Draft 2012 – Analisando a primeira rodada

Às vezes, a melhor forma de analisar algo é deixar a poeira baixar. Deixe que alguns dias se passem para “digerir” o que aconteceu, absorva o golpe e tente ver tudo com um pouco mais de clareza. Com calma, sem a afobação do momento. Enquanto escrevo esse post, participei da edição desta semana do Overtime […]

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Às vezes, a melhor forma de analisar algo é deixar a poeira baixar. Deixe que alguns dias se passem para “digerir” o que aconteceu, absorva o golpe e tente ver tudo com um pouco mais de clareza. Com calma, sem a afobação do momento. Enquanto escrevo esse post, participei da edição desta semana do Overtime e algumas das minhas posições sobre o draft já eram um pouco diferentes do que disse no programa ao vivo.

Aqui estão os meus comentários sobre cada escolha da primeira rodada do recrutamento. Eu sei que todos já estão no ritmo do agenciamento livre – inclusive, eu –, mas draft nunca é exatamente olhar para trás. É olhar para o futuro.


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1. New Orleans Hornets – Anthony Davis (Ala-pivô, Kentucky, 19 anos)

Não sei se há muito a dizer aqui: todos sabiam que Davis seria o primeiro selecionado e que esta era a escolha certa. Eu acho que o jogo defensivo do ala-pivô vai se traduzir muito bem entre os profissionais não pelo que ele faz, mas por saber quando fazer. O que quero dizer aqui não é que chegará fazendo contra o Tim Duncan o que fazia contra o garrafão de LSU, por exemplo, mas que gosto dos seus instintos e tomada de decisões protegendo a cesta.

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No ataque, Davis é um trabalho em andamento. Algo que pouco era exigido em Kentucky e espero ver mais na NBA é sua capacidade de jogar fora do garrafão. Por ter atuado como armador no colegial, ele pode dar passes e arremessar de média distância melhor do que imaginamos. O potencial de costas para a cesta também está lá, lógico, mas vai exigir um pouco mais de trabalho dos treinadores do Hornets.

2. Charlotte Bobcats – Michael Kidd-Gilchrist (Ala, Kentucky, 18 anos)

Eu gosto do que essa escolha representa: Kidd-Gilchrist é uma mudança de cultura no time de pior campanha da história da liga. O ala é um verdadeiro guerreiro, capaz de defender quatro posições e que só se importa com vitórias dentro de quadra. É um líder. Além disso, pelo que leio, o jovem é uma ótima adição ao molde como o treinador Mike Dunlap monta seus times – agressivas na marcação e atacando em velocidade. “MKG” não é uma grande arma ofensiva, mas trata-se de um dos melhores finalizadores em transição e em torno da cesta da turma.

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No entanto, não deixa de ser preocupante que o maior problema (dos vários) do Bobcats não deverá ser resolvido por essa escolha: a falta de poder de fogo – em especial, arremesso –, uma primeira opção ofensiva. Neste caso, Kidd-Gilchrist está longe de ser a solução. Tenho, aliás, preocupações sobre como a personalidade do ala vai reagir ao provável dia-a-dia de derrotas da equipe na temporada regular.

3. Washington Wizards – Bradley Beal (Ala-armador, Florida, 19 anos)

Beal é um complemento fantástico para o perímetro do Wizards. Seu excelente arremesso é o óbvio ponto principal, mas eu ainda vejo muito mais coisas para se levar em conta.

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O ala-armador tem a capacidade de defender a posição um e aliviar as incumbências de John Wall. Ele pode dar o toque de cadência que o time precisa em muitos momentos do jogo. Sua versatilidade para criar o próprio arremesso chamará a atenção dos perímetros adversários e tende a criar espaços para o armador operar. Como já disse umas trocentas vezes, creio que Beal e Wall possuem potencial para desenvolver uma dinâmica parecida com a dos finalistas Russell Westbrook e James Harden.

