Não há dúvida de que a agência livre da NBA movimenta muita grana, mas trouxemos exemplos de jogadores que viram o outro lado da moeda. De James Harden e Latrell Sprewell para Nerlens Noel e Dennis Schroder, não faltam exemplos dos mais variados tipos na liga. Então, confira os dez jogadores que perderam muito dinheiro em possíveis contratos que não se concretizaram.
Joe Smith
A história de Joe Smith é meio bizarra. Ele foi a primeira escolha do Draft em 1995 de forma até surpreendente. A classe era bem talentosa com Kevin Garnett, Antonio McDyess, Jerry Stackhouse e Rasheed Wallace. O ala-pivô teve sobretudo um bom começo de carreira no Golden State Warriors. Mas ele mesmo atrapalhou seu caminho quando sua primeira agência livre foi se aproximando.
Smith foi um ala-pivô da Universidade de Maryland, na extrema Costa Leste dos EUA. E ele tinha a vontade de retornar para naquela região, de acordo com rumores da época. Golden State não quis perdê-lo por nada e o trocou para o Philadelphia 76ers. No negócio, o 76ers também recebeu Brian Shaw, enquanto Golden State levou Clarence Weatherspoon e Jim Jackson.
O problema, entretanto,era que o Warriors ofereceu uma extensão de US$80 milhões para sua promessa que acabava de vir do Draft. Smith recusou a proposta. Suas médias ali foram de 17 pontos, 8.2 rebotes e 1.2 toco em 35.8 minutos. Mas ele não foi mais o mesmo no resto de sua carreira.
Depois da troca para o Sixers, suas médias até o fim da carreira foram de: 9.3 pontos e 5.9 rebotes em 23.8 minutos. Após recusar os US$80 milhões do Warriors, o jogador acumulou “apenas” US$61.2 milhões.
No entanto, Smith acumulou um recorde inusitado. Até a temporada 2022/23, ele era um dos cinco jogadores que atuaram por mais times na história da NBA. O recorde agora é particular do campeão da liga, Ish Smith, que atuou por 13 equipes.
Além de Warriors e 76ers, Joe atuou por: Minnesota Timberwolves, Detroit Pistons, Milwaukee Bucks, Denver Nuggets, Chicago Bulls, Cleveland Cavaliers, Seattle SuperSonics, Atlanta Hawks, New Jersey Nets e por fim, Los Angeles Lakers.
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John Amaechi
Da primeira escolha a um jogador que não foi escolhido. Amaechi esteve inscrito para o mesmo Draft de 1995, mas não foi selecionado, após carreira universitária em Penn State. Mas mesmo assim, o pivô acabou assinando com o Cleveland Cavaliers. Ele inclusive possui, ainda, uma marca pouco conhecida. Amaechi é o primeiro jogador sem passar pelo recrutamento a ser títular em seu jogo de estreia na NBA.
No entanto, a campanha em Cleveland não foi impactante. Após ter médias de 2.8 pontos e 1.9 rebotes em 12.8 minutos, Amaechi ficou três anos fora da NBA. Filho de mãe inglesa, ele se aventurou pelo basquete europeu. Depois, jogou por clubes tradicionais como o grego Panathinaicos e pelo italiano, Virtus Bologna. Amaechi voltou a NBA em 1999/00.
No Orlando Magic, Amaechi viveu o grande momento da carreira. Titular em 53 dos 80 jogos que disputou pela franquia em sua volta, o pivô teve médias de 10.5 pontos e 3.3 rebotes em 21.1 minutos por jogo. Entretanto, quando a agência livre da NBA do ano seguinte chegou, ele tomou uma decisão inacreditável para muitos jogadores e especialistas.
O Los Angeles Lakers ofereceu ao atleta um acordo de seis anos e US$17 milhões. A franquia queria muito que Amaechi fosse o reserva de Shaquille O’Neal em meio a dinastia dos Lakers, também com Kobe Bryant. Você pode até questionar o valor anual dos seis anos, mas para um jogador que não passou pelo Draft, a duração dava grandes garantias a ele.
O mundo da NBA se chocou quando Amaechi recusou a proposta e se manteve no Magic. Só que por um valor muito menor: US$600 mil. Amaechi se considerava mais importante para a franquia de Orlando e, em comunicado, disse que esperava que a decisão não o “assombrasse” no futuro.
