Terra de ninguém! NBA se aproxima dos playoffs sem um favorito ao título

Com a possibilidade de nenhuma equipe vencer 60 jogos, temporada 2022/23 ganha emoção no fim

favorito título playoffs NBA Fonte: MITCHELL LEFF / AFP

Com menos de um mês para o fim da fase regular, normalmente é possível indicar alguém para ser campeão. No entanto, a temporada 2022/23 está um tanto diferente. Nenhum time chega perto dos playoffs como favorito ao título da NBA. Absolutamente, nenhum. E sabe de uma coisa? Vai ser muito bom.

Talvez, por conta de lesões de alguns jogadores, os típicos favoritos como Phoenix Suns, Golden State Warriors e Milwaukee Bucks, não estão prontos. Aliás, ninguém está. O Boston Celtics, por exemplo, tinha a melhor campanha do Leste. Tropeçou em derrotas para equipes como Orlando Magic e viu o Bucks passar e abrir distância. Não que seja impossível de ser retomada, mas não joga para tal.

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E o Philadelphia 76ers, que ninguém fala? Ah, fala, mas só quando é sobre rumores de trocas sobre Joel Embiid ou uma saída de James Harden. Do contrário, a gente fica no aguardo. Mas sabe por que? Foram tantas decepções em torno do camaronês que, mesmo quando vence jogos incríveis, ficamos com um pé atrás. Todo ano é a mesma coisa. Apostamos que Embiid vai destruir nos playoffs, mas o time cai na semifinal de conferência. Então, vamos aguardar mais um pouco.

Já no Oeste, o Denver Nuggets perdeu, na sequência, para Chicago Bulls e San Antonio Spurs, ambos com campanhas negativas. Por mais que Nikola Jokic esteja fazendo outra temporada de MVP e seja o principal candidato ao prêmio pela terceira vez, quem confia? Existem jogadores “cascudos” ao seu lado, como Kentavious Caldwell-Pope, Aaron Gordon e Bruce Brown. Por outro lado, estão ali outros com potencial de All-Star (Jamal Murray e Michael Porter) que não inspiram confiança. Vá lá, Murray ainda vai, porque possui números sólidos e tem capacidade de brilhar, mas é inconstante demais.

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Então, aparecem Memphis Grizzlies e Sacramento Kings, dividindo a segunda posição. Mas vamos por partes.

Enquanto o Grizzlies aguarda o retorno de Ja Morant, o time vai bem, obrigado. De novo, o técnico Taylor Jenkins faz um enorme trabalho. A equipe perdeu dois ótimos defensores que vinham do banco (De’Anthony Melton e Kyle Anderson) na agência livre. Depois, começou a temporada sem Jaren Jackson Jr. Por fim, Steven Adams se machucou e Morant fez curso de como detonar uma carreira com Kyrie Irving. Ainda é jovem, vai aprender.

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E adivinha?

Nos últimos quatro jogos sem Morant, Memphis perdeu dois, é verdade, mas sempre esteve em condições de vencer tanto Los Angeles Clippers como Los Angeles Lakers. Contra o Clippers, por exemplo, o time vencia por 14 no começo do último quarto. Levou a virada, mas porque não soube fechar o jogo e ficou só arremessando de três sem trabalhar melhor as jogadas. Acontece.

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Mas quando o outro lado tem um Kawhi Leonard fazendo 14 pontos nos últimos cinco minutos, aí fica realmente difícil.

Depois, contra o Lakers, a vantagem nem era tão grande (seis pontos), mas repetiu os erros da partida anterior e viu o oponente anotar 15 a 5 nos últimos cinco minutos. De novo, na hora H, não conseguiu pontuar.

Só que, contra o Warriors, Memphis atropelou e, depois, bateu o Dallas Mavericks. Por enquanto, não é favorito ao título da NBA, mas tudo pode depender de Morant nos playoffs. Também, de quando ele estará em quadra.

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E o Kings?

Sem ir aos playoffs da NBA há 16 anos, o time já venceu mais jogos em 2022/23 desde a sua última aparição naquela fase. E é uma equipe que precisa de estudos. Primeiro, porque a defesa é bastante questionável. É o 27° que mais sofreu pontos na temporada, o 26° em defensive rating, o 29° em porcentagem de arremessos convertidos do adversário. Só que o ataque é exatamente o oposto. É o que mais pontua, o segundo melhor aproveitamento em arremessos e tem o melhor offensive rating.

O trabalho de Mike Brown é sensacional e, de certa forma, surpreendente. Em sua carreira como treinador, seus times eram o contrário do que é o Kings. Nos tempos de Cleveland Cavaliers, por exemplo, Brown tinha uma das melhores defesas da NBA. Aqueles três anos de “estágio” com Gregg Popovich no San Antonio Spurs moldaram seu estilo de jogo.

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Mas em Sacramento, as coisas estão diferentes.