4. Cleveland Cavaliers – Dion Waiters (Ala-armador, Syracuse, 20 anos)

Eu adorava quando Waiters estava fora da loteria e era uma certeza absoluta de steal. Na quarta posição, ele é extremamente mais difícil de analisar. Dá para entender a lógica do Cavaliers: em um recrutamento sem projetos de astros claros depois da primeira escolha, Cleveland aposta no jogador que mais parece ter postura e potencial para se tornar um. Tem um pouco de Dwyane Wade em Waiters. Isso não exime o risco envolvido.

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Muitos têm se focado na história do ala-armador ter sido reserva na carreira universitária, mas eu não vejo problemas nisso. Era uma questão estratégica e Waiters sempre foi, com folgas, o melhor prospecto do time. Não só isso: foi, talvez, o jogador mais eficiente da temporada no lado ofensivo da quadra. Pode pontuar de qualquer forma: chuta em movimento, cria o próprio arremesso, ataca a cesta, finaliza com qualidade e é imparável em transição. Na defesa, acho que seu jogo se traduz melhor do que a maioria dos “produtos” de Syracuse para a NBA por conta de seu um corpo forte, ágil e pronto para o basquete profissional.

Tenho algumas dúvidas sobre como ele se encaixa no Cavs. Minha preferência seria, sem dúvidas, por alguém que pudesse jogar mais sem a bola nas mãos e se movimentasse mais para buscar o próprio arremesso ou espaços em quadra. Mas não dá para condenar o pessoal de Cleveland. Tem algo especial no jogo de Waiters.

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5. Sacramento Kings – Thomas Robinson (Ala-pivô, Kansas, 21 anos)

Diferente do que muitos chegaram a dizer, Robinson não é um jogador que vai pontuar de costas para a cesta ou com movimentos refinados na NBA. Todas as vezes em que tentou fazê-lo contra os principais times da NCAA, pareceu desajeitado, mecânico e/ou descoordenado. Isso porque seu trabalho de pernas não é dos melhores. Ele é uma boa arma ofensiva, mas suas qualidades são outras: arremessar de média distância, finalizar dentro do garrafão e atacar a cesta. É por isso que Sacramento é um excelente lugar para ele.

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O Kings já tem alguém para pontuar de costas para a cesta em DeMarcus Cousins. Com ele atraindo a marcação, Robinson terá espaço para receber a bola e fazer o que mais sabe. Ele é mais ágil do que a maioria dos ala-pivôs profissionais e precisa fazer uso disso – em especial, atacando a cesta. Deu certo entre os universitários e não vejo porque não vá dar na NBA. Esta foi uma excelente escolha de Sacramento.

6. Portland Trail Blazers – Damian Lillard (Armador, Weber State, 21 anos)

O processo pré-draft pode ter dado uma impulsionada exagerada na projeção de Lillard, mas tenho uma boa sensação sobre o jovem de Weber State. Acho que, para um time que possui muito pouco no elenco, trata-se de um ótimo ponto de partida. Como prospecto, é difícil pedir mais do armador. Não vi sequer um dos seus treinos ser definido como menos do que “muito bom”. Ele tem atitude, instintos ofensivos apurados, condição atlética (suas medições foram parecidas com as de Derrick Rose), capacidade para criar o próprio arremesso, excelente pontaria e finaliza bem próximo à cesta. A maioria dessas características, por sinal, tende a se traduzir bem no basquete profissional.

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Eu me preocupo pouco com sua capacidade de armar o jogo ou a fraquíssima competição que enfrentou na NCAA. Não que sejam questões inúteis, mas elas são refutáveis e os resultados dos seus treinos pré-draft parecem confirmar isso. Por tudo que vi até aqui, é muito difícil não acreditar que Lillard se torne um bom jogador na NBA.

7. Golden State Warriors – Harrison Barnes (Ala, North Carolina, 20 anos)

O Warriors deve ter soltado fogos de artifício quando Barnes caiu no colo deles. Eles “lutaram” para manter a escolha e conseguiram um jogador na posição em que precisavam. Por isso, eles merecem os parabéns. Não dá para rotular essa seleção como ruim, mas eu não sou o maior fã dela. Definitivamente. Não sei se ele é o melhor complemento para o que Golden State já tem.

