Fonte: Reprodução / InstagramVictor Wembanyama chegou ao San Antonio Spurs com a expectativa de ser o sucessor de Tim Duncan. É uma enorme responsabilidade, mas será que a comparação é justa? Para um dos grandes jogadores da história da franquia, a princípio, é um paralelo que não faz o menor sentido. Sean Elliott acredita que “emparelhar” o fenômeno com os principais astros da história do time texano é um erro.
“Eu não acho que haja similaridades, pois o jogo de Victor não tem nada a ver com Tim e David Robinson. Não acho que dê para compará-los porque o garoto é único. Aposto que já tem mais cestas de três pontos, por exemplo, do que ambos na carreira inteira. Também é um melhor condutor de bola do que os dois. Mas eles chegaram bem mais desenvolvidos à NBA”, avaliou o ex-ala, em entrevista ao site HoopsHype.
Não ser uma comparação justa do ponto de vista técnico, no entanto, é só o início da questão. Afinal, cria-se uma expectativa quase fora de realidade para a carreira do jovem astro na liga. Duncan ganhou dois prêmios de MVP da liga, foi eleito para os quintetos ideais de 15 temporadas e conquistou cinco títulos da NBA. Mas Elliott reconhece que o talento de Wembanyama é algo sem precedentes.
“Tim era extremamente técnico e, além disso, mais atlético do que recebe crédito. Ele possuía um gancho curto que os marcadores já não conseguiam parar quando era um novato. Victor ainda não tem isso, mas há muito tempo para lapidar o seu jogo. Além disso, quando falamos em talento bruto, nada se compara a ele. Esse garoto é simplesmente algo diferente”, sentenciou o veterano.
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Em evolução
Victor Wembanyama, realmente, não teve o impacto imediato de Tim Duncan no Spurs. No entanto, isso já era muito previsível. O integrante do Hall da Fama era um veterano de quatro temporadas no basquete universitário. O pivô francês, por sua vez, chegou à liga com só 19 anos. Ou seja, não podem ser cobrados da mesma forma. Mas Elliott já viu significativa evolução no jovem nos últimos seis meses.
“Eu acho que, em primeiro lugar, Victor está aprendendo a atuar no poste baixo e lidar com o jogo físico. Tem feito jogadas com mais força e contato. No início da temporada, isso era diferente. Ele costumava receber a bola no post e, em essência, ‘recuava’ para os alas porque perdia espaço. No entanto, isso não acontece mais. Foi uma grande evolução para mim”, exaltou o jogador aposentado.
Duncan e Wembanyama tiveram média de duplo-duplo em suas temporadas de estreia na NBA. O primeiro teve médias superiores de pontos e rebotes, enquanto o novato da atualidade registrou mais tocos e assistências. A questão do passe, aliás, é outra coisa que chama a atenção de Elliott no novo astro texano. E o veterano aposta que, nesse sentido, ele só tem a crescer.
“Victor sempre foi um ótimo passador, com visão de quadra e inteligência. Mas, agora, está começando a compreender como operam as marcações duplas – algo com que os novatos não costumam lidar. Ele faz um grande trabalho nisso, enquanto comete cada vez menos turnovers. Acho que, para resumir, está entendendo mais e mais como funcionam as defesas na liga”, sintetizou o ídolo de San Antonio.
Personalidade
Quem acompanha o Spurs, porém, vê um claro ponto de aproximação entre Tim Duncan e Victor Wembanyama. A postura desinteressada de ambos em relação ao estrelato, por exemplo, chama a atenção. São indivíduos mais focados não só no basquete em quadra, mas também com a formação intelectual. Elliott acredita que esse é um trunfo enorme em favor do desenvolvimento do fenômeno francês.
“A personalidade é o ponto em que fica mais possível comparar Victor e Tim. Eles estão muito confortáveis consigo mesmos e, por isso, não se importam com o que os outros falam. Isso é raro, pois vários jogadores atuais estão sempre preocupados com o que falam nas redes sociais. Todos podem debater o que quiserem, mas eles realmente não estão nem aí”, concluiu o campeão da NBA em 1999.
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