Com tantas movimentações na agência livre, muita coisa mudou e times estão em realidades diferentes. Até aí, tudo normal. Mas as contratações do Golden State Warriors, por enquanto, não parecem tão impactantes assim. Calma, vou explicar no texto. Eu não sei se o Warriors consegue dar um novo título da NBA a Stephen Curry, sinceramente.
Primeiro, temos de analisar algumas coisas que aconteceram nos bastidores. Assim que a nova CBA surgiu, eu fiquei com um pé atrás. Querem gastar menos em busca de um suposto equilíbrio, mas esqueceram de alguns detalhes importantes. De acordo com as regras, times que superarem o valor da multa não podem utilizar alguns tipos de contratos. Mas como assim?
Em breve, vai acontecer a nova negociação dos contratos da TV, o que deve aumentar o teto salarial. Para 2025, já tem jornalista especulando que pode superar os US$175 milhões. Só para ter uma ideia, em 2023/24, o valor será de US$136 milhões. E a gente sabe o que acontece ali, né? Na primeira noite da agência livre, equipes vão oferecer contratos absurdos, como em julho de 2016.
Para quem não lembra, Timofey Mozgov assinou um acordo de US$64 milhões por quatro anos. Se hoje seria um valor muito alto, imagine há sete anos. Então, se estão fazendo algo hoje para “cercar” equipes, parece algo um tanto hipócrita, sendo que em dois anos os salários vão “explodir”.
Até 2025, a missão é tentar frear aqueles que estão ali para gastar e investir em um título. E quem se encaixa aqui? Phoenix Suns, Los Angeles Clippers, Boston Celtics, Milwaukee Bucks, Philadelphia 76ers, Denver Nuggets, Miami Heat e, claro, o Warriors.
Ou seja, quem paga multa, não tem direito de dar bons contratos a jogadores na agência livre e eles simplesmente vão para outro lugar.
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E vimos alguns casos na atual agência livre. Bruce Brown, campeão no Nuggets, poderia receber um salário “mediano” para seguir em Denver. Mas as propostas de quem tinha dinheiro para torrar, como foi o Indiana Pacers, oferece valores muito superiores. Portanto, enfraquece o mais forte e competitivo e manda o cara para uma equipe que, nem tese, não briga pelo título.
Donte DiVincenzo, por exemplo, tinha a opção de continuar no Warriors por US$4.5 milhões. A equipe californiana insistiu para que ele ficasse, mas em vão. O New York Knicks ofereceu mais de o dobro anualmente e o jogador foi embora. Mas aí, Golden State não pode utilizar a exceção para contratar um outro atleta pelo mesmo salário por causa da nova CBA. Assim, só conseguiu ir atrás de jogadores que aceitem o mínimo para veteranos.
Entende?
Não, nada contra Brown e DiVincenzo. Eles estão nos direitos deles e eu faria o mesmo. O ponto é outro. É aquele que os candidatos já não são tão candidatos assim.
Stephen Curry e Warriors são candidatos ao título da NBA em 2023/24?
Por isso, creio que o Warriors, com todas as barreiras que estão sendo impostas pela NBA, não vai conseguir dar a Stephen Curry um quinto título. Pelo menos, com o elenco que tem, com a CBA atual e com o contrato de TV que existe no momento. Não bate, sabe? Claro, em quadra, as coisas podem funcionar com Chris Paul e Dario Saric, pois são talentosos. Mas é algo que não se sustenta.
Enquanto Paul vem de sua pior temporada na NBA, Saric convive com lesões. Aliás, os dois. E é meio estranho, porque Golden State não tem muito o que fazer no momento. Veja o mercado, quem ainda está lá e quem vai aceitar o mínimo. Apenas veterano, em fim de carreira, que não consegue mais fazer a diferença suficiente para lutar pelo campeonato.
Tudo pode mudar se o Warriors trocar Paul, por exemplo. Nem sei se isso passa pela cabeça da direção. Ah, um detalhe importante: Bob Myers foi embora e, agora, quem dá a última palavra lá é Mike Dunleavy Jr, o novo GM.
A primeira ação foi negociar um pouco eficiente Jordan Poole por Paul.