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Barnes e Klay Thompson são bons e tem talento, mas são arremessadores que não criam o próprio arremesso. Eles vão se movimentar e buscar os espaços, mas não são atletas para quem se passa a bola e espera uma solução. Stephen Curry não é um armador puro e tenho dúvidas se conseguirá “alimentar” ambos, sempre colocá-los em condição de pontuar. Além disso, ambos não têm como característica atacar a cesta. Fazem isso raramente e podem formar uma dupla ainda mais previsível. Gosto de Barnes individualmente, não muito nesta situação.

8. Toronto Raptors – Terrence Ross (Ala-armador, Washington, 21 anos)

O Raptors poderia ter trocado algumas posições para baixo. Fato. Ross dificilmente não estaria disponível na 12ª escolha, por exemplo. Mas, se serve como justificativa, o ala-armador é uma ótima adição para as necessidades do perímetro canadense. Eles precisavam de alguém que pudesse arremessar com precisão e, agora, tem um dos melhores chutadores da classe nas mãos. Por não ter jogado com a posse da bola por muito tempo em Washington, eu acredito que o jovem até possa criar o próprio arremesso em alguns momentos.

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Não é uma escolha ruim, mas faltou ousadia ao Raptors.

9. Detroit Pistons – Andre Drummond (Pivô, Connecticut, 18 anos)

O que o Pistons fez aqui só poderá ser avaliado mesmo em uns cinco anos. Avaliar neste momento seria pretensão. Drummond é uma aposta e todos na NBA admitem isso. Não há nenhum time que saiba exatamente o que ele vá ser: o novo Dwight Howard, o novo Kwame Brown, o novo Amare Stoudemire, o novo DeAndre Jordan ou qualquer coisa no meio disso. E isso porque tudo depende da (questionável) vontade do próprio pivô em melhorar, adquirir uma postura mais ativa dentro de quadra e mostrar maior intensidade jogando.

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Posso dizer, porém, que Detroit era um dos poucos times que estavam realmente ansiosos – e não com medo – com a chance de pegar Drummond. Ele é um complemento perfeito para Greg Monroe: um pivô de ofício, forte, atlético e bom defensor. Sua movimentação lateral é descrita como uma das melhores já vistas em um prospecto com sua construção física. No fim das contas, o risco vale a pena para Joe Dumars.

10. New Orleans Hornets – Austin Rivers (Ala-armador, Duke, 19 anos)

Rivers é o polarizador: ame ou odeie. E não sou seu maior fã, para ser sincero. Reconheço seu talento, mas sua mentalidade e postura dentro de quadra são a parte preocupante. Ele precisa da bola nas mãos, não passa e nunca foi menos do que o astro dos times por onde passou. O basquete profissional será muito melhor para o seu estilo de jogo do que o universitário, mas ele não vai ser mais o melhor em quadra e continuará jogando com o pensamento de que é. Grandes ajustes necessários.

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No entanto, depois de tantos anos dizendo que “deve-se selecionar o maior talento disponível, melhor jogador disponível” é difícil condenar o Hornets. Eles estão convencidos de que o filho do técnico Doc Rivers pode ser um astro e foram atrás dele. Eu não gosto da escolha – e já citei que eles têm Eric Gordon? –, mas posso entender a lógica por trás dela. 


(Fim do TOP 10, hora de comentários mais breves)


11. Portland Trail Blazers – Meyers Leonard (Pivô, Illinois, 20 anos)

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Leonard é um mistério para mim. Gosto de alguns atributos que possui (altura, envergadura e condição atlética) e recursos técnicos (arremesso de média distância, desenvoltura nos ganchos), mas não coloco fé no “conjunto”. Sua linguagem corporal não é das melhores. Seu treinador em Illinois disse que a mentalidade também não é a esperada de um jogador profissional. Sinceramente, ele me lembra mais do que deveria B.J. Mullens. Eu torço para que dê certo, mas não teria feito a aposta.