Assombrado e pós carreira
Amaechi teve uma grande diminuição de produção em 2000/01. Por fim, só disputou 186 jogos pelo resto da carreira da NBA. Passagens finais pelo Magic e também pelo Utah Jazz. Jogou metade do tempo do que teria no Lakers na carreira, e também acumulou “apenas” US$8.4 milhões ao longo da carreira.
O então pivô tem uma curiosidade bem legal. Ele foi o primeiro ex-jogador da história da NBA a se assumir gay de forma pública, em fevereiro de 2007.
Latrell Sprewell
O caso de Sprewell é um dos mais bizarros dentre os jogadores nesta lista da agência livre da NBA. Entre outros episódios polêmicos (como quando enforcou o treinador P.J Carlesimo), teve um auge dos bons no Golden State Warriors. Na Califórnia, foi por três vezes All Star, e também uma vez All NBA e All Defense.
O ala chegou ao New York Knicks em 1998/99 após troca com o Warriors. Foi peça importante da chegada às finais em 1999, mas o primeiro título da franquia desde os anos 70, não veio. Sprewell, então, continuou no Knicks em um grande acordo salarial de US$62 milhões e cinco anos.
O Knicks deixou de ser um candidato a título e, então, foi para o Minnesota Timberwolves em 2003/04, se juntando ao famoso trio com Kevin Garnett e Sam Cassell. Sprewell esteve fez parte do time que disputou a decisão do Oeste como peça central. Mas aí veio o motivo da presença dele na lista.
Ele recebeu uma oferta de novo contrato, de US$21 milhões por três anos. Um corte salarial significativo, pensando em fins anuais. O contrato, todavia, garantia a permanência do ala na NBA até os 37 anos. Sprewell odiou a proposta. O ala chegou a dar uma declaração das mais absurdas da história da NBA, e que ficou famosa no caso: “Eu preciso alimentar meus filhos”, disse após recusar os US$21 milhões.
Para o azar dele, no entanto, sua produção em 2004/05 foi a mais baixa da carreira: 12.8 pontos, 3.2 rebotes e 2.2 assistências em 30.6 minutos. O Timberwolves não gostou de sua recusa antes do começo da nova temporada, e não oferecei um novo acordo.
Nunca mais jogou na NBA
Apesar de haver o interesse de Cleveland Cavaliers, Denver Nuggets e Houston Rockets, Sprewell não aceitou os salários em queda. O agente do ala chegou a afirmar que, embora Spree não precisasse do dinheiro, receber ofertas de US$1 milhão era como um “tapa na cara”. Mas o ala não tinha interesse nem mesmo em ofertas na casa dos US$5 milhões, na chamada mid level.
Sprewell permaneceu como agente livre por alguns anos, mas acabou nunca mais assinando com qualquer equipe da NBA. Um terrível caso de um jogador que não enxergou seu nível realista dentro do mercado, orgulhoso para admitir uma diminuição de salário.
Bonzi Wells
O ala teve fama de bad boy desde que chegou a NBA, na 11° escolha do Draft de 1998 pelo Portland Trail Blazers. Wells não chegou a ser uma estrela na liga, mas foi um dos melhores jogadores da franquia no começo dos anos 2000, até sair em troca para o Memphis Grizzlies, em 2003. Entretanto, sua passagem por Memphis o transformou em reserva, o deixando insatisfeito na equipe.
Então, ele foi para o Sacramento Kings em 2005/06 em nova troca e era peça importante da última vez que a equipe chegou aos playoffs, até 2022/23. Wells registrou médias de 13.6 pontos, 7.7 rebotes, 2.8 assistências e 1.8 roubo de bola em 32.4 minutos por jogo. Mas nos playoffs, ele foi ainda melhor: 23.2 pontos e 12 rebotes. Assim, ele se tornou um dos jogadores valorizados na agência livre seguinte na NBA.
Bonzi recebeu uma oferta do Sacramento Kings, no valor de US$38.5 milhões por cinco anos. Mas ele recusou a proposta, pois achava que o mercado ofereceria mais. Ele era querido na equipe, e um de seus companheiros, o famoso Ron Artest (Metta World Peace), chegou a dizer que abriria mão de seu salário, para que Wells ficasse.
Por fim, ele aceitou uma oferta do Houston Rockets de “apenas” US$2.1 milhões, para jogar em 2006/07. Wells só jogaria por mais duas temporadas e 101 jogos na NBA, saindo do Rockets para o New Orleans Hornets em 2007/08 após troca. Entre queda de produção e problemas dentro dos elencos, ele nunca mais ganharia um contrato, indo jogar na Europa e se aposentando posteriormente.
