Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, a Conferência Leste se tornou a mais forte da NBA. Ou seja, o “Oeste selvagem” é coisa do passado. Dessa forma, além de times mais fortes, o equilíbrio é a marca registrada do Leste em 2021/22. Estamos a 46 dias do encerramento da temporada regular e não dá para cravar nada em termos de classificação para o play-in/playoffs.
Então, a única certeza, na conferência, é que Orlando Magic (13-47) e Detroit Pistons (13-45) e são os favoritos às piores campanhas da liga e, consequentemente, às primeiras escolhas do próximo recrutamento. Além disso, o Indiana Pacers (20-40), que entrou em um processo de reformulação, vai usar o restante da temporada para dar “rodagem” aos jovens do elenco e, assim, se colocar em uma boa posição para o Draft 2022.
Briga no topo
A maioria das equipes tem, em média, pouco mais de 20 jogos para finalizar a temporada. Oito times têm campanha superior a 50%, e outros dois acima de 48%. Hoje, Miami Heat e Chicago Bulls dividem a ponta da tabela, com 38 vitórias e 21 derrotas cada. Mas quem garante quanto tempo isso vai durar? Philadelphia 76ers (35-23), Cleveland Cavaliers (35-23), Milwaukee Bucks (36-24) e Boston Celtics (34-26) estão no páreo para terminarem a fase regular entre os quatro melhores.
E ainda temos, um pouco abaixo, um Toronto Raptors em ascensão (32-25) e um Brooklyn Nets motivado com a “mega troca” e o retorno, em breve, do astro Kevin Durant (31-28). Fechando a lista dos times que brigam por algo nesta temporada estão Charlotte Hornets (29-31), Atlanta Hawks (28-30) e Washington Wizards (27-31). Para ser sincero, não acredito muito no último time citado. Sem Bradley Beal… E o torcedor do New York Knicks (25-34) que me perdoe, mas o final de temporada da equipe será melancólico. Direção e Tom Thibodeau em atrito, Kemba Walker afastado. Não dá para colocar o Knicks como postulante à disputa do play-in.
Portanto, vamos comentar abaixo o que esperar de cada time do Leste que briga por mando de quadra/vaga nos playoffs e play-in.
Miami Heat
Surpresa na bolha da NBA, em 2020, quando ficou com o vice-campeonato, o time da Flórida faz uma temporada acima das expectativas. Além disso, o Heat sofreu com as lesões de seus principais jogadores (Jimmy Butler, Bam Adebayo, Kyle Lowry e Tyler Herro) ao longo da campanha. Com o encerramento da fase regular se aproximando, o técnico Erik Spoelstra espera ter o elenco saudável para a disputa dos playoffs.
De acordo com o portal Tankathon, a equipe de Miami tem o 16º calendário mais difícil até o fim da temporada. Vale destacar que, entre os duelos mais complicados, o Heat vai enfrentar o Bulls e o Sixers (duas vezes cada), e o Bucks fora de casa. Ou seja, serão verdadeiras decisões visando o topo do Leste.
Quanto ao retorno de Victor Oladipo, nada iminente. No entanto, o ala-armador já está treinando com o afiliado do Heat na G League (Sioux Falls Skyforce). Portanto, Oladipo deverá estar à disposição para a disputa da pós-temporada.
Chicago Bulls
Poucos times sofreram mais com lesões do que o Bulls em 2021/22. À exceção de DeMar DeRozan e Nikola Vucevic, os outros jogadores da rotação principal desfalcaram o time de Chicago em várias partidas. Patrick Williams disputou apenas cinco jogos, mas deve retornar na pós-temporada. Zach Lavine está com dores no joelho. Além disso, Lonzo Ball e Alex Caruso se submeteram a cirurgias e só voltam em meados de março.
Mesmo com todos os problemas, o time comandado por Billy Donovan está no topo do Leste. Além tentar se manter entre os primeiros colocados, o Bulls tem o desafio de chegar com o time saudável nos playoffs.
E mais: a equipe de Chicago tem o segundo calendário restante mais difícil. Vai enfrentar, por exemplo, o Bucks três vezes em um intervalo de 32 dias, além de Heat e Cavaliers (duas vezes cada), e Phoenix Suns, Utah Jazz e 76ers fora de casa. Ou seja, a missão de ter mando de quadra nos playoffs é complicada.
Caso o Bulls tenha sucesso, feche a temporada no topo, e DeRozan mantenha o alto nível de jogo… Pois é… Desempenho, campanha do time, narrativa favorável. Não dá para descartar o ala da briga pelo MVP.
Philadelphia 76ers
Animado com a chegada do astro James Harden, o 76ers vai com tudo para terminar a fase regular no topo do Leste. No momento, o time tem apenas o Barba lesionado. Entretanto, o armador deverá fazer sua estreia pela equipe ainda esta semana. Portanto, o técnico Doc Rivers deverá ter força máxima para a corrida final.
