Fonte: Reprodução / InstagramOs dois primeiros selecionados do último draft da NBA foram jogadores franceses, mas nenhum deles está em Paris. Zaccharie Risacher, assim como Alex Sarr, não entraram na lista da seleção da França para a disputa das Olimpíadas. E, por mais que seja um momento de êxtase em suas carreiras, é impossível não ter uma ponta de frustração. Risacher já esperava não ser convocado, mas admite que ainda é uma decepção.
“Eu estou triste, mas não posso dizer que estou surpreso em ficar de fora. Queria fazer parte da seleção, pois esse era um dos meus objetivos no início da última temporada. Não consegui, mas, ao mesmo tempo, tive muitas ótimas notícias nos últimos meses com o recrutamento da NBA. É claro que seria ótimo disputar as Olimpíadas no meu país, mas não aconteceu”, lamentou o ala, em entrevista ao site AndScape.
Chegar à NBA e ficar de fora da seleção, a princípio, tem uma conexão clara. Existe um longo histórico de novatos que ficaram impossibilitados de defenderem as suas equipes nacionais. Afinal, a Summer League ocorre no exato mesmo período da preparação das seleções para competições internacionais. Risacher, a princípio, compreende que essa é uma situação momentânea e especial.
“Sempre vou ter interesse em jogar pela seleção, mas não posso estar bravo por não ter sido convocado. Afinal, eu estou feliz por realizar o meu sonho de tantos anos e ser um atleta da NBA agora. Esse é o meu estado de espírito no momento. Eu estou vivendo a ótima vida de um jogador de basquete profissional. Então, como poderia estar bravo nesse momento?”, concluiu o jogador de 19 anos.
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Sem chance
Zaccharie Risacher era uma garantia na seleção da França para as Olimpíadas, caso não tivesse participado do draft? Essa é uma pergunta razoável. A equipe possui uma base consolidada e experiente, enquanto o jovem ala só “estourou” na segunda metade da temporada francesa. Então, passava longe de ser algo assegurado. O técnico Vincent Collet confirmou que, acima de tudo, a ausência foi uma questão de timing.
“Eu sabia que Zaccharie e Alex seriam selecionados nas primeiras posições do draft. E o nosso comitê olímpico, por sua vez, obrigava a divulgarmos a lista final de convocados até o último dia 07. Com isso, não poderia tê-los em um treinamento sequer antes da chamada. Ambos são ótimos e vão poder integrar a seleção em outras oportunidades, mas, dessa vez, não dava para convocá-los”, argumentou o veterano.
Collet garantiu que conta com os calouros para a sequência dos trabalhos da seleção. No entanto, hoje, convocá-los seria dar um privilégio injustificável. “Zaccharie e Alex vão fazer parte do futuro da seleção francesa, certamente. Possuem enorme talento. Mas chamá-los nessas condições, sem nem participarem dos treinos, não seria justo com nenhum dos outros atletas aqui”, completou.
História repetida
A impossibilidade de Risacher e Sarr não é uma novidade. Trata-se de uma história tão repetida que, por exemplo, vimos no ano passado. Victor Wembanyama foi impedido de defender a França na Copa do Mundo FIBA depois de ter sido a primeira escolha do draft de 2023. Na época, ele seguiu uma linha bem semelhante a Risacher. Não é uma questão de patriotismo, mas de mero momento.
“Não seria realista em termos de desenvolvimento se não cuidasse da minha integridade física agora. A seleção ainda está entre as minhas prioridades, pois quero vencer tudo o que for possível pelo meu país. Então, isso é frustrante para mim também. Espero que as pessoas entendam, mas acho que é um sacrifício necessário para mim”, justificou o fenômeno, antes do Mundial.
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