O Orlando Magic deu um passo à frente na temporada passada, após a chegada de Paolo Banchero. O ala-pivô liderou a franquia a uma melhora de 12 vitórias e, com isso, ganhou o prêmio de novato do ano. A história até parece promissora, mas o que significou na prática? O time teve 34 vitórias e ficou na antepenúltima posição do Leste. Ou seja, nem esteve perto de uma vaga no play-in.
É verdade que esse é um elenco bem jovem. Só um dos sete jogadores com maior minutagem na última temporada tinha mais do que 24 anos, por exemplo. Cobrar resultados, por isso, ainda é um pouco mais complicado. A lógica, no entanto, diz que o natural é que o próximo passo seja chegar aos playoffs. A equipe da Flórida não chega à pós-temporada desde 2020.
Esse é o discurso da organização, a princípio. Mas, obviamente, a franquia não vai sacrificar o crescimento interno em nome de melhorias rápidas. Não se pensa em trocar jovens por veteranos. Além disso, durante a agência livre, a movimentação em Orlando foi tímida.
O Magic tem alguns pontos positivos para depositar as esperanças de uma subida de produção. A equipe quase teve uma das dez defesas mais eficientes da última temporada, por exemplo. O crescimento interno é evidente quando se possui um elenco jovem. No entanto, isso é o bastante para concretizar uma ascensão substancial para Orlando?
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O elenco
O Magic deu a prova mais consistente da confiança em sua evolução interna nessa agência livre. Afinal, teve uma movimentação mínima no mercado. Foi o time que menos mexeu em seu elenco, provavelmente, nos últimos anos. Abriu mão de um jogador instável (e muito superestimado) de sua rotação em Bol Bol. Chegaram, em síntese, dois prospectos da loteria do draft e o veterano Joe Ingles.
Por isso, a tendência é que Orlando mantenha a base quando falamos em titulares e rotação. Os duelos da pré-temporada sinalizam que o quinteto inicial segue com Wendell Carter, Banchero, Franz Wagner, Jalen Suggs e Markelle Fultz. A única mudança possível, por enquanto, seria a entrada do experiente Gary Harris no lugar de um dos armadores.
G | 50 | Anthony, Cole | 1.91 m | 84 kg |
F | 5 | Banchero, Paolo | 2.08 m | 113 kg |
G | 0 | Black, Anthony | 2.01 m | 91 kg |
C | 35 | Bitadze, Goga | 2.11 m | 113 kg |
C | 34 | Carter, Wendell Jr. | 2.08 m | 122 kg |
G | 20 | Fultz, Markelle | 1.93 m | 95 kg |
G | 14 | Harris, Gary | 1.93 m | 95 kg |
G | 8 | Harris, Kevon (TW) | 1.98 m | 98 kg |
F | 2 | Houstan, Caleb | 2.03 m | 93 kg |
F | 13 | Howard, Jett | 2.03 m | 98 kg |
G/F | 7 | Ingles, Joe | 2.06 m | 100 kg |
F | 1 | Isaac, Jonathan | 2.08 m | 104 kg |
G | — | McClung, Mac | 1.88 m | 84 kg |
F | 3 | Okeke, Chuma | 2.03 m | 104 kg |
F | 25 | Schofield, Admiral (TW) | 1.96 m | 109 kg |
G | 4 | Suggs, Jalen | 1.96 m | 93 kg |
F | 22 | Wagner, Franz | 2.08 m | 100 kg |
F/C | 21 | Wagner, Moritz | 2.11 m | 111 kg |
Movimentações na offseason
Quem chegou?
Anthony Black, Jett Howard, Joe Ingles e Trevelin Queen
Quem saiu?
Bol Bol, Michael Carter-Williams e Jay Scrubb
O técnico
Jamahl Mosley, de 45 anos, é um dos jovens técnicos em ascensão da NBA. Vive a sua primeira oportunidade no comando de uma comissão em Orlando, depois de mais de 15 anos como auxiliar. O trabalho ainda não oferece grandes resultados, mas a equipe teve melhora no número de vitórias nos dois anos. Para um time jovem, por enquanto, é isso o que você pode pedir.
Ele foi o especialista defensivo do Dallas Mavericks antes de chegar à Orlando. Por isso, não chega a ser uma surpresa que o “carro-chefe” da equipe sempre esteve bem mais na marcação do que ataque. O elenco, além disso, tem uma orientação mais defensiva. No entanto, especialmente com a falta de espaçamento do Magic, Mosley precisa apresentar mais criatividade ofensiva.