Não por menos, De’Aaron Fox e Domantas Sabonis participaram do All-Star Game deste ano. Harrison Barnes, já com 30 anos (o tempo passa rápido, né?), é a melhor coisa que o time tem na defesa. E o elenco ainda tem o novato Keegan Murray, além de Kevin Huerter e Malik Monk. Ou seja, deu um encaixe incrível, mesmo sem o grupo contar com jogadores de ponta.

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Por mais que Fox e Sabonis tenham ido ao Jogo das Estrelas, eles são o que? Terceira, quarta prateleira da liga. E, mesmo assim, o time briga pelo segundo lugar do Oeste, como todo mundo previa, claro.

Mavs regrediu

O Dallas Mavericks, por exemplo, fez a troca por Kyrie Irving. Venceu cinco dos 13 jogos desde então. Mas não era para melhorar? Tudo bem que Luka Doncic perdeu algumas partidas por lesão, mas eca! Só Tim Hardaway Jr vem tentando salvar a lavoura recentemente. Nos últimos oito embates, ele acertou 34 das 64 tentativas de três (53.1% de aproveitamento).

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Mas é pouco.

O Mavs precisava de Irving?

Sim e não. Sim, pois Doncic tinha de ter um companheiro All-Star. Mas não, porque o grande problema segue sendo o garrafão. Era para ter ido atrás de um pivô, pois Jason Kidd entendeu que Christian Wood não é um salvador da pátria ali. Hoje, o elenco conta com quatro ou cinco caras que poderiam estar no quinteto titular, mas nenhum faz um grande trabalho.

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Tá. Talvez, a gente exclua Maxi Kleber dali. Aliás, ele é o menor dos problemas e poderia ser o reserva de um cara realmente bom. Mas a direção foi atrás de uma oportunidade de negócio. Por enquanto, não deu certo.

Oeste embolado

Alguém aí consegue prever quais serão os oito times nos playoffs pelo Oeste? Claro, além de Nuggets, Kings, Grizzlies e Phoenix Suns. Dali para baixo, é uma verdadeira terra de ninguém.

E quando eu digo que não tem nenhum favorito real ao título, a menos de um mês dos playoffs da NBA, é por isso.

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O Suns até subiu sua cotação com a negociação por Kevin Durant, mas três jogos depois, o astro se machucou no aquecimento. Azar? Sim, claro. Mas a equipe do Arizona não consegue vencer o título sem ele. Para ter Durant, a direção mandou Mikal Bridges para o Brooklyn Nets. E o que aconteceu? Bridges está com números de All-Star desde que chegou em seu novo time.

Mas é isso. O Suns também apostou. Só que não é a mesma coisa que o Mavericks. Durant tem contrato de longa duração e deve estar pronto para os playoffs. Aí, talvez, Phoenix volte a despontar como uma das favoritas.

Depois, aparecem Minnesota Timberwolves, que vive em uma gangorra, o Warriors, que ainda não sabe vencer fora de casa e o Los Angeles Lakers. Aliás, o que o Lakers anda jogando ultimamente… Mas isso é papo pra outro dia. Vamos aguardar mais um pouco.

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Por fim, o Clippers.

A gente sabe que ali tem talento. Kawhi Leonard é incrível, Paul George ainda é um astro e o elenco é cheio de alternativas. Mas como o Sixers, o time não inspira segurança. Para piorar, não vem jogando em grande nível. Russell Westbrook ainda tenta aprender o estilo de jogo.

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E eu, iludido, achei que ele fosse acelerar o Clippers. Mas já falamos disso outras vezes. Ele precisa vir do banco. Enquanto estiver no quinteto principal, a bola não vai ficar tanto em suas mãos como poderia.

E o Leste?

É estranho, né? Tirando os três primeiros, você não consegue encontrar um favorito ao título da NBA, restando um mês para os playoffs. Simplesmente, não tem.

O Cleveland Cavaliers está voltando a jogar a fase só agora. Será a primeira vez que o Cavs disputa os mata-matas sem LeBron James. Não acontece desde 1998. Olha que absurdo! Mas o Cavs conta com Donovan Mitchell, que sempre pode crescer em jogos grandes. Fora isso, parece mais um time que não tem mando de quadra. E terá!

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A diferença para o quinto, por conta das três derrotas consecutivas do New York Knicks, é de três jogos. Aliás, o Knicks caiu para sexto. O Nets subiu uma posição por conta do vizinho.

Os outros?

Miami Heat inspira zero confiança. Pode ser que Jimmy Butler faça a coisa acontecer nos playoffs da NBA, mas daí dizer que é favorito ao título, fica longe. Bem longe.

Atlanta Hawks trocou de pneu com o carro andando. Agora, tem um bom técnico no comando, mas o elenco é o mesmo. Depois, Toronto Raptors, Washington Wizards e Chicago Bulls, disputam, no máximo, uma vaga. E, mesmo assim, via play-in.

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Então, até podemos dizer que o Bucks e Celtics estejam brigando no Leste, mas não é possível cravar nada.

Se nas duas conferências não existem grandes favoritos, quem ganha é o público que acompanha. Podemos ter um campeão que surpreenda e isso faz tudo ficar ainda mais emocionante.

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