Wizards quer voltar aos playoffs

Gustavo Lima analisa a reconstrução do time de Washington e projeta a próxima temporada Os fãs do Washington Wizards devem e podem ficar otimistas quando ao futuro da equipe. Depois de fazer a segunda pior campanha em 2011/2012, o Wizards, pelo cenário que se desenha, terá condições de brigar até por vaga nos playoffs na próxima […]

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Gustavo Lima analisa a reconstrução do time de Washington e projeta a próxima temporada

Os fãs do Washington Wizards devem e podem ficar otimistas quando ao futuro da equipe. Depois de fazer a segunda pior campanha em 2011/2012, o Wizards, pelo cenário que se desenha, terá condições de brigar até por vaga nos playoffs na próxima temporada. Vale lembrar que a franquia não alcança a pós-temporada desde 2008. Neste artigo, vou analisar o processo de reconstrução do elenco do time da capital norte-americana e as perspectivas para a temporada 2012/2013.

Rebuild

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A reformulação do time de Washington começou no draft de 2010, quando a franquia selecionou o armador John Wall na primeira escolha geral daquele ano. Além disso, Wizards adquiriu via trocas o pivô francês Kevin Seraphin, que havia sido selecionado pelo Chicago Bulls, e o ala-pivô Trevor Booker, selecionado pelo Minnesota Timberwolves.

O processo de rebuild continuou em dezembro de 2010, quando o problemático armador Gilbert Arenas foi trocado com o Orlando Magic por Rashard Lewis. Contrato ruim por contrato ruim. Em fevereiro do ano passado, o Wizards adquiriu o ala-armador Jordan Crawford junto ao Atlanta Hawks. No draft de 2011, a equipe selecionou o ala-pivô tcheco Jan Vesely (sexta escolha), o ala Chris Singleton (18a escolha) e o armador Shelvin Mack (34a escolha), e o elenco foi ficando cada vez mais jovem. Resultado: quarta pior campanha da temporada 2010/2011.

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Em janeiro de 2012, o técnico Flip Saunders, após três anos à frente da equipe, sem muito brilho, e um péssimo começo de temporada (apenas duas vitórias em 17 partidas), foi demitido. O retrospecto de Saunders em Washington: 51 vitórias e 130 derrotas. O assistente Randy Wittman assumiu o comando da equipe interinamente. Sob o comando dele, o Wizards venceu 18 jogos em 49 disputados. No início deste mês, a franquia anunciou a permanência de Wittman no comando do time por mais uma temporada.

A ótima relação com a direção da franquia e com os jogadores foi decisiva para a continuidade de Wittman, que não tem um bom retrospecto como treinador. Em 356 jogos à frente de Cleveland Cavaliers, Minnesota Timberwolves e, a partir deste ano, do Wizards, ele venceu apenas 118, o que dá um aproveitamento de 33.1%. Wittman, de 52 anos, sabe que tem que aproveitar a chance dada pelo time de Washington. Em caso de novo fracasso, ele corre o risco de nunca mais treinar uma equipe da NBA.

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Aos 29 anos, brasileiro Nenê Hilário é o jogador mais experiente do Wizards.

Em março deste ano, o Wizards se livrou do imaturo pivô JaVale McGee e do ala Nick Young, que seriam agentes livres e dariam muita “dor de cabeça” na offseason. De quebra, recebeu um jogador experiente, o pivô brasileiro Nenê Hilário. O jovem armador John Wall, melhor jogador da equipe, precisava mesmo de um cara experiente ao seu lado.

A mudança de mentalidade da franquia ganhou corpo de vez com a troca fechada com o New Orleans Hornets, nessa quarta-feira. Além de ter se reforçado com dois bons jogadores, o ala Trevor Ariza e o pivô Emeka Okafor, o Wizards se livrou do contrato esdrúxulo do ala Rashard Lewis: 23,8 milhões de dólares em 2012/2013.

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Números do Wizards em 2011/2012

– Oitavo pior ataque: 93.6 pontos anotados por partida
– Décima primeira pior defesa: 98.4 pontos sofridos por partida
– Terceiro pior aproveitamento nas bolas de três pontos: 32%
– Sexto time que menos converteu bolas de três pontos: 5.2 por partida
– Quinto time que menos converteu lances livres: 15.3 por partida
– Quarto time que menos distribuiu assistências: 19.1 por partida
– Sétimo time que mais cometeu erros: 14.6 por partida
– Segundo time que mais deu tocos: 6.3 por partida
– Quinto time que mais cometeu faltas: 21.3 por partida

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Folha salarial do Washington Wizards em 2012/2013 

Emeka Okafor (29 anos): 13,5 milhões de dólares
Nenê Hilário (29 anos): 13 milhões de dólares
Trevor Ariza (26 anos): 7,2 milhões de dólares
Andray Blatche (25 anos): 7,1 milhões de dólares
John Wall (21 anos): 5,9 milhões de dólares
Jan Vesely (22 anos): 3,3 milhões de dólares
Kevin Seraphin (22 anos): 1,8 milhão de dólares
Chris Singleton (22 anos): 1,6 milhão de dólares
Trevor Booker (24 anos): 1,4 milhão de dólares
Jordan Crawford (23 anos): 1,2 milhão de dólares
Shelvin Mack (22 anos): 762 mil dólares

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Perspectivas

A troca fechada com o Hornets indica claramente que a intenção da direção do Wizards é voltar aos playoffs já na próxima temporada. Além de ter uma base jovem talentosa, com destaque para Wall, Vesely e Seraphin, a equipe da capital norte-americana acaba de adquirir duas peças importantes. Ariza e Okafor vão se juntar ao brasileiro Nenê Hilário para formar o trio de jogadores experientes (leia-se: atletas que têm idade superior a 24 anos), cuja função será dar mais tranquilidade e consistência ao time. Tirando esses três veteranos e o problemático Andray Blatche (que não deve permanecer para a próxima temporada), o restante do elenco tem média de idade de apenas 22 anos.

