntos. Então, não tenho problemas em fazer o meu papel. Eu aprendi a fazer o que é necessário para termos sucesso. Posso ser mais em algum outro lugar, mas não há problema em ser um ótimo cara de grupo e ganhar”, refletiu o jovem atleta.
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