Não é comum ver um dos quatro melhores novatos da temporada da NBA em quadra na Liga de Verão seguinte. A expectativa, afinal, é que esse atleta seja “bom demais” para estar em Las Vegas. Mas foi isso que o Miami Heat planejou para um dos seus talentos. Jaime Jaquez voltou dos treinos da seleção olímpica dos EUA e disputou dois jogos da Summer League. E, como esperado, teve atuações dominantes.
“Eu sempre estive programado para jogar na Liga de Verão. Por isso, não importava se estaria com o elenco de treinamentos da USA Basketball. Esse sempre foi o plano e, ao mesmo tempo, estou contente por ter tido a oportunidade de competir. Jogar basquete me satisfaz porque amo esse esporte. Isso é muito melhor do que fazer exercícios físicos, por exemplo”, contou o ala, em entrevista ao jornal Miami Herald.
Jaquez, por mais que tenha aproveitado a experiência, provou que estava muito acima do nível competitivo em quadra. Ele liderou o Heat, para começar, a boas vitórias nos dois jogos. Registrou médias de 26,0 pontos, 8,0 rebotes e 3,5 assistências, enquanto acertou quase 60% dos seus arremessos de quadra. A tendência é que esteja em um dos quintetos ideais da competição só por essas duas partidas.
“Eu estou disposto a tudo para melhorar como jogador. Tenho um voo agendado, mas, se quisessem que jogasse mais aqui, seguiria numa boa. Afinal, isso é o que amo. Vou embora, mas já tenho um plano de treinos daqui em diante. O condicionamento físico, por enquanto, vai ser o foco. Quero estar na melhor forma da minha vida na próxima temporada”, projetou o jogador de 23 anos.
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Disposição
A Summer League costuma ser uma experiência valiosa para atletas saindo do draft. No entanto, daí em diante, a presença no torneio passa a ser um sinal de dúvida. Estar lá, em síntese, significa ter que provar o seu valor contra jogadores que não estão na liga. Às vezes, o orgulho impede atletas de competirem em Las Vegas. O treinador Dan Bisaccio sabe disso, então a postura de Jaquez o impressionou demais.
“Foram duas partidas bem produtivas, certamente. A gente enaltece, em primeiro lugar, a disposição de Jaime em jogar. Entendo que ele esteve no quinteto ideal de novatos da última temporada e muitos jovens com esse status já não desejam jogar aqui. Querem se desenvolver, mas não atuando nessa competição. Então, a sua vontade de estar conosco foi algo gratificante”, elogiou o técnico do Heat na Liga de Verão.
A dominância de Jaquez sugere que as duas partidas não vão ter grande papel em seu crescimento. Mas Bisaccio acredita que simbolizam quem é o jogador. “A maioria dos jovens conceituados prefere treinar a parte na preparação para a próxima temporada. Mas não há melhor forma de se desenvolver do que em jogos competitivos. Estar aqui diz muito sobre o caráter e liderança de Jaime”, completou.
Intangíveis
Aliás, liderança é um ponto importante quando falamos sobre o curto período de Jaime Jaquez na Summer League. Ele sabia que, do ponto de vista técnico, não há muito que possa aprender com atletas teoricamente ainda mais jovens e menos experientes. Mas isso pode consolidá-lo como uma referência. O ala viajou até Las Vegas atrás de valores que vão além de colocar a bola na cesta.
“Eu acho que, antes de tudo, só quero melhorar como jogador. Mas, além disso, cheguei com a meta de trabalhar em qualidades intangíveis: liderança, ser mais vocal nos dois lados da quadra. Nós temos alguns jovens nesse elenco, dois calouros. Estou tentando ser uma voz que os oriente, em particular. Assim, vou ajudá-los enquanto cresço também”, concluiu um otimista Jaquez.
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