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Bradley Beal deverá ser a terceira escolha geral do draft deste ano. Promessa de uma ótima dupla de perímetro com John Wall.

Para que o Wizards almeje realmente a classificação para a pós-temporada, em 2012/2013, são necessárias mais algumas movimentações. A primeira delas começa no draft, que será realizado na próxima semana. Com a terceira escolha geral no recrutamento, o time de Washington deverá selecionar o ala-armador Bradley Beal, da universidade da Florida. Ao lado de Wall, Ariza, Okafor e Nenê, o jogador, que está prestes a completar 19 anos, formaria um quinteto de qualidade. Beal tem como ponto forte o arremesso, tanto de média quanto de longa distância, e também gosta de se infiltrar no garrafão adversário. Ele é um scorer nato, um ótimo reboteiro para seu tamanho e um bom passador. Muito forte fisicamente, Beal também é um bom defensor das posições 1 e 2. Ele tem tudo para formar uma ótima dupla com Wall no backcourt da equipe.

Na 32a escolha, o Wizards pode adicionar mais um scorer de perímetro, preferencialmente um especialista em bolas de três pontos. Sugestões? Doron Lamb, John Jenkins, Will Barton e Orlando Johnson. Isso se sobrarem até lá…

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Até o momento, quase todas as “porcarias” foram extirpadas do time de Washington. Resta apenas um problema: Blatche. O preguiçoso ala-pivô deverá ser anistiado assim que começar a offseason (mês que vem), já que nenhuma equipe (com razão) não quer assumir seu contrato de 23,4 milhões de dólares válido por mais três temporadas. O processo de tirar as “laranjas podres” começou com Arenas e vai terminar com Blatche. Bola dentro do GM Ernie Grunfeld.

O preguiçoso Andray Blatche deve ser anistiado em breve porque a franquia não consegue trocá-lo.

Além disso, o Wizards precisa adicionar mais um ou dois veteranos ao banco da equipe, que só tem jogador jovem. A rotação, teoricamente, teria Crawford, Singleton, Vesely, Booker e Seraphin. Faltaria um armador, já que Mack ainda é muito cru para a NBA. E esse armador reserva deve ser um veterano. Com a provável anistia de Blatche e já descontando o salário de calouro de Beal e do jogador a ser selecionado na 32a escolha, a equipe teria entre cinco e seis milhões de dólares para assinar com agentes livres.

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E muita gente especula que o time de Washington fará mais uma grande troca na offseason. A principal moeda de troca seria o recém-chegado Okafor. A comissão técnica do Wizards quer dar mais espaço a Seraphin no time, e, com a presença de Okafor, ele não teria muitos minutos em quadra. Outros comentam que Nenê pode sair, mas eu duvido que isso aconteça. E o garrafão do time ainda tem Vesely e Booker. Então, o ex-pivô do Hornets pode sair do time sem ter jogado uma partida sequer.

Caso decidam pela manutenção do garrafão Okafor-Nenê, a opção seria trocar Booker. São cinco jogadores para atuar em duas posições. Alguém não iria ter espaço na rotação da equipe. Vesely foi a grande aposta do Wizards no último draft. Em sua segunda temporada na NBA, ele só tende a melhorar. E Seraphin mostrou no final desta temporada que tem potencial e capacidade para jogar na NBA. É outro jogador que precisa ser trabalhado. Assim como Vesely, ele tem apenas 22 anos. Portanto, sobraria Booker. Mas a verdade é que ele não é uma moeda de troca atrativa. Talvez um pacote com Booker e o “crazy shooter” Jordan Crawford, talvez a inclusão das escolhas de segunda rodada, seja suficiente para uma negociação. O ideal mesmo seria uma dupla de veteranos na rotação do backcourt. Jogadores que saibam arremessar de três pontos, um dos pontos fracos do time.

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O fato é que o Wizards tem condições de voltar aos playoffs já na próxima temporada (a conferência Leste não tem o mesmo equilíbrio e força da Oeste, não é?), mas eu ainda fico com um pé atrás por causa do técnico da equipe, que até hoje não mostrou muita coisa na NBA. Wittman terá um teste de fogo, talvez a última oportunidade para que ele mostre que tem condições de ser técnico de um time da NBA.

A equipe tem uma base jovem e talentosa, liderada pelo ótimo armador John Wall, um trio de veteranos de respeito, e, em breve, um jogador de muito futuro vindo do draft. Em sua terceira temporada pelo Wizards, Wall terá pela primeira vez um elenco mais qualificado ao seu lado. Ele é a peça mais importante da equipe, o franchise player, a esperança de que possa levar o time aos playoffs. Em dois anos de Liga, seus números não mudaram quase nada. Claro, o time não ajudou também. E Wall tem só 21 anos! A torcida, a direção e a comissão técnica do Wizards esperam que, com um elenco de apoio menos imaturo e mais qualificado, o armador exploda na NBA.

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Enfim, será uma temporada de afirmações para o time de Washington. A expectativa é grande. O rebuild do elenco atingiu um ponto crítico. O próximo estágio (brigar por algo maior) precisa ser alcançado. E você, caro leitor, o que acha: o Wizards tem condições de voltar aos playoffs já na próxima temporada? Ou o fracasso continua por mais um ano?

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