O 76ers tem o 16º calendário mais difícil até o fim da temporada. Os maiores desafios serão os duelos contra Cavs (três vezes) e Heat (duas vezes), rivais pelo topo da conferência. Além disso, o time da Philadelphia vai pegar o Suns fora de seus domínios. No entanto, o jogo mais aguardado será no dia 10 de março. O adversário será o Nets, em casa, provavelmente com Durant, Kyrie Irving e o velho conhecido Ben Simmons em quadra.
Por fim, vale dizer que um bom término de temporada regular poderá fazer a diferença na briga pelo MVP. Joel Embiid joga o melhor basquete da carreira e lidera a corrida pelo prêmio individual mais cobiçado. A gente sabe que, historicamente, a boa campanha do time tem peso na escolha do ganhador da honraria.
Cleveland Cavaliers
Grande surpresa da temporada, o Cavaliers perdeu jogadores importantes por conta de graves lesões (Collin Sexton e Ricky Rubio), mas manteve a regularidade. O novato Evan Mobley impactou o time logo de cara, sobretudo na defesa, Jarrett Allen faz a melhor temporada da carreira, e o jovem Darius Garland está mostrando tudo o que a gente esperava ver em quadra.
Além disso, estamos testemunhando o ressurgimento de Kevin Love. Outrora esquecido, desmotivado, o veterano deu a volta por cima em 2021/22 e é peça importante da ótima campanha do Cavs. Não por acaso, está na briga pelo prêmio de melhor reserva da temporada.
O time de JB Bickerstaff se reforçou bem na trade deadline, com a chegada do ala-armador Caris LeVert. Isso demonstra que o pensamento da franquia é lutar por “coisas grandes” nesta temporada, mesmo que a base do time seja formada essencialmente por atletas abaixo dos 25 anos.
Segundo o Tankathon, o Cavs terá o nono calendário teoricamente mais fácil nesse fim de fase regular. Vai enfrentar, por exemplo, os piores times do Leste – Pistons e Magic – duas vezes cada. No entanto, a equipe de Ohio terá algumas decisões pela frente: três duelos contra o 76ers, dois contra o Bulls, e também vai pegar Heat e Nets (ambos fora de casa) e Bucks (último jogo da temporada, em Cleveland). Portanto, um desafio e tanto para os “meninos” do Cavs.
Milwaukee Bucks
O atual campeão da NBA passou por turbulências nessa fase regular. Vários jogadores importantes sofreram com lesões e alguns ainda desfalcam o time de Milwaukee. Brook Lopez, por exemplo, ainda não tem data de retorno. Pat Connaughton só deverá voltar às quadras em abril.
Na trade deadline, o Bucks se reforçou com o veterano Serge Ibaka. O time precisava, com urgência, de um reforço para o garrafão. Além disso, o trio de astros – Giannis Antetokounmpo, Khris Middleton e Jrue Holiday – está saudável no momento. Com isso, o time de Mike Budenholzer espera ter um grande desempenho na fase final da temporada.
Contudo, o Bucks terá um desafio e tanto. De acordo com o Tankathon, o calendário restante do time de Milwaukee é o mais difícil. A equipe vai enfrentar o Bulls, rival direto pelo topo do Leste, três vezes, e o Nets em outras duas oportunidades, além de 76ers e Cavs (ambos fora de casa), e Heat e Celtics (em casa). E tem mais: vai pegar os contenders do Oeste – Suns, Golden State Warriors, Memphis Grizzlies e Utah Jazz (os três últimos fora de casa). Os únicos jogos teoricamente fáceis serão contra Pistons e Oklahoma City Thunder. Ou seja, haja pedreira para o Bucks!
Em caso de sucesso nessa missão, e com Giannis jogando em alto nível, será impossível descartar o astro grego da briga pelo MVP. Nunca duvide do coração de um campeão!
Boston Celtics
Depois de um começo estranho, o Celtics se encontrou em quadra e emendou uma sequência positiva. Atualmente na sexta posição, o time de Boston venceu 11 dos últimos 13 jogos. Dessa forma, a equipe treinada por Ime Udoka espera manter a ótima fase e fechar a fase regular, se possível, com o mando de quadra nos playoffs.
Entretanto, o Celtics terá o décimo calendário restante mais difícil. Vai enfrentar duas vezes o Nets, e uma vez Heat (em casa), Bulls e Bucks (ambos fora de casa). Além disso, vai pegar o Grizzlies em duas oportunidades, o Warriors em San Francisco e o Jazz em Boston. Só para você ter uma ideia, os últimos três jogos da equipe celta na fase regular serão fora de seus domínios: Bulls, Bucks e Grizzlies, nessa sequência.
Portanto, a verdadeira prova de fogo do Celtics está se aproximando. Um grande desafio para Jayson Tatum, Jaylen Brown e companhia.
Toronto Raptors
O Raptors não iniciou bem a temporada, mas se recuperou de um mês para cá. Foram dez vitórias em 13 jogos nesse período. Assim, em grande fase, o campeão de 2019 espera terminar bem a fase regular e, contra vários prognósticos, garantir uma vaga direta nos playoffs.