12. Houston Rockets – Jeremy Lamb (Ala-armador, Connecticut, 20 anos)

A minha impressão é que o Rockets selecionou mais por valor do que por preferência. Lamb é uma escolha valiosa. Atuações abaixo da média por Connecticut e lesões durante o processo pré-draft derrubaram um pouco sua cotação, mas seu jogo é um daqueles que tem tudo para florescer em um papel coadjuvante na NBA. O ala-armador faz quase tudo o que esperamos de um prospecto da posição em nível profissional. Sem a pressão de liderar, ser o foco de um time, seu jogo tende a crescer como nos tempos em que atuou ao lado de Kemba Walker.

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13. Phoenix Suns – Kendall Marshall (Armador, North Carolina, 20 anos)

Marshall tem uma qualidade raríssima em nível profissional – “enxerga” o jogo – e isso deve render-lhe uma carreira por si só. Como muita gente, sou fã disso. Inclusive, acho que o Suns possui um elenco com muitos jogadores ideais para atuar ao seu lado (como foi com Nash). O que me preocupa, na verdade, é se há mais alguma coisa que o armador é capaz de fazer de forma excelente em nível profissional.

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14. Milwaukee Bucks – John Henson (Ala-pivô, North Carolina, 21 anos)

Para a série “odeio essa escolha”. Isso porque não gosto de Henson como prospecto. Não duvido que o ala-pivô possa bloquear arremessos aqui e ali e dar enterradas esporádicas, mas seu corpo franzino simplesmente faz com que seja impossível colocá-lo dentro do garrafão para fazer o que melhor sabe – defender. Não consegue guardar posição lá dentro. No fim das contas, o que o diferencia de um Larry Sanders? Um arremesso um pouco melhor, talvez. O Bucks precisava de pivôs e Zeller estava disponível.

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15. Philadelphia 76ers – Moe Harkless (Ala, St. John’s, 19 anos)

Mais um ala atlético que não arremessa para o Sixers. É provável que o time tenha ido atrás do maior talento disponível e não da necessidade. Vendo por este lado, acho que a pedida foi certa. Sou um fã de Harkless. Ele não está pronto, mas sua atitude e fluidez dentro de quadra são incríveis. Além disso, o ala possui uma qualidade fundamental: sabe utilizar sua condição atlética fora do comum para ser um jogador de basquete eficiente. No fim das contas, essa é a principal diferença entre, por exemplo, alguém como Julian Wright e Gerald Wallace.  

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16. Houston Rockets – Royce White (Ala-pivô, Iowa State, 21 anos)

Com suas qualidades dentro de quadra e problemas fora dela, White é o prospecto mais particular do recrutamento. É certo que você não vai encontrar um ala-pivô que possa jogar como point forward em todo o recrutamento. No entanto, a total incapacidade do problemático jovem em jogar sem a bola nas mãos é uma grande preocupação que tenho na tradução do seu jogo para a NBA. Tire a posse de bola e, como já aconteceu com outros point forwards super talentosos (como Terrence Williams), as principais qualidades desaparecem. Diferente de Iowa State, ele não vai ter a bola nas mãos e comandar o ataque de um time profissional. 

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17. Cleveland Cavaliers – Tyler Zeller (Pivô, North Carolina, 22 anos)

O Cavs abriu mão de três escolhas (24, 33 e 34) para subir até aqui e pegar o “veterano” Tyler Zeller. Muitos torcedores da franquia não gostaram do movimento. Eu acho que valeu a pena. Ele pode não ser espetacular, mas seu jogo é completo, tem fundamentos técnicos sólidos e você já viu quanto está custando um reserva da posição no mercado? A tendência é que Zeller se torne, no mínimo, um bom reserva. E um bom pivô reserva vale mais hoje em dia do que alguns alas titulares.

