Quem levará o troféu de jogador mais valioso da temporada? É para tentar acompanhar essa corrida, que mobiliza tantos jogadores e analistas, que o Jumper Brasil apresenta o “Na Trilha do MVP”: a nossa série de artigos em que convidamos integrantes do site e convidados especiais para analisarmos o estado dessa disputa. Hoje, nessa nova edição, o destaque é para o craque Stephen Curry e a missão de tentar desafiar os favoritos Nikola Jokic e Joel Embiid pelo troféu de MVP.
E como funciona essa votação? Nós pedimos para cada um dos eleitores da semana elegerem o seu TOP 10 na corrida para MVP e pontuamos de forma proporcionalmente inversa à posição em que os atletas foram citados – o primeiro ganha dez pontos e por aí em diante até o décimo colocado, que ganha um ponto.
Os votantes dessa semana são três membros do Jumper – os editores Gustavo Lima, Gustavo Freitas e Ricardo Stabolito Jr. – e o convidado especial André Mori, da rede de podcasts “Basquete FM”.
Sejamos sinceros: a disputa pelo prêmio de MVP da temporada parece polarizada entre os pivôs Jokic e Embiid. A gente sempre quer uma concorrência mais acirrada, repleta de alternativas, mas não há como negar que os dois astros centralizam o debate. Mas, tudo bem, e se existisse uma terceira via? Eu aposto que precisaria ser algo bastante diferente dos dois principais candidatos. Um jogador de outra posição, de um estilo de jogo muito diverso… é a abertura para Curry.
O problema é que o craque do Warriors teria que lutar contra a história para ganhar o terceiro prêmio da carreira. Se Russell Westbrook foi extremamente questionado por conquistar a honraria em uma temporada de 47 vitórias que levou o Oklahoma City Thunder à sexta colocação do Oeste, o que dizer sobre o líder de um time que mal se mantém com 50% de aproveitamento e está na 10a posição da conferência? É, no mínimo, estranho.
Há histórico, porém, de atletas vencendo a premiação com campanhas até piores do que Curry. São dois casos. Você só tem que voltar muito, mas muito mesmo no tempo para encontrá-los. É coisa que, aparentemente, não faz mais parte do que acontece na NBA:
1955-56 – Bob Pettit (St. Louis Hawks com recorde de 33-39)
1975-76 – Kareem Abdul-Jabbar (Los Angeles Lakers com recorde de 40-42)
Absolutamente todos os outros ganhadores do prêmio de MVP da temporada estiveram, no mínimo, em equipes com 60% de aproveitamento na temporada e que chegaram aos playoffs diretamente – óbvio, já que não existia o play-in até o ano passado. Em resumo, a história diz que os fãs do arremessador nem deveriam sonhar muito, a não ser que os critérios históricos da NBA sejam simplesmente dizimados para causar uma das maiores surpresas que já vimos nessas premiações.
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Vamos, então, à nova edição da temporada 2020-21 do “Na Trilha do MVP” do Jumper Brasil:
10. Paul George (Los Angeles Clippers)
Votação: 5 pontos
A atual temporada tem sido um momento de quase redenção para Paul George, após ter sido extensamente criticado pelo péssimo desempenho na “bolha”. Ele é o jogador mais regular do Clippers em uma campanha segura, apesar dos constantes desfalques com os quais a franquia já está acostumada a lidar. “As críticas a Paul precisam parar. Não vou aceitar ouvir isso perto de mim. Ele é um dos jogadores mais capazes e técnicos dessa liga, joga nos dois lados da quadra e vou elogiá-lo em cada oportunidade que tiver”, exaltou o pivô DeMarcus Cousins.
9. Rudy Gobert (Utah Jazz)
Votação: 6 pontos
Quando falamos dos pivôs mais técnicos e habilidosos da liga, Gobert não costuma estar no debate. De fato, ele não apresenta um jogo refinado ou trabalho de pernas avançado. Ele é habilidoso e coordenado o bastante, porém, para ser um ambidestro que seleciona em que atividades usar cada mão. “Todas as tarefas que exigem mais força, como jogar pingue pongue ou praticar boxe, eu costumo fazer com a mão direita. E tudo o que pede mais de refino em seus movimentos, como escrever e comer, faço como canhoto”, revelou o atleta francês.
8. Kawhi Leonard (Los Angeles Clippers)
Votação: 12 pontos
Leonard é, certamente, o astro sobre quem menos sabemos na NBA. Já estamos cientes de que esse é o seu estilo. Mas, graças ao colega C.J. McCollum, nós descobrimos uma coisa sobre o ala do Clippers: ele adora tomar vinhos. “Eu sou parceiro de uma vinícola, por isso dou algumas garrafas para alguns amigos e até me surpreendo com a maneira como elas circulam na liga. Outro dia, Kawhi chegou para mim e disse que o vinho que havia lhe dado era ótimo. Ele disse que não conhece muita gente que bebe vinhos ou é um grande entendedor, mas o vinho era dos bons”, contou o ala-armador.