Wells atribuiu a culpa para a “burrada” ao seu agente, que não teria passado toda a situação com Sacramento.
Brandon Jennings
O armador Brandon Jennings foi uma verdadeira “experiência na NBA”. Ele foi a décima escolha do Draft de 2009 pelo Milwaukee Bucks. Seu processo universitário tem uma baita curiosidade e marca. Jennings foi o primeiro jogador da história a sair do ensino médio para jogar na Europa, a garantir sua escolha por um time da NBA. O armador passou pela Itália, jogando no Virtus Roma.
Ainda assim, sua trajetória em seus quatro anos iniciais na NBA foi boa. Jennings foi do time ideal dos novatos da temporada 2009/10. O armador foi até considerado como o franchise player no começo dos anos 2010. Ele liderou a equipe aos playoffs de 2012/13, onde disse que o Bucks bateria o Miami Heat de LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh em seis jogos, frase que ficou famosa na franquia, o “Bucks in six”.
Jennings teve médias de 17.5 pontos, 6.5 assistências, 3.5 rebotes e 1.6 roubo de bola na campanha. Milwaukee, então, ofereceu um acordo de US$40 milhões por quatro anos, prontamente recusado pelo armador. Mas ele saiu em uma troca que mudou a história da franquia. Jennings assinou por US$35 milhões e três anos com o Detroit Pistons, em sign and trade, que levou Khris Middleton para o Bucks.
O armador seria até um titular regular no Pistons, mas sua eficiência e produção foi caindo ao longo do tempo. Jennings ainda passou por Orlando Magic, New York Knicks e Washington Wizards, até um retorno ao Bucks na temporada 2017/18, que seria sua última na liga.
Jennings acumulou pouco mais de US$30 milhões em ganhos salariais na NBA por sete anos, após recusar os US$40 milhões que sua franquia mãe ofereceu em apenas quatro. A troca, acima de tudo, envelheceu muito bem para Milwaukee.
Nerlens Noel
Noel é uma das grandes motivações deste artigo. O pivô, que foi dispensado pelo Brooklyn Nets em 2022/23, assinou um acordo garantido com o Sacramento Kings para 2023/24. No entanto, o jovem pivô perdeu tanta grana, que virou até processo contra Rich Paul, amigo de LeBron James, e CEO da Klutch Sports.
Ele foi uma das primeiras escolhas do “Processo” do Philadelphia 76ers. O pivô, entretanto, foi preterido pelas futuras escolhas de Draft que a franquia teria para a mesma posição. Primeiro, Jahlil Okafor, que não virou pelas deficiências defensivas. Depois, Joel Embiid, que se tornou um dos dois melhores pivôs da NBA, e MVP da temporada 2022/23, enquanto movimenta o mercado com recentes declarações de que pode deixar o Sixers.
Então, foi para o Dallas Mavericks em 2017 em troca. As médias de Noel, nos 22 jogos finais da temporada 2016/17, agradaram Mark Cuban, dono da franquia. Médias de 8.5 pontos, 6.8 rebotes, 1.1 toco, e um roubo de bola em 22 minutos por jogo. Ele aceitou uma oferta qualificatória após o fim de seu ano como calouro, no valor de US$4.1 milhões.
A oferta qualificatória é feita para jogadores que aceitem se tornarem agentes livres restritos. O problema é que a oferta chegou em 23 de junho, e foi aceita mais de um mês depois, em 26 de agosto. Nesse meio tempo, um ex-agente do pivô disse no Twitter que Noel chegou a receber uma oferta de US$70 milhões por quatro anos. Paul teria convencido Noel a passar a oferta adiante, já que o mercado traria algo ainda mais lucrativo.
Prejuízo
Nos quatro anos seguintes, Noel ganhou US$12.7 milhões, sendo trocado do Mavericks para o Oklahoma City Thunder e, depois, fechou com o New York Knicks na agência livre da NBA, como um dos jogadores de mínimo de veterano. Um rombo de quase US$60 milhões.
Todavia, ele virou um verdadeiro destaque na rotação do Knicks, que voltou aos playoffs em 2020/21. Assim, ele ganhou um acordo de US$27 milhões por três anos. Apesar de tudo, Noel processou Rich Paul, mas perdeu no julgamento. O novo contrato com o Sacramento Kings está na casa dos US$3 milhões.