O perímetro
O Magic possui uma rotação de perímetro congestionada por causa dos armadores. Nos últimos tempos, o elenco deixou de ter um inchaço de pivôs para administrar atletas de armação demais. Fultz, Suggs, Cole Anthony e Anthony Black são todos jovens talentos que precisam de espaço. Esse último, aliás, foi o investimento da franquia com a sexta escolha do draft desse ano.
A questão é que, obviamente, não há só armadores no plantel. Harris, que ainda pode ser titular, é uma melhor opção do que todos os armadores para espaçar a quadra. E, talvez, a única consistente. Mas não é só isso. O que fazer com o ala-armador Jett Howard, que foi a 11ª seleção do recrutamento? A sorte é que ele possui ótima estatura e, assim, também pode ser aproveitado como ala.
A questão é que a rotação de alas, a princípio, não oferece tanto espaço assim. Wagner é uma das referências do time e titular. Ingles, enquanto isso, é uma contratação cirúrgica de Orlando e deve ser um reserva importante. Traz muita experiência, espaçamento e subestimado passe para uma equipe que precisa desses atributos. Howard compõe, a princípio, mais como um pontuador.
O perímetro do Magic, por enquanto, parece entrar em mais uma temporada com um problema conhecido. Não falta atletas com capacidade de criação. Mas a falta de espaçamento torna esse ataque afunilado demais.
O garrafão
A rotação de garrafão do Magic, antes de tudo, resolveu um pouco do “inchaço” de anos anteriores. Eram muitos pivôs e, como resultado, pouca versatilidade. O time mudou nesse sentido. No entanto, ainda dá para ver um “buraco” na rotação entre os alas-pivôs. O que faz sentido, de certa forma, se você pensar que a falta de espaçadores leva a formações mais baixas naturalmente.
Entre os pivôs de ofício, a princípio, a questão parece bem mais delineada. Wendell Carter é o titular indiscutível. Então, existem três possíveis substitutos que trazem qualidades diferentes. Moritz Wagner é uma opção mais ofensiva, que pode até arremessar de três pontos em seus melhores dias. Goga Bitadze, por outro lado, é uma opção para enfrentar adversários mais fortes e corpulentos.
A terceira alternativa é Jonathan Isaac, que tenta manter-se saudável mais uma vez. É um projeto de melhor defensor da NBA, mas que simplesmente não fica em quadra. Distribuiu tocos na pré-temporada, mas quando vai ser a próxima lesão?
A reserva de Banchero, como citado anteriormente, é um problema. Isaac e Chuma Okeke seriam as opções naturais, mas não dá para contar com ambos. Já falamos do primeiro, enquanto o segundo simplesmente não “decola” na carreira. Por isso, imagino que Mosley deva apostar bastante em formações mais baixas. Ingles, em particular, pode ser usado para tentar dar fluidez ao ataque do Magic nos minutos em Banchero.
Análise geral
O Magic é uma equipe em um espaço difícil de avaliar. Já saiu de um local de total insignificância competitiva. Afinal, as suas 34 vitórias são uma marca longe de um time que esteja tankando. Mas, ainda assim, não é um elenco que passa a certeza de uma vaga no play-in. Ou seja, pelo que a franquia está realmente competindo? Ser 10º colocado do Leste, convenhamos, também não é nada demais.
A equipe de Orlando pode contar com a defesa para tentar essa evolução. Mosley é um treinador de vocação defensiva com um elenco que também tem tal inclinação. Há uma interessante combinação de atletas versáteis e armadores que pressionam a marcação no ponto de ataque. Tem jogadores jovens, longos e atléticos. Ter sido a 12ª defesa mais eficiente da última campanha oferece margem para crescer.
O problema do Magic, no entanto, está no ataque. São vários problemas somados. Espaçamento já foi citado algumas vezes antes porque é o mais grave ponto. Mas essa é um time jovem que não consegue jogar em velocidade e, ao mesmo tempo, sofre para ser eficiente em meia quadra. A falta de ritmo mais fluido, além disso, “trava” a produção de pontos fáceis.
Nesse ponto, provavelmente, o crescimento de Orlando para nas limitações atuais do seu treinador. É preciso ter um sistema mais dinâmico, para resumir. Precisam de mais movimentação inventiva fora da bola para aproveitar a capacidade de criação e minimizar a falta de espaçamento.
Jamahl Mosley, em entrevista recente, disse que não garante que o time vá brigar por uma vaga nos playoffs em 2024. Não garante, aliás, resultados. O que pode afirmar, como um ex-assistente de desenvolvimento de atletas, é o crescimento interno. Uma equipe que vai terminar a temporada melhor do que começou, em síntese. Provavelmente, é isso que o fã consciente de Orlando pode esperar.
Previsão Jumper Brasil: 12º lugar na conferência Leste
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