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18. Houston Rockets – Terrence Jones (Ala-pivô, Kentucky, 20 anos)

Boa escolha para uma equipe tentando acumular moedas de troca. Ninguém sabe ao certo o que esperar de Terrence Jones – sua intensidade dentro de quadra é uma montanha-russa, existem discordâncias sobre sua posição na NBA –, mas o potencial está lá. É o tipo de risco que não vale a pena correr selecionando no draft, mas, como parte menor de uma transação, pode ser um steal. Não sou um de seus maiores entusiastas.   

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19. Orlando Magic – Andrew Nicholson (Ala-pivô, St. Bonaventure, 22 anos)

Não tenho certeza de onde Nicholson se encaixa no elenco do Magic – talvez, Ryan Anderson esteja mais perto da porta de saída do que imaginava –, mas é um bom valor neste ponto do recrutamento. Seu corpo não está exatamente pronto para lutar por posição na NBA (possui envergadura, falta força física), mas sua qualidade técnica inegável. O ótimo trabalho de pernas no garrafão, movimentos refinados e arremesso de média distância do ala-pivô são habilidades capazes de causar impacto imediato.

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Orlando costuma fazer coisas bem piores com seleções assim. 

20. Denver Nuggets – Evan Fournier (Ala-armador, França, 19 anos)

O Nuggets tem um dos elencos mais homogêneos da NBA e, sendo sincero, não precisa desta escolha. Por isso, acredito, apostam em um atleta que pode decidir ficar mais algum tempo na Europa. Independentemente da situação, a escolha é sólida. Fournier é um dos grandes jovens talentos do basquete francês e terá lugar na NBA em um futuro próximo. Ele é agressivo com a bola nas mãos, mas toma as decisões certas na maior parte do tempo – isso é algo importante e que se traduz em qualquer quadra. Precisa trabalhar no arremesso e visão de quadra.

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21. Boston Celtics – Jared Sullinger (Ala-pivô, Ohio State, 20 anos)

Eu nunca fui o maior dos fãs de Sullinger como escolha TOP 10 ou coisa do tipo, mas aqui o risco é inexistente. Ainda tenho dúvidas sobre sua qualidade de finalização contra jogadores mais altos e atléticos, mas ele é um ótimo complemento para o que o Celtics tinha no elenco da última temporada. Além de ser muito bom reboteiro – algo que Boston precisa com urgência –, o ala-pivô pontua dentro do garrafão e de costas para a cesta. Neste momento da carreira, Garnett, Bass e Stiemsma são muito mais arremessadores de média distância e finalizadores em torno da cesta.

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22. Boston Celtics – Fab Melo (Pivô, Syracuse, 22 anos)

Estou na torcida para que Fab Melo faça sucesso na NBA e o primeiro passo foi muito bom. O Celtics precisa do brasileiro e acho que ele terá a oportunidade de jogar alguns minutos de imediato. Tenho dúvidas sobre como seu jogo defensivo (carro-chefe) se traduz na NBA, uma vez que sai de um programa que defende 100% do tempo zona para atuar nas marcações individuais do nível profissional. Isso não muda o fato, porém, de que o pivô é alto, tem braços longos, pode alterar arremessos e pegar rebotes. Hoje, não é preciso mais do que isso para ser útil.

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No ataque, pouco a dizer. Eu não acho que Fab vá ser um grande pontuador de costas para a cesta no decorrer da carreira – o que não é absurdo quando se pensa quantos não sabem fazê-lo –, mas seu arremesso de curta e média distância é uma arma valiosa, que costuma se traduzir bem entre os profissionais. Especialmente, quando seu armador enxerga a quadra como Rajon Rondo.  

23. Atlanta Hawks – John Jenkins (Ala-armador, Vanderbilt, 21 anos)

Para um time que precisa sair do lugar comum, o Hawks apostou muito pouco aqui. Acho uma escolha inexpressiva. Jenkins é um excelente arremessador e isso é algo certo. Mas ele não é mais do que isso. Sua única qualidade em nível profissional é arremessar com liberdade. Não há muito que dizer: pegaram um jogador de segunda rodada com uma escolha de primeira.