Teoricamente, o time canadense terá o sétimo calendário restante mais fácil. Os duelos mais difíceis serão contra Sixers, Cavs e Nets (duas vezes cada), além de Heat e Celtics (em casa) e Suns e Bulls (fora de casa). Em contrapartida, vai enfrentar times sem aspirações na temporada: Magic (duas vezes), Pistons, Pacers, Knicks e Houston Rockets.
Dessa forma, o time treinado por Nick Nurse tem totais condições de ficar entre os seis primeiros do Leste.
Brooklyn Nets
Assim como o 76ers, o Nets está animado após a troca bombástica que envolveu Harden e Simmons. Com uma campanha abaixo do esperado, a equipe novaiorquina vai ter que suar bastante para ficar no top 6 e, assim, evitar o play-in. Vale lembrar que o time do Brooklyn chegou a liderar o Leste quando tinha Durant em grande forma.
Atualmente na oitava colocação, o Nets aguarda ansiosamente pela volta de seu principal jogador, que deverá ocorrer em breve. Além disso, fica a expectativa pela estreia de Simmons e a possibilidade de contar com o não vacinado Kyrie Irving nos jogos em casa.
Segundo o Tankathon, a equipe novaiorquina terá o 13º calendário mais difícil até o fim da temporada. O Nets vai enfrentar os rivais Heat, Bucks, Celtics e Raptors duas vezes, além de 76ers e Grizzlies (fora) e Cavaliers e Jazz (casa).
Será que o talento individual vai “falar mais alto” do que o péssimo jogo coletivo da equipe de Brooklyn? Simmons vai se encaixar bem com os novos companheiros? Dúvidas, dúvidas… O Nets pode perfeitamente dar uma arrancada e chegar bem para a disputa dos playoffs; não render o esperado e sobrar no play-in, ou até mesmo cair pelas tabelas e ficar de fora da pós-temporada, o que seria um vexame para o time outrora considerado favorito ao título. Portanto, Durant e seus companheiros, e, principalmente, o treinador Steve Nash, terão uma missão e tanto pela frente.
Charlotte Hornets
O Hornets caiu muito de produção nas últimas semanas e, atualmente, está na zona de play-in. Nono colocado do Leste, o time de Charlotte perdeu nove dos últimos dez jogos disputados. Em quadra livre, a equipe comandada por James Borrrego esperar retomar as boas atuações para pelo menos seguir na disputa do play-in.
Um alento (ou não) é que o calendário restante do time de Michael Jordan é o 11º mais fácil (teoricamente). No entanto, o Hornets vai enfrentar alguns contenders até o fim da fase regular. Serão dois duelos contra o Nets, além de Bucks, Cavaliers, 76ers, Heat e Bulls (todos fora de casa). O último jogo da temporada, então, poderá ser decisivo: o adversário será o Wizards, rival direto por uma vaga no play-in, em Charlotte. Vai ser sofrido até o fim!
Atlanta Hawks
Após um começo ruim, o atual vice-campeão do Leste finalmente entrou nos eixos. O Hawks venceu 11 das últimas 16 partidas disputadas. Dessa forma, o time de Atlanta chegou ao décimo lugar.
Liderado em quadra por Trae Young, o Hawks espera conseguir uma arrancada final para, quem sabe, até beliscar uma vaga direta nos playoffs. No entanto, o mais provável é terminar na zona de play-in.
A boa notícia é que o time de Atlanta terá o quinto calendário restante mais fácil. Vai pegar Pistons e Pacers (duas vezes cada), Rockets, Thunder e Knicks, ou seja, equipes que não brigam por nada. Entretanto, o Hawks terá algumas pedreiras no caminho: dois duelos contra Bulls e Raptors, além de Bucks e Celtics (fora de casa), e Warriors, Cavaliers e Nets (casa).
Por fim, vale dizer que os dois jogos contra o Wizards serão verdadeiras decisões, já que o time de Washington está logo atrás na tabela de classificação.
Washington Wizards
Como dito acima, não acredito que o Wizards desfalcado de seu principal jogador consiga uma vaga na pós-temporada. Porém, não dá para lutar contra a matemática. O time de Washington está a apenas uma vitória de alcançar o Hawks, décimo colocado e, hoje, o último classificado para o play-in.
O Wizards se movimentou na trade deadline e negociou atletas que estavam causando problemas no vestiário (Spencer Dinwiddie e Montrezl Harrell). Em contrapartida, a franquia apostou em Kristaps Porzingis, que volta e meia (como agora) está afastado das quadras por conta de lesões.
Com a lesão de Beal, Kyle Kuzma assumiu a função de protagonista do Wizards. Com Porzingis saudável (um grande “se”), o time pode até surpreender nesta reta final.
De acordo com o Tankathon, o time da capital dos EUA terá o quarto calendário restante mais fácil. Serão dois duelos contra Pistons e Knicks, por exemplo. Além disso, vai enfrentar Magic, Rockets e Pacers. Por outro lado, o Wizards terá alguns jogos complicados pela frente: Warriors (duas vezes), Bucks, Cavs e Celtics (fora), Bulls (casa) e os já citados duelos contra o Hawks. Vai ser realmente difícil…
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