Victor Oladipo
As lesões de Victor Oladipo são lamentáveis, mas também simbólicas de uma carreira tão promissora. Oladipo foi a segunda escolha do Draft de 2013, pelo Orlando Magic. A expectativa foi quebrada por uma péssima construção de elenco e, também ,pelas características ineficientes do ala-armador em um jogo que tanto se desenvolvia para os arremessos de três na NBA.
Então, ele foi para o Oklahoma City Thunder em troca por Serge Ibaka. A busca de Oklahoma era encontrar a ajuda necessária para manter a equipe competitiva ao redor de Russell Westbrook, após a saída de Kevin Durant. A sensação de que Westbrook jogou sozinho em 2016/17, com médias de triplo duplo e um MVP da temporada, dizem bem sobre como a passagem foi frustrante.
Tudo mudou quando o Thunder deu seu último golpe competitivo, adquirindo Paul George e Carmelo Anthony para 2017/18. Oladipo foi junto de Domantas Sabonis para o Indiana Pacers, em troca por George. A carreira, enfim decolou, com eleição ao All Star Game, enquanto levou um Indiana que a primeira vista, olhava para uma reconstrução, aos playoffs.
Mas em 2018/19, a primeira de uma série de lesões no joelho direito destruiu o grande momento. O jogador voltou no fim de 2019/20, ainda sem ritmo, e o Pacers resolveu confiar. Uma oferta na casa dos US$25 milhões anuais, que chegava de acordo com rumores, a casa dos US$100 milhões.
Deu ruim
Ele não aceitou. Oladipo esperava retornar ao ritmo em 2020/21, e ganhar um contrato máximo, sob fortes rumores de que o Miami Heat seria o time que pagaria muita grana por ele. Porém, a agência livre da NBA estava em uma novela (que coincidência) por um dos grandes jogadores da NBA no momento: James Harden. Após nove jogos em Indiana na temporada, Oladipo participou de uma troca de quatro times que o levou para o Houston Rockets, que tinha nomes como John Wall e Christian Wood, além de “milhões” de escolhas de Draft.
Mas tudo que está ruim pode piorar, afinal. Em fevereiro, o Rockets tentou uma extensão contratual com o atleta, no valor de US$45.2 milhões por dois anos. Ele recusou novamente e, depois foi trocado para o Miami Heat na trade deadline. A temporada que já era marcada por lesões (jogou só 20 jogos por Houston), ficou ainda pior. Disputou apenas quatro partidas com o Heat e encerrou sua temporada para uma cirurgia no quadril.
Desde então, Oladipo virou um reserva de luxo na Flórida, com apenas lampejos do jogador que foi em 2017/18. Enfim, ele assinou uma extensão para 2021/22, pelo mínimo de veteranos. Perda gigante após receber uma oferta de US$100 milhões. Até conseguiu um pouco mais de grana em seu novo contrato, US$18 milhões por duas temporadas a partir de 2022/23.
Mas uma nova lesão nos playoffs, desta vez no joelho esquerdo, provavelmente pode o tirar de toda a temporada 2023/24, uma pena. Seu contrato de US$9 milhões ainda está vigente neste último ano, mas ele chegará a próxima agência livre sem grande valor. Oladipo está agora no Oklahoma City Thunder. Um retorno a franquia que está no começo dessa história.
Montrezl Harrell
Não parece, mas Harrell esteve em alta no mercado há alguns anos. Trigésima segunda escolha do Draft de 2015, Harrell foi um sólido reserva em seus dois anos no Houston Rockets. O pivô, entretanto, virou moeda de troca na franquia e, ao lado de nomes como Patrick Beverley e Lou Williams, foi para o Los Angeles Clippers, na troca de Chris Paul para Houston.
Em dois anos, Harrell virou candidato claro ao prêmio de sexto homem da NBA. A dualidade de seu jogo também também o “matou”. O pivô é mais baixo que um jogador tradicional da posição, mas é muito mais ágil. Sua primeira passada lhe garantia vantagens enormes no garrafão, e ele chegou a ter 18.6 pontos e 7.1 rebotes em 2019/20, ano em que a franquia voltou ao mais alto nível da competição, com as chegadas de Kawhi Leonard e Paul George.
