A seleção dos EUA caminha para a estreia nos Jogos Olímpicos com alguns pontos de interrogação. O desempenho nos amistosos de preparação, em particular, não foi tão convincente assim. A equipe venceu os seus cinco jogos, mas só um deles foi o típico passeio que nos remete ao Dream Team. Então, o que está acontecendo? Para Tim Legler, as dificuldades são reflexo de uma grande adaptação necessária.
“Não existem times funcionais em que você reúne vários astros que costumam fazer o que querem no ataque. O basquete, afinal, não funciona assim. Todas as equipes têm referências e, então, os jogadores de apoio que assumem funções e se sacrificam pelo time. A construção do elenco dos EUA sempre complica aí, pois ser coadjuvante é um difícil ajuste para qualquer craque”, explicou o analista da ESPN.
É verdade que os estadunidenses tiveram adversários fortes nos jogos de preparação. Enfrentaram Canadá, Alemanha e Sérvia, por exemplo. Mas a partida mais perigosa aconteceu justamente contra o “inofensivo” Sudão do Sul, que derrotou por só um ponto. Depois do duelo, o técnico Steve Kerr assumiu a culpa pela falta de foco da equipe na quase derrota. No entanto, para Legler, o problema é maior.
“Esse elenco tem vários jogadores que estariam no Hall da Fama se aposentassem hoje. Mas eu acho que esse estilo de montagem, essa reunião de astros apostando no puro talento, não funciona mais. Não vou me chocar se perderem. Afinal, outras seleções –que tem astros e jogadores de função em torno deles – parecem mais com times de basquete do que uma coleção de astros”, criticou o ex-jogador.
Leia mais sobre a seleção dos EUA
- Kevin Durant pode desfalcar EUA na estreia das Olimpíadas
- Stephen Curry chega à Paris em alerta: “Aprendi que podemos perder”
- LeBron James vai ser porta-bandeira dos EUA na abertura das Olimpíadas
Maior ameaça
Depois dos amistosos, a tendência é que a seleção dos EUA inicie os Jogos Olímpicos em alerta. Em um torneio com só 12 seleções, afinal, quase todos são candidatos fortes a medalha e a margem de erro é pequena. Mas quem é o principal adversário do Team USA, no fim das contas? A julgar pelos amistosos, Legler crê que os comandados de Steve Kerr projetam ter problemas especialmente contra os franceses.
“Provavelmente, a maior ameaça está entre França e Sérvia. Mas eu estaria mais focado nos franceses porque apresentam um desafio defensivo bem particular. Os EUA têm um claro problema nos arremessos de três pontos. Então, com Victor Wembanyama e Rudy Gobert cobrindo espaço no garrafão, eles vão precisar pontuar longe da cesta. Isso vai ser um desafio”, analisou o analista.
É verdade que a França perdeu os quatro últimos jogos preparatórios disputados antes das Olimpíadas. Mas isso não significa que sejam menos perigosos. “Eu não baseio a minha análise nesses amistosos, pois todos estão realizando testes. O fato é que a defesa de garrafão da França, sobretudo, pode pressionar o Team USA em um aspecto em que não são bons”, reforçou.
Preparação
Mas Legler vê problemas na USA Basketball que vão além da “cultura” de convocação. O perfil do período de preparação, por exemplo, não ajuda a adaptação dos jogadores às diferentes funções necessárias na equipe. A política da “USA Showcase”, com amistosos em partes diferentes do mundo antes das competições, compromete o tempo de treino. Cria-se o cenário de uma preparação que, em síntese, não prepara.
“O basquete requer um ritmo, continuidade e sacrifícios que são difíceis de entender em um período de treinos de poucos dias. Os EUA, por isso, vão ser ameaçados em vários jogos em Paris-2024. E, mais uma vez, não me chocarei com derrotas. Nessa pegada, todas as Olimpíadas vão ser um desafio para os EUA”, projetou o ex-jogador do então Washington Bullets.
Assine o canal Jumper Brasil no Youtube
Todas as informações da NBA estão no canal Jumper Brasil. Análises, estatísticas e dicas. Inscreva-se, mas dê o seu like e ative as notificações para não perder nada do nosso conteúdo.
E quer saber tudo o que acontece na melhor liga de basquete do mundo? Portanto, ative as notificações no canto direito de sua tela e não perca nada.
Então, siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA