Jornalista acusa FIBA de “sabotar” time dos EUA no basquete 3×3

Regras do esporte olímpico impede que jogadores da NBA, por exemplo, possam defender seleção

time eua basquete fiba Fonte: Reprodução / Instagram

O time dos EUA tem a hegemonia do basquete olímpico “tradicional”, mas o domínio não se estende a outra modalidade controlada pela FIBA. Aliás, longe disso. A campanha dos norte-americanos no basquete 3×3 não faz jus ao seu desempenho entre os quintetos. A equipe masculina, por exemplo, terminou o torneio de Paris-2024 na penúltima posição. Como explicar isso? Brian Windhorst, da ESPN, vê um processo de “sabotagem”.

“A verdade é que não somos bons entre os trios porque a FIBA simplesmente não deseja que sejamos bons. Eles querem que a modalidade ‘contemple’ os países que não se dão bem no basquete tradicional. Então, criam vários critérios de elegibilidade diferentes que tornam a participação mais difícil. Há uma série de regras para você se qualificar para a disputa das Olimpíadas”, explicou o experiente jornalista.

A diferença da atuação dos EUA no basquete masculino nas duas modalidades é brutal. O time tradicional, com um elenco de astros da NBA, teve a melhor campanha da fase de grupos do torneio olímpico. Venceu os seus três jogos por uma vantagem média de mais de 20 pontos. A equipe de 3×3, enquanto isso, só ganhou duas de sete partidas com um plantel liderado por Jimmer Fredette.

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“Kyrie Irving, por exemplo, não pode simplesmente ser convocado pela seleção e jogar. Não é assim que funciona. A única forma de você ser elegível para integrar os times é competir em vários torneios qualificatórios durante o ano. Assim, afastam os atletas da NBA do circuito e da disputa. No fim das contas, eles não querem esses jogadores na competição”, cravou Windhorst.

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Audiência

A disposição de talento do time de basquete dos EUA – tanto masculino, quanto feminino – torna o trabalho de “sabotagem” da FIBA mais difícil. As duas equipes, mesmo sem os atletas das seleções, poderiam formar elencos de all-stars da NBA e WNBA. É provável, aliás, que vários deles tivessem interesse nisso. Como resultado, Windhorst não vê a FIBA abrandando as regras de elegibilidade da modalidade tão cedo.

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“Caitlin Clark ficou de fora da seleção feminina e, se quisesse, poderia pensar em fazer parte da equipe. Não sei se ela gostaria disso, mas dá para imaginar como seria? Teria muita gente assistindo aos jogos, certamente. No entanto, isso nunca vai acontecer se ela tiver que participar de 15 eventos durante o ano que chocam com o calendário da WNBA”, reforçou o repórter da ESPN.

Windhorst, no entanto, acredita que a federação internacional coloca a “inclusão” acima da visibilidade. Ou seja, ainda que pouco visto e não gere interesse, o que importa é termos uma modalidade muito praticada. “A FIBA não está nem aí para a audiência dos seus torneios. A intenção, acima de tudo, é popularizar o basquete ao redor do planeta. E, por isso, os EUA nunca vão ser uma prioridade nos trios”, concluiu.

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Resultados

Os resultados da seleção dos EUA no basquete 3×3, no entanto, foram até melhores do que se projetou há alguns dias. As duas equipes tiveram inícios fracos de competição, mas o lado feminino conseguiu uma recuperação. O time masculino, como citado, só venceu dois de sete jogos no torneio e acabaram na penúltima colocação. A Holanda conquistou a medalha de ouro, seguida por França e Lituânia.

As norte-americanas, por sua vez, conquistaram a medalha de bronze. Elas perderam a semifinal na prorrogação, contra a Espanha, mas venceram a disputa de terceiro lugar contra o Canadá. As espanholas perderam a decisão do ouro feminino, no fim das contas, para a Alemanha.

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