Mas a baixa estatura também foi brilhantemente explorada pelo Denver Nuggets de Nikola Jokic na famosa série entre as franquia na “bolha” da Disney. Harrell era um jogador muito negativo em quadra na série, perdendo minutos ao longo do duelo. Sua maior agilidade, enfim, não era impactante na defesa.
Ainda assim, ele vinha de seu grande ano na carreira e o Charlotte Hornets ofereceu a bagatela de US$80 milhões por quatro anos do pivô. Harrell queria seguir competindo por um título e “pulou o muro”, se juntando ao Lakers como reserva de Marc Gasol para a temporada 2020/21, em um acordo de dois anos e US$19 milhões.
Queda
O menor papel ofensivo nas equipes que passou em sequência, expôs ainda mais seus problemas na defesa. Harrell ainda produzia ofensivamente, mas sumia nas horas decisivas já que não compensava ter um jogador assim em quadra. A passagem pelo Lakers durou um ano e ele esteve no pacote de Kentavious Caldwell-Pope e Kyle Kuzma, para a vinda de Russell Westbrook do Washington Wizards.
Meia temporada depois, por ironia, o pivô foi enviado ao Charlotte Hornets, mas não durou muito tempo. Depois, ele assinou por uma mid level de US$4.1 milhões com o Philadelphia 76ers para 2022/23, e reduziu ainda mais seu salário para 2023/24, em um mínimo de veteranos.
Dennis Schroder
O caso do alemão ficou muito famoso em anos recentes. Schroder foi a décima sétima escolha do Draft de 2013 pelo Atlanta Hawks. Ele foi um reserva sólido, no time que chegou a vencer 60 jogos em 2014/15 e, depois, virou um dos poucos expoentes de qualidade do elenco em 2017/18, quando decidiram reconstruir.
O armador foi para Oklahoma, após troca, onde voltou a ser um sexto-homem de muito valor em 2018/19. Mas seu melhor basquete veio mesmo em 2019/20, quando teve médias de 18.9 pontos, quatro assistências e 3.6 rebotes. O time, inclusive, era muito divertido, cotado para a reconstrução total no começo da temporada, para os playoffs na bolha, com nomes como Chris Paul e Shai Gilgeous-Alexander.
Já se pensava ali que Schroder seria um dos jogadores mais valorizados da agência livre da NBA em 2021 e, então, ele foi trocado. O atual campeão Lakers obteve o alemão na mesma agência livre de Montrezl Harrell, caso que citamos acima. Os dois protagonizaram a briga pelo prêmio de melhor reserva no ano anterior.
Schroder foi até sólido defensivamente no Lakers, mas sua contratação foi muito atrelada a ser uma terceira peça ofensiva de consistência ao redor de LeBron James e Anthony Davis. Mas definitivamente, não foi o que aconteceu. Porém, a desvalorização veio após recusar uma baita bolada.
Prejuízo enorme
Em março daquela temporada, Los Angeles entrou forte na tentativa de evitar a agência livre de Schroder. A franquia ofereceu, então, um acordo de US$84 milhões por quatro anos. O alemão acreditou que era um dos jogadores mais em alta na NBA para a próxima agência livre e recusou. Por fim, Schroder foi um dos últimos nomes a sobrar no mercado para 2021/22, e assinou uma oferta mid level do Boston Celtics, de US$5.9 milhões por um ano. O prejuízo foi de quase US$80 milhões.
O alemão até vinha tendo alguns bons números em Boston durante 2021/22. Mas ele saiu, usado como moeda de troca, para o retorno de Daniel Theis ao Celtics, em negociação com o Houston Rockets. Dos US$80 milhões que perdeu ao mínimo de veteranos. Schroder era um dos nomes menos falados para 2022/23 na NBA e conseguiu um novo contrato, graças ao grande desempenho no Euro Basket. Por ironia, retornou ao Lakers pelo mínimo.
Ele se valorizou em boa temporada, sendo importante na corrida de Los Angeles àss finais do Oeste. O alemão agora jogará no Toronto Raptors em 2023/24. Acordo de US$26 milhões por dois anos. Ao menos, está estável na NBA.
James Harden
Sim, eu sei que ele está em baixa. Também sei que este homem ganhou muito dinheiro na NBA. Mas acredite, poderia ser ainda mais. Contar a história do astro é coisa batida. Um ápice histórico no Houston Rockets, revolucionou o jogo ofensivo da NBA, um dos jogadores mais assustadores que já vi em quadra no auge.
