Tyrese Haliburton revela “culpado” por grande temporada no Pacers

O grande início de temporada do Indiana Pacers, mais uma vez, passa decisivamente pelas mãos de Tyrese Haliburton. Afinal, em pouco tempo, o jovem astro tornou-se o motor do atual terceiro colocado do Leste. Ele não só marca quase 24 pontos por noite, mas também distribuiu mais de 12 assistências. Não há dúvidas de que ele enxerga o jogo de uma forma especial, mas por que isso?

“Para ser sincero, muitos aspectos do meu conhecimento sobre basquete vêm da minha vivência com videogames. Quando você joga NBA 2k com a câmera do fundo de quadra, por exemplo, esse é o ângulo como vejo a quadra. Tudo está em minha frente e encaro todas as opções. É assim que enxergo o jogo, em síntese”, explicou o armador de 23 anos, em entrevista ao site The Ringer.

A equipe venceu seis dos dez jogos disputados na campanha até agora. No entanto, uma dessas derrotas aconteceu na ausência de Haliburton. Indiana, além disso, tem o ataque mais eficiente da liga sob a liderança do armador. Os seus 122,0 pontos por 100 posses de bola, aliás, seriam a ofensiva mais produtiva da história da liga. Com isso, ele aposta que virou o símbolo de um basquete que os fãs querem assistir.

“Jogo um estilo de basquete que as pessoas desejam ver. Também por isso, a franquia me deu o contrato que assinamos recentemente. Eu tenho estabilidade em longo prazo agora, pois eles sabem o que entrego em quadra e posso atrair os fãs. Essa é a minha personalidade não só como jogador, mas também como pessoa”, garantiu o líder de assistências da temporada.

Mudanças

Mas Tyrese Haliburton mudou muito mais do que as pretensões do Pacers na temporada. Ele fez um treinador experiente rever as suas ideias de basquete. Rick Carlisle sempre foi um técnico mais controlador e, por isso, chegou a ter brigar com atletas como Rajon Rondo. A aquisição do jovem armador teve um impacto tão grande, no entanto, que ele abraçou a mudança oferecida pelo jovem.

“Antes da chegada de Tyrese, nós tínhamos um time muito diferente. Éramos a equipe com menos enterradas daquela temporada. Não sei exatamente sobre o nosso ritmo e número de posses, mas imagino que estávamos entre os 15 mais lentos. Então, esse garoto chegou e mudou tudo. Foi uma injeção de velocidade e atitude que não pude ignorar”, contou o comandante de Indiana.

A qualidade técnica de Haliburton tornou-se impossível de negar. Mas Carlisle admite que gosta mesmo de um ponto específico do jogo do comandado. “Muitos jogadores gostam de ter a bola nas mãos e controlar tudo, mas Tyrese notou uma coisa muito importante. Ele vê as conexões rápido, toma decisões e mantém a bola rodando para que todos sigam engajados em quadra”, elogiou.

Carismático

A liberdade que Carlisle oferece para Haliburton transparece em um sistema ofensivo fluido em Indiana. É uma surpresa, aliás, até para os seus colegas. O armador lidera uma estrutura que se adequa à reação das defesas e, por isso, cada lance segue um roteiro diferente. O início das jogadas é controlado, mas o final sai da cabeça e tomada de decisão do astro. Ninguém está reclamando disso no Pacers. Pelo contrário.

“Cada posse é uma história diferente, antes de tudo. É muito raro que eu finalize duas jogadas seguidas com arremessos de longa distância, assim como Tyrese faça bandejas consecutivas. Os rivais precisam fazer escolhas difíceis e decidir como vão sofrer. E ele, como resultado, sempre encontra a melhor oportunidade para todos”, contou o chutador Buddy Hield.

Quando um jogador cria oportunidades para todos ao seu redor, ele ganha a confiança do elenco. A capacidade de liderança de Haliburton, no entanto, vai além da visão de quadra especial. “Quando começamos a jogar juntos, eu percebi o seu carisma. Por isso, dá para entender o motivo de todos amarem esse cara por onde passou. Ele quer fazer todos melhores. Portanto, é alguém com quem todos querem jogar”, completou Hield.

Equilíbrio

A temporada do Pacers caminha para o sucesso, mas ainda não é um triunfo completo para Tyrese Haliburton. Afinal, ele também possui metas pessoais que sente estarem longes. Nesse momento, o armador e Trae Young são os únicos atletas da liga com médias superiores a 20 pontos e dez assistências por noite. Ainda assim, ele não sente dominar a noção de equilíbrio entre pontuar e criar para outros.

“O maior desafio para mim é encontrar o equilíbrio agora. Há uma realidade alternativa em que poderia ter média de 15 assistências, por exemplo. Em outro mundo, sinto que poderia anotar uns 25 pontos por partida. Então, eu estou em uma missão de achar o meio termo entre ambos”, finalizou o novo líder de Indiana.

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