Fonte: Jayne Kamin-Oncea / AFPDurante o programa NBA Today, da ESPN, o ex-jogador Austin Rivers falou sobre não gostar da ideia de Bronny e LeBron James no mesmo time. O comentário gerou virou assunto nos EUA na última segunda-feira (5). O astro do Los Angeles Lakers já disse algumas vezes que gostaria de jogar na mesma equipe que seu filho antes de se aposentar.
Rivers usou o próprio exemplo pessoal para defender seu argumento. Filho do técnico do Milwaukee Bucks, Doc Rivers, Austin nunca conseguiu embalar na NBA após badalada carreira universitária e ser a décima escolha do Draft de 2011. Ele foi até mesmo treinado pelo pai, em sua passagem pelo Los Angeles Clippers. Atualmente analista, ele diz que a pressão pode ser grande demais para Bronny.
“Eu vou ser honesto, espero que Bronny James não jogue ao lado de LeBron na NBA. Eu passei por algo parecido na minha carreira. Parecido, mas até um pouco diferente nos detalhes, eu diria. Eu já estava na liga quando fui jogar no time do meu pai. O problema é que muita gente passa a menosprezar tudo o que você faz quando isso acontece”, afirmou.
“Esse garoto está nos holofotes desde que nasceu. Sério, ele entrou no Instagram e, no primeiro dia por lá, já ganhou um milhão de seguidores. E eu acho que até por isso, ele tem lidado muito bem com a situação”, elogiou o ex-jogador.
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“Ele foi muito bem no High School, em Sierra Canyon. Depois disso, conseguiu entrar em uma boa faculdade, como USC. Mas, no momento, os seus números não o fazem parecer um profissional. Então, se ele for para o Draft, gostaria de vê-lo selecionado por uma equipe contender, com menos espaço e mais tempo para se desenvolver. Bronny tem talento, tem QI de basquete e tem potencial”, cravou Rivers.
“Mas, por experiência própria, não seria bom ir jogar com o pai. Não nesse momento da carreira de ambos. Isso está acima do que eu passei, honestamente. Aliás, o tipo de energia negativa que isso pode levar é o motivo para não querer que ele jogue com LeBron. O garoto não merece isso”, explicou o analista.
Lembranças
Rivers não mente quando diz que era um jogador de futuro. Número um do país após a escola, ele foi para a tradicional universidade de Duke na faculdade. Mesmo com alguma queda, ainda foi a décima escolha do recrutamento de 2011 pelo New Orleans Pelicans.
Na NBA porém, jamais viu sua carreira deslanchar. Após o Pelicans, jogou três anos no Los Angeles Clippers com o pai Doc Rivers como técnico. Daí até o fim de carreira, rodou por várias equipes como Washington Wizards, Houston Rockets, New York Knicks, Denver Nuggets e Minnesota Timberwolves. Ele não conseguiu um contrato na liga depois da temporada 2022/23.
Conselhos
Austin citou isso para “aconselhar” Bronny James. Afinal, mesmo com seu histórico ótimo antes de se tornar um profissional, Rivers sentiu a pressão dos supostos privilégios por trabalhar com o pai.
“Cara, ele não é uma escolha top-10 para o Draft, sequer é uma escolha de loteria. E eu fui tudo isso na minha vez. Ainda assim, quando joguei no Clippers, diziam que eu só estava na liga por conta de Doc. Não importava se eu tinha sido jogador número um dos EUA há dois ou três anos. Então, é o tipo de pressão e críticas que Bronny vai sofrer”, projetou.
“Mas ainda é uma situação muito pior para ele. Doc Rivers é conhecido, é ótimo, todos sabemos das capacidades do meu pai. Mas LeBron James é o jogador mais popular do basquete desde Michael Jordan. Até o garoto se chamar Bronny pode ser um problema. Afinal, tudo vai remeter ao seu pai sempre”, afirmou Rivers.
“Espero, por fim, que esse garoto possa jogar em um lugar que lhe permita encontrar sua própria identidade. Onde ele possa, sobretudo, fazer o seu nome. Portanto, é uma situação muito louca. Ele joga em USC e seu pai, no Lakers. Existe muita mídia ao redor disso tudo. E como já disse antes, eu sou fã de como ele tem lidado com tudo isso. Mas espero que ele jogue em outro lugar. Espero que todos entendam que estou dizendo tudo isso pensando, acima de tudo, no garoto”, concluiu.
Dúvidas
Na última atualização do Mock Draft da ESPN para a classe de 2024, o filho de LeBron, Bronny James, sequer esteve entre os 60 selecionados para o próximo recrutamento da NBA. Portanto, na última análise, ele seria um não draftado para a última projeção do canal.
Sua temporada em USC, afinal, não tem sido fácil. Ele é reserva de um dos melhores prospectos da classe, Isaiah Collier, mas ganhou espaço nos últimos jogos, já que Collier está afastado desde o meio de janeiro, com uma lesão na mão.
Ainda assim, os números do jovem não estão empolgando. Médias de 5.9 pontos, 2.9 rebotes e 2.6 assistências em 20.1 minutos por jogo. Além disso, seu aproveitamento nas bolas de três é de apenas 27.5%.
O jovem atleta, que é considerado uma futura força no jogo two-way, com boa defesa de perímetro e bolas de três, busca se recuperar. Vale lembrar que ele teve uma parada cardíaca em junho, que quase colocou sua carreira no esporte em risco.
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