Olha, existem coisas na NBA que de vez em quando paramos para pensar se não estamos apenas jogando o NBA 2K. O Los Angeles Lakers conseguiu colocar em seu elenco quatro jogadores espetaculares perdendo pouquíssimas peças. É para ficarmos pensando mesmo.
Primeiro, vamos ao passado, antes de apontar o dedo para alguém.
Em 2003-04, o mesmo Lakers havia contratado Karl Malone e Gary Payton para um time que já tinha Shaquille O’Neal e Kobe Bryant. E o técnico era ninguém menos que Phil Jackson.
O triângulo ofensivo, sistema que Jackson utilizava, criado por seu assistente e amigo Tex Winter, não funcionou, pois Payton não sabia fazê-lo. Rick Fox, um jogador não tão famoso, era quem mais entendia do esquema. O time perdeu nas finais para o Detroit Pistons, mas engana-se quem acha que foi apenas o sistema – vencedor em tantas outras ocasiões – que falhou.
Houve uma guerra de egos. Bryant não se dava bem com Malone e Shaq. O antigo camisa 8 brigou até com o seu treinador, que posteriormente relatou todos os problemas resumidos acima em um livro, o ótimo “The Last Season: A Team in Search of its Soul“.
Mas ei, não estou dizendo que Kobe é o mesmo egoísta daqueles tempos. Ele amadureceu, elevou o seu jogo, e é um dos melhores da história. Porém, o mundo sabe que Bryant tem uma tendência gigantesca em querer ser o protagonista o tempo todo.
Alguns anos depois, o Boston Celtics fez diversas movimentações para ter em um mesmo time os astros Paul Pierce, Kevin Garnett e Ray Allen. Havia uma certa insegurança por conta do armador que conduziria aquela equipe, um jovem Rajon Rondo. No entanto, isso foi passageiro. Rondo é hoje um dos melhores de sua posição na NBA e o time acabou como campeão.
Posteriormente, LeBron James e Chris Bosh juntaram-se ao astro Dwyane Wade, que já havia sido campeão ao lado de O’Neal no Miami Heat. No primeiro ano, o time que ainda contava com os veteranos Zydrunas Ilgauskas e Mike Bibby, sucumbiu nas finais para o Dallas Mavericks, mas em 2011-12, o Heat não deu a menor chance ao fortíssimo Oklahoma City Thunder.
Agora sim, o Lakers faz algo parecido com o que fizera há quase uma década. Juntou jogadores de qualidade inquestionável em busca de mais um título. Nunca é demais lembrar que Metta World Peace também já foi um all star e teve temporadas com médias acima de 20 pontos. Isso sem contar que o elenco ainda possui um tal de Antawn Jamison como sexto homem, título que ele já ganhou quando era do Mavericks. Além disso quem vai armar essa equipe será Steve Nash, duas vezes MVP, e o espanhol Pau Gasol acabou não sendo negociado.
Entretanto, vamos parar para raciocinar. Isso está virando um Campeonato Espanhol de futebol, como disse o Thiago Alencar no Twitter. Duas forças que vão brigar pelo título, enquanto os outros times estão abaixo. Talvez, bem abaixo.
Não, não estou descartando antecipadamente o San Antonio Spurs, o Dallas Mavericks, o Boston Celtics, ou Brooklyn Nets. O Thunder manteve a base e ainda é um dos favoritos. Descartaria, talvez, o Chicago Bulls, que ficará sem Derrick Rose e Luol Deng por boa parte da temporada, e os outros times. Apenas estou dizendo que Lakers e Heat chegam como os principais candidatos por conta de seus elencos, apesar de seus treinadores. Não que Mike Brown e Erik Spoelstra sejam ruins. Apenas não estão ao mesmo nível dos jogadores que comandam.
O negócio foi questionável? Sim, claro. Teoricamente, um time que troca Andrew Bynum, Josh McRoberts e Christian Eyenga, por Dwight Howard, Chris Duhon e Earl Clark, com certeza sai ganhando. E muito. Isso sem contar que Bynum nem para o Orlando Magic foi…
A temporada 2012-13 promete ser uma das mais interessantes dos últimos tempos. Todos querem ver como vai ficar o time com Nash, Bryant, World Peace, Gasol e Howard. E com certeza, será um ano em que todos vão mirar no Lakers como o rival a ser batido. Agora, é só esperar começar, pois os dados já foram lançados.