Tudo bem, dá para entender sob o aspecto técnico. O armador, aos 38 anos, ainda é espetacular e domina a arte de não cometer erros de ataque, um problema crônico da equipe. Mas como vai ser isso aí? Ele nunca foi reserva na vida. E sua primeira entrevista como jogador do Warriors não passou exatamente a ideia de quem aceita vir do banco.
Mas que ele goste disso e tudo dê certo para jogar seus 28 minutos por noite, o importante é quem termina as partidas, certo? Para quem atuou por 32 na última temporada, a diferença não chega a ser bizarra.
Condução das jogadas
Mas se tem algo que eu não me preocupo em relação ao Warriors é quem vai levar a bola, organizar e tudo mais. Quanto mais qualidade no passe, melhor. E Golden State conta, agora, com três acima da média para as suas posições. O primeiro, claro, é Chris Paul. Draymond Green é outro, mas o terceiro, você pode mandar um “o que” nos comentários… Kevon Looney.
Eu acho Looney muito, mas realmente muito bom passando a bola. Apenas nos playoffs, quando foi titular (oito jogos), ele teve cinco assistências ou mais em quatro deles. Estamos falando de um pivô, que todo mundo acha que é útil apenas no rebote ofensivo. Ou, pelo menos, quem não assiste, né? Abraço, Claudio.
Sem contar, claro, Stephen Curry.
Como gostam de subestimar o cara. Ele é espetacular arremessando, revolucionou a liga. Mas Curry sabe organizar, tá? Ele só não o faz porque o Warriors conta com Green, que tem uma visão de quadra espetacular e seu melhor artifício é arremessar mesmo.
Portanto, se não tem uma preocupação quanto ao elenco é sobre o passe. Em 2022/23, por exemplo, o Warriors foi o que mais cometeu turnovers. Ou seja, com Paul, a situação vai melhorar. Até porque, para piorar, só se chegar no fundo do poço e começar a cavar, né?
Os erros de ataque prejudicam muito o balanço de qualquer time. A equipe fica mais vulnerável a contra-ataques, diminui a confiança no próximo passe, faz um jogador cometer faltas que não tinham necessidade. Enfim, tudo de ruim pode acontecer quando acontece um desperdício de posse.
Não que vá mudar a cotação do Dólar, mas o Warriors também contratou Cory Joseph, um cara que cuida bem da bola. Ou seja, a ideia é cortar as falhas ofensivas.
A última chance de dançar
Em 1997, comprei uma revista que falava do New York Knicks, com Patrick Ewing na capa. O título era Last Chance to Dance, em alusão aos jogadores que estavam no fim de uma “janela” de título. Então, o mesmo acontece aqui com o Warriors. A tradução é que fica feia, mas a ideia é a mesma.
Chris Paul está com 38 anos, Stephen Curry (35), Klay Thompson (33), Draymond Green (32), Cory Joseph (32 no início da temporada) e Gary Payton II (30). É preocupante, não? Com 13 jogadores sob contrato, restam mais duas vagas regulares e três de two-way (de acordo com as novas regras, aumentou de dois para três). E se eu contar que Andre Iguodala, aos 39 anos, pensa em voltar?
Então, a “janela” está fechando. Com o atual grupo, o Warriors tem mais um ou dois anos para dar um quinto título da NBA a Stephen Curry.
Enquanto isso, Thompson tem contrato expirante de US$43.2 milhões. De acordo com o jornalista Shams Charania, do The Athletic, o Warriors só estenderia na atual offseason por um desconto considerável por parte do atleta. Seria algo em torno de US$190 milhões por cinco anos, o que daria US$38 milhões por temporada.
Mas o ótimo arremessador já não consegue cobrir tão bem o outro lado da quadra. Ao menos, não como já foi. E é até injusto exigir algo dele assim, por conta das contusões sérias que ele teve (perdeu dois anos). Só que é um fato.
De qualquer forma, a gente sabe que outros times estão querendo brigar pelo título. Os mesmos que gastam. Enquanto isso, a liga e a NBPA jogam contra eles. Justamente, os que rendem mais em todos os aspectos, financeiramente e em popularidade. OK, Los Angeles Lakers, também.
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