7. Julius Randle (New York Knicks)
Votação: 13 pontos
Tom Thibodeau acompanha a temporada fantástica de Randle pelo Knicks, à beira das quadras, com uma sensação de deja vu. A situação remete-lhe aos anos 1990, quando era auxiliar em Nova Iorque e via o lendário Patrick Ewing no dia-a-dia. “Tudo na NBA começa pelos seus melhores jogadores. Eles dão o tom para a equipe. Patrick sempre era o primeiro atleta a chegar no ginásio, até nas férias. Isso é liderança: o que você faz, não o que fala. E Julius também é imparável. Esse desempenho atual não é um acidente, por acaso. Ele é o exemplo que nos impulsiona”, exaltou o treinador.
6. Stephen Curry (Golden State Warriors)
Votação: 20 pontos
Abril foi um mês fantástico, assustador e cheio de recordes para Curry. O jogador de 33 anos tornou-se, para começar, o atleta mais velho da história da NBA a registrar média de 35.0 pontos por partida em um mês. Nunca um jogador acima de 31 anos conseguiu fazer algo semelhante. Essa marca nunca havia sido feita na NBA, em nenhuma época, com índices de acerto de 50% nos arremessos de quadra, 45% nos tiros de três pontos e 90% em lances livres. E ele ainda bateu a maior marca de cestas de longa distância em um mês de calendário: foram 96 chutes certeiros da linha de três.
5. Luka Doncic (Dallas Mavericks)
Votação: 22 pontos
Natural. Essa é uma palavra comum para definir o estilo de jogo de Doncic, desde muito antes de chegar à NBA. O veterano J.J. Redick, em seu podcast, é mais um jogador que viu essa característica essencial da forma como o jovem astro atua em quadra. “Eu não vejo pressão quando Luka joga basquete. É uma pessoa que ama o esporte, com uma postura livre e leve. É um atleta fenomenal. Sua capacidade de criar arremessos para todos é de primeira linha. Elite, sem dúvidas. Mas a alegria com que joga também é especial”, avaliou o arremessador.
4. Chris Paul (Phoenix Suns)
Votação: 22 pontos
Existe um movimento crescente de analistas e profissionais de imprensa defendendo que Chris Paul deveria ser o MVP da temporada. Na última semana, o ídolo Charles Barkley e o conhecido radialista Colin Cowherd falaram abertamente sobre essa possibilidade. “Eu agradeço o reconhecimento, mas o prêmio não é algo em que pense ou preocupe-me. Já sei quem sou e o impacto que consigo levar para onde vou. Mas, acima disso, entendo que tudo é pelo coletivo. Jogo pelo meu time. É um processo, uma história que estamos construindo juntos”, disse o veterano armador.
3. Giannis Antetokounmpo (Milwaukee Bucks)
Votação: 32 pontos
As chances de Antetokounmpo ser eleito MVP sempre foram vistas como pequenas por conta do limitado histórico de atletas que venceram a premiação três vezes seguidas. Mas, com mais um troféu ou não, ele continua a fazer história com a camisa do Bucks: acaba de tornar-se o terceiro jogador a marcar 12.000 pontos pela equipe e está cada vez mais perto de alcançar Kareem Abdul-Jabbar como maior anotador da franquia em todos os tempos.
“Preciso continuar trabalhando duro, pois minha história aqui é uma maratona, não um tiro curto. Acreditar em mim mesmo, refinar minha técnica e inspirar meus colegas. É sempre bom ver o seu trabalho dando resultados, mas, ao mesmo tempo, tudo só fará sentido se seguirmos em frente”, disse o astro grego, prometendo mais marcas por vir.
2. Joel Embiid (Philadelphia 76ers)
Votação: 37 pontos
Desde que chegou à NBA, Embiid notabiliza-se por ser um dos atletas mais produtivos e eficientes com altíssimo volume: não é difícil vê-lo com performances de um ponto por minuto, por exemplo. O astro do Sixers registra médias de 33.4 pontos e 12.3 rebotes por 36 minutos na atual temporada, números que só foram alcançados por outros dois jogadores na história da liga: a lenda Wilt Chamberlain na década de 1960 e Giannis Antetokounmpo, na última temporada.
“Eu estou dentro de quadra, vejo o que acontece, e a minha avaliação é que os times não fazem ideia do que pode ser feito para marcar Joel. Para mim, claramente, ele é o MVP da temporada”, afirmou o armador e companheiro de elenco, Ben Simmons.
1. Nikola Jokic (Denver Nuggets)
Votação: 39 pontos
Não é preciso voltar muito no tempo para lembrar como a falta de capacidade defensiva de Jokic já foi extremamente comentada. A beleza de fazer uma temporada de MVP, em parte, é que os seus pontos fracos passam a ser minimizados. Ou melhor, propriamente medidos: o sérvio é inteligente e tem um bom posicionamento defensivo. Nessa quarta-feira, embora a NBA tenha admitido ser lance faltoso, ele estava lá para impedir a cesta fácil do maior pontuador de garrafão da liga, Zion Williamson, e garantir mais uma vitória para o Nuggets.
“Eu sou o primeiro a reconhecer que não sou um grande defensor, mas fiquem sabendo que não sou o pior deles também. E os deuses do basquete, no fim das contas, sempre dão um pouquinho de sorte para quem trabalha duro todos os dias e respeita o jogo”, avisou o favorito a ser eleito MVP, com uma modéstia
Outros jogadores citados na votação: Devin Booker (Suns, quatro pontos), Damian Lillard (Blazers, três), James Harden (Nets, três) e LeBron James (Lakers, dois).
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