Uma introdução ao Fantasy NBA

Novo colunista, Denny Rodrigues apresenta o jogo fantasy e as nuances dos diferentes modelos/sistemas de competição

Fonte: Novo colunista, Denny Rodrigues apresenta o jogo fantasy e as nuances dos diferentes modelos/sistemas de competição

Denny Rodrigues é o novo colunista do Jumper Brasil, dedicado especificamente ao universo fantasy. Ele vai apresentar o jogo, trazer dicas aos jogadores e esmiuçar tudo o que envolve a formação/manutenção de uma equipe campeã.

Fantasy Basketball

Por Denny Rodrigues

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O ano era 1992, a emissora de TV era a Bandeirantes e o menino mal tinha noção de como funcionava aquele esporte que assistia. O jogo e a dinâmica foram despertando seu interesse. Seu pai, aos poucos, foi apresentando o jogo e ensinando as regras. O principal jogador de um dos times se chamava Michael Jordan, o time de seu pai. No outro time, a grande estrela é Charles Barkley. E o confronto, seu pai explicou que seria épico. Foi mesmo. Assim começou minha paixão pelo basquete e também pela Liga que tanto nos impressiona, traz a sensação de assistir ao épico ano após ano.

Começo agradecendo aos rapazes do Jumper Brasil por me oferecerem este espaço para falarmos sobre um universo que eleva nossa paixão pela NBA a níveis ainda mais altos: o Fantasy. Nós temos um projeto muito interessante de fomentar o Fantasy no país e o Jumper quer estar na cadeira da frente do processo, trazendo aos leitores detalhes que circundam a rotina da Liga e afetam de alguma forma a dinâmica dos jogadores e times neste universo particular. Discutiremos conceitos e teorias que visam desenvolver o conhecimento de cada jogador que esteja absolutamente faminto por informações e ideias.

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Para quem já jogou o Cartola FC, o termo Fantasy não é tão desconhecido. Para quem já andou pelo NBA.com, Yahoo, ESPN ou outros sites “queimando os neurônios” tentando montar a equipe imbatível, este artigo será muito familiar. Ao mesmo tempo, temos a ambiciosa intenção de fazer aqueles que ainda não adentraram neste universo descobrir como se inscrever em sua primeira liga quase tão preparado quanto alguns veteranos – quem sabe até melhor. A temporada 2014-15 começará no final deste mês, então estamos entrando no período ideal para falarmos de vários assuntos e informações que começam a surgir.

O Fantasy NBA surgiu ao se espelhar no Fantasy MLB (Baseball) e começou a se popularizar nos Estados Unidos no início da década de 90. Com o advento da internet, mais e mais fãs da liga começaram a jogar e, naturalmente, o crescimento tornou-se mundial. O jogo funciona da seguinte forma: um grupo de jogadores se reúne e cria uma liga que, em geral, se iniciará através de um draft, normalmente estipulado nos mesmos moldes utilizados pela NBA. Neste sentido, o jogo se diferencia do Cartola FC, por exemplo. Cada atleta draftado torna-se exclusivo do time dentro daquela liga e os jogadores que sobram após o recrutamento tornam-se agentes livres, podendo ser adquiridos durante a temporada mediante as regras de adição acordadas em cada liga.

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Por meio de negociações de trocas, dois “GMs” (termo que utilizaremos para cada dono de equipe na liga) podem adquirir jogadores do outro time buscando melhorar seus elencos. Algumas ligas funcionam no sistema “Keeper”, em que os GMs irão retornar para as várias temporadas, criando uma experiência muito próxima da sensação de um verdadeiro GM numa franquia da NBA. Cada uma destas ligas específicas costuma definir um número de atletas por equipe que recebem o tag “Keeper” ao final de cada temporada ou início da seguinte. Tais jogadores já vão iniciar a nova campanha nos times de origem, não estando disponíveis no draft daquele ano. Ligas Keeper também disponibilizam escolhas em recrutamentos futuros para serem envolvidas pelos GMs em potencias trocas, ampliando ainda mais a experiência. Você poderá participar de mais de uma liga durante a mesma temporada e cada uma delas terá seu próprio draft, gerando times diferentes e padrões diferentes.

Existem dois modelos de competição: o Rotisserie e o Head-to-Head. No primeiro, as estatísticas reais acumuladas por um time são agregadas e ranqueadas contra as mesmas estatísticas acumuladas pelos outros times. A liga terá estipulado um número de categorias (assistências, rebotes, roubos de bola, etc.) e estas irão prover pontos ao final da temporada regular baseado no ranking em que cada equipe terminar. Por exemplo: em uma liga com 12 times, minha equipe terminou em 1º na categoria rebotes, então receberei 12 pontos nesta categoria. O segundo colocado em rebotes receberá 11, e assim por diante. O campeão será definido através da soma dos totais recebidos em cada categoria.

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Já o sistema Head-to-Head, que costuma ser o mais popular, funciona a partir de confrontos semanais. Durante a semana, cada time acumulará níveis totais de pontuação nas categorias utilizadas pela liga em que está participando, de acordo com o desempenho de seus atletas nas partidas que disputarem dentro daquela semana. Ao final do domingo, as equipes vão receber uma vitória para cada categoria em que superar seu oponente e, através das semanas, terá um recorde de vitórias-derrotas-empates que irão definir a classificação para a disputa dos playoffs. Neste modelo, os times serão emparelhados para confrontos mata-mata (como é conhecido no Brasil), simulando o modelo de disputa na NBA.

Zach Randolph e Dwight Howard

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Para cada sistema de competição, nossa análise terá algumas características singulares e o impacto da produção de cada atleta na NBA também será singular. Como exemplo: alguém como Dwight Howard é capaz de contribuir de maneira muito eficaz nas categorias de FG%, tocos e rebotes, mas o impacto negativo que Howard causará nas médias de FT% prejudicará demais as chances do seu time alcançar o título no modelo Rotisserie. Através de uma boa estratégia, o GM que draftar Howard numa liga Head-to-Head poderá “compensar” o impacto negativo dos FT%, garantindo outras cinco ou seis categorias onde consiga dominar semana após semana. Por outro lado, um jogador como Zach Randolph não irá necessariamente prejudicar o desempenho de uma equipe em uma liga Rotisserie em nenhuma porcentagem, contribuindo ainda em algumas outras – apesar de deixar a desejar em tocos, uma categoria que o GM esperaria a contribuição de um ala-pivô.

Se estivermos falando de uma liga Head-to-Head entretanto, a ausência aparente de características negativas na contribuição de Randolph camufla a falta de impacto em múltiplas categorias que precisarão de volume. Ele será eficiente em pontos e rebotes, mas isso é pouco para classificá-lo como um atleta de elite, alguém em quem uma equipe possa se apoiar para vencer semana após semana. É exatamente aqui que entrará nosso trabalho. Pretendemos colocar toda nossa obsessão pela NBA em prática, buscando cada detalhe e discutindo cada tendência com o objetivo final de fazê-los sentir cada vez mais próximo do título de suas ligas ao final da temporada.

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Esperamos que tenham se animado após esta apresentação e juntem-se a nós para os próximos artigos, quando iremos mergulhar de vez no universo Fantasy NBA.

Siglas:
FG% – Aproveitamento de arremessos de quadra
FT% – Aproveitamento de lances livres

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