Foi o último capítulo de uma longa novela, mas não houve um final feliz. A estreia de James Harden pelo Los Angeles Clippers, afinal, não foi do jeito como esperava. O time californiano, para começar, não jogou bem e perdeu para o New York Knicks nessa segunda-feira. Além disso, o astro recebeu vaias quase todas as vezes em que tocava na bola no Madison Square Garden.
“Em primeiro lugar, eu me senti um pouco estranho em quadra. É difícil jogar sem ter disputado uma partida de pré-temporada ou participar do período de treinos, sabe? Então, estava lá dentro simplesmente na tentativa de fazer o meu melhor. Eu tentei deixar-me levar pelos meus instintos e, assim, fazer o que funcionou para mim nos últimos anos”, contou o craque, após o revés de 111 a 97.
Harden, a princípio, até registrou estatísticas sólidas para uma estreia. Ele anotou 17 pontos e seis assistências, com seis cestas em nove arremessos. Mas foi bem menos agressivo do que costuma na armação de uma equipe fora de sintonia. Os angelinos cometeram 22 desperdícios de bola que, como resultado, geraram 35 pontos para o adversário. O estreante pede tempo para entregar o seu melhor basquete.
“O meu pensamento foi jogar e, acima de tudo, pensar o jogo. Criar cestas mais fáceis para todos ao meu redor. Faltam, no entanto, algumas coisas além do entrosamento. Fiquei impressionado, por exemplo, com a velocidade do jogo. Fiz o meu melhor para ajustar-me durante a partida, mas vou precisar de alguns dias. Tenho que me acostumar com o ritmo de novo”, admitiu o ex-MVP da liga.
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Mudanças
O Clippers tem consciência de que o encaixe de James Harden não seria um sucesso desde a estreia. Ele é um atleta que define-se como um sistema ofensivo por si só, antes de tudo. Sempre jogou com a bola nas mãos nos últimos oito anos. Agora, no entanto, junta-se a outros três craques em Paul George, Kawhi Leonard e Russell Westbrook. O técnico Tyronn Lue gostou do que viu na primeira partida.
“Eu acho que James fez um bom trabalho orquestrando o nosso ataque. Ele não está entrosado ainda, mas fez as jogadas certas e ótimos passes. Acho que operou muito bem nos pick-and-rolls. Sabemos que vai precisar de um pouco mais de tempo para alcançar a sua forma ideal, mas não estamos preocupados com isso. A sua presença, afinal, já pôde ser sentida”, elogiou o treinador.
Mas o treinador antevê muito trabalho nas próximas semanas. A chegada de Harden coloca vários conceitos do seu trabalho em reavaliação. A mudança sobre quem está com a posse de bola, por exemplo, traça novo comportamento para todos os atletas. Rotações, com isso, também devem sofrer algumas alterações. Ou seja, esse é o começo de um processo potencialmente muito maior.
“No período de treinos, nós pedimos que todos os jogadores ficassem em movimento quando Kawhi e Paul recebessem bloqueios na bola. Mas, com James no pick-and-roll, as instruções são o contrário. Queremos que o time fique o mais espaçado possível e guardem posição. Porque, assim, ele vai poder fazer as leituras e encontrar passes. Então, tudo muda”, explicou Lue.
Sem pânico
E não foi só Lue, aliás, quem aprovou a estreia de James Harden no Clippers. Leonard também viu razões para boas expectativas na primeira atuação de Harden. O que não impede que preveja, ao mesmo tempo, a necessidade de tempo e muito treinamento. Algo que não acha surpreendente, por sinal. A forma como o novo companheiro enxerga a quadra é tão especial que faz valer a pena.
“James fez um grande trabalho para alguém que disputava a sua primeira partida em meses. É ótimo como, mesmo sem o ritmo ideal, ele conseguiu envolver todos que estavam em quadra a partir dos bloqueios na bola. Ele faz isso muito bem. Mas vai precisar de tempo para sentir-se mais leve, em termos de condicionamento. Isso é normal”, afirmou a referência da equipe.
Lue, assim como Leonard, não vê a necessidade de tempo como algo inesperado. Tanto para Harden, quanto para o funcionamento do elenco. Uma derrota, nesse sentido, não vai mudar convicções. “Esse é só o primeiro jogo juntos. Não estou preocupado com o encaixe do grupo, por enquanto. Certamente, ainda não é o momento de entrarmos em pânico”, garantiu o técnico.
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Talento
A NBA vive a era da reunião de astros. Ou seja, os talentos da liga estão cada vez mais concentrados. O Clippers é um exemplo disso e, como resultado, a pressão pelo inédito título volta a crescer. Em particular, porque todos possuem contratos em vias de final. George acredita que, com a inclusão de Harden, está em uma das situações mais favoráveis para ganhar o primeiro anel de campeão.
“Em termos de talento, essa é uma das melhores equipes em que já joguei. Não tenho dúvidas disso, pois foi só o primeiro jogo. Então, aposto que vamos descobrir o nosso encaixe ideal. Apesar do resultado, estar em quadra com esses caras foi bem divertido. Sinto, por isso, que temos muitos motivos para otimismo daqui em diante”, concluiu o ala de 34 anos.
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