Porém, após a bolha, a sensação geral é que a janela de título do Houston Rockets tinha acabado. Russell Westbrook foi trocado para Washington, enquanto Harden solicitou uma troca para a franquia texana. O porém é que se assinasse com Houston novamente naquela agência livre da NBA, ele seria um dos primeiros jogadores a conseguirem o salário de US$50 milhões anuais. Não rolou, e Harden chegou ao Brooklyn Nets.
Vários motivos levaram a falha de uma parceria que deveria ser histórica com Kevin Durant e Kyrie Irving. A queda nos detalhes e no tamanho do tênis de Durant em 2020/21, começou a irritação de Harden. Nesse meio tempo, Brooklyn ofereceu um acordo de US$161 milhões por três anos, o maior da história da NBA para esta duração. Entretanto, Harden porém preferiu esperar. Afinal, ele seria elegível para um novo acordo de US$223 milhões no ano seguinte, que enfim o faria ser o mais bem pago de toda a NBA.
A irritação de Harden só aumentou entre as “saidinhas” de Kyrie no primeiro ano e as polêmicas em 2021/22. Sobrou, também, para os médicos da franquia, com uma lesão insistente na coxa que aconteceu em 2020/21. Harden retornou um pouco antes do previsto, para não perder os playoffs, e se machucou novamente na série contra o Bucks. A produção do astro caiu demais.
Nova troca, mais grana perdida
Então, Harden foi trocado do Brooklyn Nets para o Philadelphia 76ers na trade deadline de 2022. O time, que já não era dos mais profundo, abriu mão de nomes importantes como Seth Curry e Andre Drummond. A falta de profundidade foi decisiva para uma queda frustrantes naqueles playoffs para o Miami Heat. E o astro era um dos jogadores mais quentes da agência livre da NBA, que se aproximava.
Harden reassinou com o Sixers, mas em um valor mais baixo. Um ano e US$35 milhões, com uma opção de jogador para o segundo ano do vínculo. Boa hora pra voltar lá em cima no texto e relembrar os valores que ele abriu mão de receber, antes de pensar apenas no que recebeu. O motivo foi nobre por fim: fornecer flexibilidade salarial para a franquia buscar reforços no mercado seguinte.
Mas mesmo com isso, o Sixers seguiu em sua sina de cair na segunda rodada. A quinta vez em seis anos. Os rumores de um possível retorno para Houston foram fortes, porém no fim, Harden aceitou sua opção de jogador e assim solicitou uma troca.
Ele ainda está tentando recuperar o dinheiro que perdeu, se pensarmos de certo modo. Seu desejo é de ir para o Clippers no momento, mas será um agente livre irrestrito, de qualquer maneira, na próxima offseason. Se ele já queria um contrato máximo para este ano e até rompeu relações com o GM do 76ers e amigo de longa data, Daryl Morey devido a uma negociação “pouco cordial”, não é absurdo que Harden queira ganhar mais no ano que vem.
Conclusão
O mercado de agência livre não é dos mais simples. Um exemplo bem legal deste ano é o de Bruce Brown, que deixou o Denver Nuggets campeão, para ganhar mais dinheiro no Indiana Pacers. O ala recebeu US$6.4 milhões na campanha vitoriosa de 2022/23.
A situação de Denver era a seguinte: até podia rolar um aumento salarial, mas “só” de US$1 milhão para 2023/24. Mas se a extensão fosse acordada por um ano, Brown se tornaria elegível para um novo acordo de US$55 milhões em quatro anos na agência livre da NBA de 2024, o que, enfim, pagaria um dos jogadores coadjuvantes mais impactantes da liga.
Brown vinha de um contrato de calouro com o Detroit Pistons, foi trocado e depois reassinou com o Brooklyn Nets por menos do que deveria, em troca de um título que não veio. Ele chegou a dizer que os pouco mais de US$6 milhões que recebeu do Nuggets, foram sua única oferta naquela ocasião. A maior da carreira.
Mas aí chegou Indiana, com uma bolada de dinheiro. Mais precisamente US$45 milhões por dois anos. Você arriscaria isso em troca de um maior pagamento futuro? OK, sabemos que pensar nisso é um tabu muito grande, especialmente quando estamos falando de esportes em geral.
Mas, acima de tudo, com os exemplos que a lista acima nos dão, é difícil apontar que Brown errou em sua decisão. Não dá para saber o que vai acontecer amanhã, especialmente numa liga onde hoje você está no céu e, amanhã, vai para o inferno.
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