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24. Dallas Mavericks – Jared Cunningham (Ala-armador, Oregon State, 21 anos)

Reconheço que não sei o bastante sobre Cunningham para dar uma opinião aqui. O Zeca diz que é um ala-armador agressivo, scorer, que gosta de atuar com a posse da bola. Fico com a descrição. Sei sobre a projeção do ex-atleta da Universidade do Oregon e acho que o Mavs poderia muito bem tê-lo pego no início da segunda rodada. Não parecia haver riscos.  

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25. Memphis Grizzlies – Tony Wroten Jr. (Ala-armador, Washington, 19 anos)

Não sou fã de Wroten, mas o Grizzlies parece ter feito um bom trabalho preenchendo lacunas do seu elenco com um talento acima da média da posição em que selecionava. Eles não têm armador reserva e podem perder O.J. Mayo como agente livre. O jovem pode preencher os dois espaços, mas seu estilo de jogo é um terror para qualquer treinador: precisa da bola nas mãos (porque o arremesso é horrendo), descontrolado e toma várias decisões erradas. É agressivo demais, o que desperdiça a qualidade que julgo ser realmente especial nele – seu passe. Minha opinião? É um Shaun Livingston mais talentoso que atua como Tyreke Evans. Alguém precisa consertá-lo. Se o Grizzlies conseguir, tem um steal nas mãos.

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26. Indiana Pacers – Miles Plumlee (Pivô, Duke, 23 anos)

Eu odeio essa escolha. Plumlee foi alçado do fim da segunda rodada até a possibilidade de entrar na primeira por alguns treinamentos e excelentes medições atléticas em Chicago. A questão é que, como ficou provada em quatro anos universitários bem comuns, a condição atlética ótima não se traduz na forma como joga. Ou seja, trata-se de um atleta cuja melhor qualidade não se transfere para dentro de quadra nem na NCAA. Imagine na NBA.

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27. Philadelphia 76ers – Arnett Moultrie (Ala-pivô, Mississippi State, 21 anos)

O Sixers adquiriu essa escolha do Heat e acredito que tenha sido um bom negócio. Diferente de Harkless, Moultrie preenche as duas necessidade do time: altura e arremesso. É um bom reboteiro e arremessa bem de média distância – duas qualidades que se traduzem bem na NBA. Não sei se dá para esperar muito mais do que isso, mas tem alguém muito melhor? Philadelphia fez um bom trabalho.

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28. Oklahoma City Thunder – Perry Jones III (Ala-pivô, Baylor, 20 anos)

Perry Jones III é um risco, mas chega um momento em que a recompensa “paga” o risco. Esse momento já passou há, mais ou menos, dez posições. O Thunder consegue um ótimo valor aqui. Ninguém sabe ao certo em que posição ele deve jogar ou como a falta de atitude dentro de quadra pode impactar sua carreira, mas todos já conhecem seu potencial. A esta altura, você não pensa.

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29. Chicago Bulls – Marquis Teague (Armador, Kentucky, 19 anos)

Não acho que o Bulls queria selecionar um armador, mas necessidade e oportunidade fizeram a diferença. Provavelmente, Teague é um steal tão próximo da segunda rodada. Sua condição atlética e potencial no jogo de transição devem se traduzir automaticamente na NBA e seu tiro de média distância está em evolução. Ele não tem ideia de como organizar uma equipe, mas duvido que isso faça muita diferença para quem já tem um titular em Derrick Rose. O potencial justifica. 

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30. Golden State Warriors – Festus Ezeli (Pivô, Vanderbilt, 22 anos)

Eu já disse que gosto de Ezeli em algumas postagens anteriores. Ele é um dos melhores defensores de garrafão da turma, um protótipo de pivô reserva. E você já viu quanto está custando o contrato de um pivô reserva hoje em dia? Esta é uma boa pedida, segura. Se conseguir cometer menos faltas do que de costume, já será útil porque o nível geral dos jogadores da posição é baixíssimo. Lembra um pouco Tony Battie.

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